Pedi-lhe para escrever algo para eu botar no meu livro Milícia no Divã, uma espécie de prefácio. Você começa dizendo que é uma tarefa prazerosa e muito fácil dizer sobre mim e imprimiu um belo texto, me deixando descompromissado com a vaidade, não por mim, mas, por você.
Ontem, depois de sua visita – nós no 3º andar você, Felipe e Valentina no estacionamento – como bem sabe nossas vidas são massivamente alicerçadas em livros e músicas, não necessariamente nesta ordem, pois, fazemos da música nossas orações rotineiras e, dificilmente, alguém nos pega de calças curtas: no mínimo estarão dois aparelhos soando uma bela canção ou eu mesmo tentando fazer as pazes e acabar com essa malquerença de mais de 30 anos que o violão tem comigo.
Quando voltei, ao meu computador, a Tracy Chapman cantava Baby can i hold you -, claro, lembrei-me de nossas viagens à praia de São Cristovão, em Areia Branca/RN a bordo do nosso bravo Fiat 147, com suas rodas de liga-leve, riscava a estrada de chão batido, sempre com seu RoadStar a rodar uma fita cassete Basf fazendo a trilha sonora. Certa vez, em uma dessas muitas vezes à bela Cristovão, a Tracy Chapman nos fazia companhia, aliás, você a acompanhava cantarolando empolgadamente, creio que foi Maria a observar: Pollyanne é inglês, você sabe o que está dizendo? E você sem perder sem sair do tom: “Aqui ninguém sabe inglês, ninguém sabe o que estou dizendo”. Todos rimos. Nos juntamos a dupla, fizemos coro com Baby can i hold you, misturando o inglês dos Paredões, lá de Moscov (Mossoró/RN) com o bem “dizido” de Almino Afonso/RN, a viagem se tornou mais curta.
Áudios que me passou, ontem.
– Quem estava na sua barriga?
– Você, Valentina.
– Então, você não ajuda a sua única filha a juntar os brinquedos?
Ouvindo este diálogo, me veio a lembrança, se não me falha a memória, quando nos deu a resposta sobre o inglês, certamente, tinha mais ou menos a mesma idade de Valentina, 3 anos, logo não há como não fazer uma ligação direta com semelhança da perspicácia, criatividade e poder de raciocínio rápido, isto é, inteligência, fico sim vaidoso. Ter a família que tenho, dos filhos, noras, genros e netos que me deram, não é para menos. Cada vez mais fico desnudo da falsa modéstia, me parece que criatividade é o ingrediente mais presente por aqui.
Bom, na verdade dei esse “arrudeio” todo somente para dizer que vocês são a melhor parte mim e, se existe algo de bom em mim, fiquem certos: foi vocês que me deram. Pode ser, e é, um chavão desgastado, mas resistentemente verdadeiro: família é tudo! Arisco a dizer que é o maior patrimônio que alguém pode construir. Sinceramente, se não fosse seu pai, seria indubitavelmente incompleto, ser seu pai me fez um ser humano melhor.
A música sem dúvida alguma, certamente, é o mais próximo que talvez eu chegue perto de Deus. Pelos enormes motivos e pecados mil. Entretanto, quando ouço acordes invadindo meus tímpanos me parece catapultar a outro mundo, onde a paz, solidariedade, o amor se faz presentes em suas imagens primárias, sem arrodeios ou atalhos, e certamente, se Deus é amor, a música é o caminho mais curto para se chegar a Ele.
Romântico? Talvez! Sentimental? Muito. E a música é culpada de minhas “fraquezas”. Quando penetra pelos poros não resisto e me entrego, se foi assim, assim será.
Seu nome por exemplo é fruto de noite, do show de João Bosco, no “Posto Imperial”, lá em Mossoró/RN, quando ele cantou Jade, nós dissemos que iríamos ter uma filha e se chamaria Jade, és tu Jade Brito e Silva
Boa parte de minha nano-cultura vem da música. Lá pelos anos 70, eu ouvia uma que me chamava a atenção logo queria saber o que tinha além, dos acordes, da melodia, da letra, ainda hoje é assim.
Quando eu tinha nove anos minha mãe morreu, me trancava no banheiro e chorava quando ouvia “Coração de luto – Teixerinha”. Já trabalhando no jornal Gazeta do Oeste, quando uns 15 “burrinhos” já eram degustados meus “amigos”, sorrateiramente, iam a dona Luzia do Ponto Frio e pediam para ela botar na vitrola “lady Laura – Roberto Carlos” para me verem chorar, devia ser divertido pra eles, ver um marmanjo chorando lembrando de não ter mãe.
Sua história foi asfaltada de música, lembro de todas elas, de suas fases, criança, adolescente e adulta. Conheço cada nota, cada acorde que faz da vida o que você é.
Hoje, mãe e com uma enorme responsabilidade de criar outro ser, tenho a mais absoluta certeza que seguirá a pauta e, certamente, irá compor, aliás está compondo uma bela melodia que já nos encanta. Sempre cabe mais um no “Eu sem você não tenho porque. Porque sem você…” que você traz tatuada na pele e na alma.
Confesso que hoje, queria lhe dar um abraço apertado. Mas… Então cantemos. “Vai Passar nessa avenida um samba popular…”
Lá pelo final da década de 80, Mossoró já contava com seus talentos iniciando pela curiosidade e pela identificação na área de propaganda, publicidade e marketing. E isso antes mesmo de Rogério Dias e o seu irmão, Ivanaldo Xavier, oficializarem a Auge Propaganda, uma das agências pioneiras, dentro dos padrões legais e ajustada a necessidade de mercado do seu tempo.
Nesse prisma, já era salutar a parceria, até porque, no momento, ninguém envolvido com esse tino reunia condições financeiras para montar uma agência. Segundo, porque todo trabalho criativo e de abrangência, principalmente que venha persuadir um público alvo, depende de quadros pessoais que formem o pendão norteador de um trabalho proposto.
Embalados pela magia dessa descoberta, eu, Laércio Eugênio e Brito e Silva começávamos a desenvolver algumas parcerias. Brito e Laércio, chargistas, desenhistas, bons na arte como são até hoje, arrebentavam. Juntei-me a eles para produzir os textos. Não havia os recursos da Internet como o hoje indispensável suporte do Google. Tudo era feito no peito e na raça. As artes eram pontilhadas no lápis, a diagramação na cola bastão. Para o aprimoramento líamos Torben Vestergard, Kim Schroder, Mena Barreto e outros do gênero. O resto era por nossa conta.
Esses resquícios de doces lembranças foram para resgatar um episódio, entre tantos, que marcaram a nossa produtiva convivência no campo da criação. Há sempre de ter os episódios.
Acho que, intermediado pelo porreta comunicador, o camaradinha Caby Costa Lima, nós fomos sondados para executar uma campanha publicitária. O cliente desejava uma campanha completa, que envolvesse rádio, jornal, televisão e outdoor. Sentimos o peso da proposta, porém não fugimos à luta. Como não existia sede, a gente se reunia na casa uns dos outros, conforme as conveniências.
Pegamos pressão, estávamos cheios de vontade. O cliente era o empresário Aurizilênio Leão Carlos, a empresa a EAPA Projetos Agrícolas. Marcamos o primeiro encontro para esse trabalho na casa de Laércio no conjunto Abolição. Era um período de inverno rigoroso e naquela noite despencava do céu mais uma chuva grossa. É tanto que como dependíamos de carona, eu e Brito chegamos atrasados, mas não seria aquele toró que iria impedir que a gente varasse a madrugada até produzir o maior número de peças para serem submetidas à apreciação.
Centralizamos a campanha na proposta da empresa em estimular os produtores rurais através dos seus projetos. A EAPA era a solução para alavancar o setor agrícola na região. Nessa linha idealizamos as peças para outdoor, jornal e rádio. Faltava a televisão.
O tempo corria na velocidade da água que caía do telhado em correntes clareadas pelos relâmpagos no compasso com as trovoadas. E a gente queimando pestana entre sucos, cafés com bolacha e cigarro. E a chuva que teimava em nos acompanhar sem perder o ritmo.
Foi então que, para a propaganda da televisão, alguém sugeriu que fosse feita uma fotografia de um terreno rachado pela seca, na tela, onde ao longe, surgiria a logomarca da empresa, amiudada, mas crescente ao avançar sobre a terra seca. E da forma em que, se observada de uma altura alpina lançasse uma luz por onde passasse, semeando a terra e fazendo brotar uma plantação. Na sintonia, um texto enaltecedor. Era aquilo. Estava tudo pronto.
Relaxamos realizados, mas antes que nós escolhêssemos o fotógrafo para colher a imagem da terra seca, eis que alguém lembrou:
– Com essa chuvarada, onde diabos a gente vai encontrar uma terra seca, rachada?
A ideia virou água, literalmente e tivemos que mudar toda campanha, deixando para outro dia. Algumas peças ainda chegaram a ser veiculadas. Mas nada de televisão.
Depois de tempos de confinamento, em dupla de quatro: eu e Maria, Maria e eu, estou me dando conta que minha lucidez está ficando mais assentada, cada vez mais lucidamente lúcida, serena e equilibrada.
As percepções, os sentidos estão mais fluídos, mais naturais, talvez com suas capacidades no ápice. Ouço vozes, falo sozinho, danço, toco violão, pinto e bordo. Vejo o sorriso de Aléssia andando pela sala, repondo “te amo” a Enzo, me encanto com Valentina se apresentando, fazendo do sofá seu palco, vejo Lívia abrindo os olhos quando paro de tocar pra ela dormir. Canto com Polary “Fanatismo”, “Chega de saudade” com Pollyanne, Jade e eu tocamos “Samba em Prelúdio”, para Larissa toco “É preciso saber viver”. Enfim, estou mais vivo que nunca. Agora, as coisas a mim, são muito mais claras e simples.
Em estado de poesia, com o violão nos braços, depois de errar algumas centenas de vezes a mesma nota, me aborreço e falo em voz alta: Porra, errou de novo? Sem se fazer de rogada, lá da cozinha, Maria diz: “pergunte ao seu amigo invisível, se ele quer um cafezinho?”. Tomei o café pelos dois.
Falando em amigo invisível, certamente, cometerei uma indiscrição, mas, sei que Dra. Priscila Cibelle, com seu coração do tamanho do mundo, me perdoará. Na movimentada casa de Nevolanda (in memoriam) minha sogra, que mais parecia um mercado persa. Havia dias em que netos brotavam de todos os lados: nas janelas, em cima e embaixo da cama, no sofá, nos corredores, no telhado, para onde olhasse tinha pelo um par de netos brincando, do jeito que ela gostava: casa empanturrada de vida viva por todos os cantos, do terreiro ao oitão.
Certa vez, uma bela loirinha em prantos entra correndo na cozinha, Nevolanda, pergunta porquê de tanto choro, em seu mais lúcido momento diz: “Voinha, foi Tio Paulo matou meu amigo invisível”. Claro, os adultos, sem alma e pouca imaginação riram para se acabar.
Nesta clausura, tenho ciência do que a pequena Priscila falava e sentia. Ando ouvido vozes e vendo coisas. Canto com meus filhos, netos e amigos, devo confessar até brigo com alguns. Vivendo, o que vivo hoje, não quero ser nem mais nem menos do que sou.
Outro dia, escrevi que depois desta pandemia e tudo que a voluma, as relações humanas serão diferentes: na empresa, com os amigos, parentes, filhos, pais, mães, netos, noras , genros todos terão uma nova visão. Em um vídeo Cortella diz algo parecido, credenciando o que penso. Eu, isolado, já estou experimentando. Algumas pessoas me bloquearam, o que de fato, devo reconhecer que tiveram dignidade, não deixaram o trabalho para mim, outros eu mesmo fiz e, ainda outros simplesmente me ignoram, o que não é de todo mau, entretanto, são estes que me metem medo.
Há tempos, sendo mais preciso. Desde as eleições de 2018, houve uma divisão “ideológica” mais acirrada. Alguns sem entender escolhiam lados apenas por questões, religiosas, cor, raça, sexo classe social, poucos tinham ciência de suas opções, provocando o efeito manada tão propalado.
Apontando dedo criava-se tribos e culpando tudo e a todos, como em numa “santa” inquisição, caçam bruxas vermelhas, comunistas. “Esquerdistas” e “direitistas” disputando o monopólio da verdade. O coronavírus veio trazer suprimentos à já esvaziada e puída pendenga, colocando “inocentes” e “culpados” em lados opostos, como se fora, de fato, verdade e, assim pudesse ser. Ora, culpados somos todos. Portanto, não têm inocentes, assim sendo, há de haver mais compaixão, caso contrário, não sobrará ninguém para fechar a porta.
É verdade que todos temos lado, escolhas diferentes, sexo, cor, religião, mas isto, não nos faz inimigos, o contrário deveria ser. Sempre aprendo com aqueles que discordam de mim, quando têm razão e, quando não, me confere a convicção de minha opinião. Aqueles que escolhem a curta e sombria vereda da inimizade, boa sorte, irão precisar, certamente, se consumiram em si, pois, não haverá luz a alimentá-los.
Desde cedo aprendi que não existem inocentes, todos somos culpados, de uma maneira ou de outra. E talvez, consciente disto, não culpo quase ninguém por meus erros, acertos, perdas, ganhos, saúde, doenças, alegrias e tristezas, como também não tenho fardos – podem até me titularem como proprietário de containers, mas, não me reconheço como tal – de mágoas, culpas e qualquer sentimento de rancor. Erros? Os meus são incontáveis, porém, são meus e somente a eles sou preso.
Sou ou tento ser, ciente, que aqui, sobre este torrão erroneamente navegante no universo sem fim, o que de fato, vale são seus atos e atitudes. Não adianta dizer que tem fé, que ama fulano, beltrano e cicrano se suas ações e obras não correspondem ao que diz. A fé rasa, o amor vazio, sem humanidade, sem razão, sem ação, alimenta apenas os tolos.
Este isolamento, a cada dia, me põe grudado na frase do filósofo São Thomas de Aquino: “fé sem ação, é morta”.
Diante do féretro exposto uma romaria chora suas mágoas, culpas, rancores, antecipadamente, outros gastam as lágrimas da partilha e ainda outros, em seus mundos escuros repetem “Eu devia ter…”.
Ontem, (segunda-feira), na fila (sem fila) do pão um vizinho, sorridente me indagou:
– E aí, seu Brito? Parece que não gosta de carnaval!? – Gosto sim. Quanto mais longe tiver de mim, mas gosto… – Eu também! Isso é coisa do diabo.
Com um boa tarde, me esguiei, segui ao barraco na velocidade das tartarugas do Arquipélago de Colón, comer pão com geleia de acerola, feita por Maria. Ele ficou importunando a coitada do caixa, que certamente, preferiria está em algum mela-mela ou no bloco dos Cão, louvando a folia, santificando com alegria a festa mais profana e abençoada pelos deuses, que a tirania daquela verborragia preconceituosa arrogante advinda do bloco dos infelizes.
“Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida. Peca-se muito no carnaval? Não sei o que pesa mais diante de Deus: se excessos, aqui e ali, cometidos por foliões, ou farisaísmo e falta de caridade por parte de quem se julga melhor e mais santo por não brincar o carnaval.” Dom Élder Câmara.
Gosto sim, de carnaval. Longe ou perto, dentro ou fora, só ele nos permite alegrias e êxtases em profusão juntas e misturadas, pois bem: Dei-me ao desplante de ler algumas dezenas de páginas do Livro da Filosofa, ouvi Banda Reflexu’s, Pink Floyd, The Beatles, Luiz Gonzaga, Agepê – som alto sem vizinhos por perto e com ausência total de música de sertaneja nas redondezas, ô glória -, assisti As Sufragistas, La La Land e mais dois chatos que esqueci os nomes e ainda vi Portela na avenida, nesta segunda. Ora quem pode proporcionar uma miscelânea destas? Certamente, só o “manda-chuva” da vez. Ah, também fiz uma boa arrumação em nossa loja (virtual), que estará de portas abertas, em breve.
Gosto sim, de carnaval. Você pode até tentar sair dele, mas ele não sai de você e quando não vai até ele, ele vem até você. Para tirar a prova dos nove, o Rei lhe induz ao revivamento, a mente lhe é povoada com belos carnavais já vividos que agora, se torna tão deglutíveis e palpáveis como um bom sonho.
Assim, foi feito: Me senti tão inteiro, como se presente estivesse na festa momesca, através das minhas belas e amadas netas Valentina (filha de Pollyanne/Felipe) e Lívia (Jade/Roberto), em seu primeiro ensaio de foliã. Gosto sim, de carnaval. Somos do bloco da vida, da alegria!
No final de outubro de 2019 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou os resultados definitivos do Censo Agropecuário 2017. Embora tenha tido pouca repercussão na imprensa norte-rio-grandense, o referido Censo é a pesquisa mais importante referente à realidade do campo brasileiro, especialmente sobre a agricultura familiar.
Por agricultura familiar, conforme a Lei 11.326, entende-se os produtores que: i) possuem áreas de terra de até 4 (quatro) módulos fiscais; ii) utilizem, no mínimo, metade da força de trabalho familiar no processo produtivo e de geração de renda; iii) obtenham, pelo menos, metade da renda familiar de atividades econômicas do seu sítio; e iv) dirijam o estabelecimento ou empreendimento estritamente com sua família.
Em nível de Brasil, através da aplicação desses quatro critérios classificatórios, foram identificados 3.897.408 agricultores familiares. Juntos, eles representavam 77% dos estabelecimentos agrícolas do País e ocupavam 67% das pessoas.
Mas e no Rio Grande do Norte (RN), quantos são e onde estão os agricultores familiares?
Segundo a citada pesquisa do IBGE, o nosso estado possuía 63.452 estabelecimentos agropecuários em 2017. Desse total, 50.680 (80%) eram agricultores familiares. Ou seja, de cada 100 estabelecimentos recenseados no meio rural potiguar ao menos 80 eram pequenos e tocados predominantemente pelo produtor junto com sua família.
A distribuição geográfica dos agricultores familiares no mapa do RN é bastante diversa. Do ponto de vista individual, os 10 municípios com mais agricultores familiares são: Apodi (1.785), Lagoa Nova (1.706), São Miguel (1.626), Mossoró (1.327), Caraúbas (1.148), Touros (1.146), Ceará-Mirim (1.085), Cerro Corá (930), Upanema (909) e João Câmara (790).
Já os menores contingentes de agricultores familiares estão situados nas seguintes localidades: Fernando Pedroza (52), Taboleiro Grande (50), Messias Targino (44), Galinhos (32), Tibau do Sul (24), Vila Flor (11), Viçosa (10), Senador Georgino Avelino (5), Baía Formosa (5) e Parnamirim (3).
Note-se que em praticamente todos os 167 municípios norte-rio-grandenses, desde aqueles que abrigam mais produtores até os que registram menores quantidades, os agricultores familiares representam a maioria absoluta dos estabelecimentos existentes.
Os números do Censo Agropecuário 2017, apresentados ligeiramente aqui, podem ter grande utilidade para os formuladores de políticas públicas. Isso porque, entre outros aspectos, eles revelam as áreas com maior concentração de agricultores familiares que devem ser o foco prioritário da ação governamental.
Além disso, tais estatísticas do IBGE podem ajudar a sociedade a monitorar o desempenho das políticas públicas implementadas em favor do segmento familiar.
Por meio delas, por exemplo, percebe-se que o programa inovador de distribuição de sementes crioulas do governo do RN, cujo objetivo é contemplar 3 mil produtores em sua primeira etapa iniciada no mês de janeiro de 2020, atenderá somente 6% dos mais de 50 mil agricultores familiares potiguares e necessita ser substancialmente ampliado.
A aparência de fragilidade é certamente a característica mais interessante da democracia. Parecer frágil, contudo, faz da democracia uma possibilidade vigorosa de realização dos desígnios da humanidade na perspectiva aristotélica do ser humano como “animal político” cuja existência se dá unicamente em ambiência social.
Em suma, viver na pólis é existir em sociedade e participar dos processos de gestão, construção e controle do mecanismo maior de organização social que é o Estado. Todavia, esta é apenas uma das concepções dos sistemas políticos estatais. Alguns destes excluem a participação, em níveis diversos dos segmentos da sociedade, deferindo a uma pessoa ou um restrito grupo social as decisões sobre a condução do Estado. Neste caso, tem-se sistemas políticos autocráticos de gestão e controle do Estado, sobretudo, a tirania e a oligarquia. A perversão da democracia que é o populismo, que na classificação de Aristóteles.
A conversão da democracia em populismo tem sido um fenômeno recorrente nestes tempos modernos, caracterizado na manipulação dos diversos segmentos sociais. O fascismo e seu irmão siamês, o nazismo, são exemplos do populismo de direita. No campo oposto, à esquerda, ele também se manifesta: o stalinismo e suas derivações assentidas em muitos países são igualmente expressões da condução autocrática de Estados e sociedades.
Em ambos os casos, contudo, os resultados, nos mais diversos níveis, foram drásticos em desfavor da humanidade, embora seja bem certo que uma democracia nem sempre garante que a vida do cidadão seja um paraíso terrestre: numa visão bem singela, ela é sempre, segundo a banalíssima Wilkipédia, “um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal”. Melhor definição não pode haver para a proposta desta reflexão.
Assim, não parece ingênuo, nos dias atuais, indagar se é possível viver num Estado em que não haja democracia. Claro que sim, até porque a História mostra que a experiência humana da democracia é ínfima. Melhor entendendo: a regra é que a humanidade tem vivido mais em autocracias do que em democracias, merecendo sempre considerar que os sistemas políticos, autocráticos ou democráticos, em cada momento histórico e latitudes diversas, têm peculiaridades que os tornam únicos e irrepetíveis: nos anos sessenta do século XX, a ditadura argentina era diferente da boliviana, que diferia da brasileira que não foi tão abertamente sanguinária quanto à chilena e nenhuma delas foi tão aberrante quanto algumas ditaduras de países africanos, do mesmo período, como a do caricato Idi Amin Dada ou a do ‘imperador’ Bokassa: além de extermínio em massa de etnias rivais, foi constatado que Jean-Bédel Bokassa, posteriormente autointitulado Imperador Bokassa I (adotou o nome de Salah Eddine Ahmed Bokassa), foi o segundo presidente da República Centro-Africana (01/01/1966 a 04/12/1976, quando se fez coroar imperador Centro-Africano, permanecendo até 20 de setembro de 1979. Após sua deposição, fato estarrecedor chegou ao conhecimento da comunidade internacional: para seu consumo pessoal, Bokassa mantinha câmaras frigoríficas apinhadas de ‘cortes’ de carne humana, picanhas, maminhas e outras “coisitas” mais. Enfim, um escroto canibal que resgatou uma ‘cultura’ de seus ancestrais.
Hoje, cada Estado independente considerado democrático – a partir de indicadores cientificamente identificados – pode ser classificado e passar a compor um ranking determinado. Cada modelo de aferição obtém resultados que não se coadunam, necessariamente, com outros, por questões metodológicas.
Um das mais sérias instituições que medem e classificam a democracia em muitos países do mundo é a V-dem, de origem sueca, sendo um dos mais importantes “observatórios” da democracia no mundo. Em relatório recentemente publicado, que teve divulgação no prestigioso jornal espanhol El País, constatou que o Brasil vive “uma guinada à autocracia das mais rápidas e intensas do mundo nos últimos anos”, após a chegada de Jair Bolsonaro à presidência da República.
Noutras palavras, as novas diretrizes políticas que constam da agenda do presidente Bolsonaro, com “os esforços do presidente e seu Governo para calar os críticos, a exemplo do que “fez (Recep Tayyip) Erdogan quando levou a Turquia da democracia à ditadura, o que faz (Viktor) Orban na Hungria, que está prestes a deixar de ser uma democracia, e exatamente o que (Narendra) Modi faz na Índia”, conforme assertiva do diretor do V-dem, o professor Staffan I. Lindberg. Inequívoco que Bolsonaro se enquadra no modelo dos democraticidas que, atualmente, têm ascendido ao poder pelas urnas.
A propósito, lembre-se que o Partido Nacional Socialista alemão, participou de sete eleições, a partir dos anos 1920, até entronizar seu líder máximo Adolf Hitler como chanceler, em 1933, que, depois de uma série de manobras escusas e vais assassinatos, fechou o Parlamento, tornou proscritos todos os partidos políticos e empalmou o poder supremo na condição de “Fürher” da Alemanha. O horrores que se seguiram, é por demais conhecido.
A potente ‘metralhadora giratória” do capitão-presidente Bolsonaro, manejada por ele mesmo ou por seus filhos e acólitos políticos, atingem a imprensa, personalidades, artistas e instituições republicanas como o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil, além de Estados estrangeiros amigos do Brasil. Em todas as intervenções de Bolsonaro e seus seguidores afigura-se perceptível um profundo desapreço às instituições democráticas com as quais a sociedade brasileira tem vivido. Claro, têm imperfeições e insuficiências o modelo de democracia erigido na Constituição de 1988, mas, inequívoco que vêm garantido enorme e profícua estabilidade ao Estado brasileiro.
Ajustes são – e sempre serão necessários -, mas, desde que não possam desfigurar às conquistas democráticas, sociais e políticas plasmadas na Carta Política de 1988. Aliás, ao lado de certos eventos históricos, ela será sempre o ponto de partida para a consolidação dos interesses fundamentais da sociedade brasileira. Batam ou não as miseráveis panelas da classe média ensandecida e ignorante ou o ridículo pato amarelo que grasna no edifício da Fiesp, na Avenida Paulista. A democracia e os valores que ela imantam sempre serão algo por que lutar e manter. Acima de tudo e todas as coisas, pois, certamente aí estarão, verdadeiramente, qualquer ideia que se tenha de Deus e de amor a esta pátria que chamamos pelo singelo de Brasil.
“O Brasil não é um país sério” cunhou o francês Charles de Gaulle. E é preciso fazermos uma “mea culpa” admitindo que o general tinha e, para nos envergonha mais ainda, continua com nítida razão, isto, se um dia quisermos almejar a soleira da civilização.
Somos obtusamente cínicos. Um país onde em toda sua história republicana dos 38 presidentes, apenas 5 terminaram seus mandatos, portanto, nossa relação com a democracia sempre foi aos trancos e barrancos, entre tapas, beijos, golpes e torturas, nos revelando a nossa mascarada e dissimulada simpatia aos regimes antidemocráticos.
Mesmo que muitos insistam em se esconder ou disfarçar que o atual governo central não vetorizou, amplificou e quase que deu uma garantia, para estas forças nefastas saíssem das sombras e de cara limpa fossem aos bares exibir suas tendências nazistas, usando a suástica (símbolo do nazismo), é apenas mais cinismo dos que o apoiam, pois, a simpatia do Bolsonaro aos regimes ditatórias de direita e ao nazismo é tão nítido quanto o findo da vida.
O próprio presidente Tapir, apesar de sua gigantesca burrice esférica, é notório atos contra imprensa, negros, mulheres, professores, culturas, artistas, trabalhadores que estes atos dão sustentabilidade a tese de seu flerte ao nazis-fascismo e, por isto, já foi repreendido por diversas versas por líderes mundiais, por negar o holocausto. Em entrevista já disse que seria um soldado de Hitler, mesmo sabendo de toda atrocidade cometida.
“O Brasil não é para principiantes”, frase creditada ao Tom Jobim. Mais que certeira. No Brasil negro é racista; judeu é nazista; cristão tem simpatia pela tortura; mulher é machista; democratas pedem intervenção militar; trabalhador é apoia sindicato patronal; pobre come ovo “gourmet” e pensa que é rico…
Acabo ler um post no Feice que em Natal surgiu o Movimento de Arte Neonazifascista. Definitivamente, não somos sérios.
Assistido o Grande Empresas & Grande Negócios, do qual sou telespectador assíduo (embora, nunca tenha colocando em prática nada do seu conteúdo, talvez, goste mesmo da trilha sonora) uma matéria falava do avanço tecnológica na área dos cosméticos, onde uma empresa brasileira estaria usando a nanotecnologia em produtos para pele. Na demais em um país que é campeão em Cirurgia Plástica e Estética. O Brasil ultrapassou os Estados Unidos neste procedimento.
Isto posto, diz que somos muitos vaidosos, é crime? Não! É pecado? Há controversa! Creio que tudo em boa medida, certamente, faz bem e, portanto, pode ser salutar para o corpo e a mente uma recauchutada naquele nariz de batata. Agora, se o mesmo lhe é cumpridor de sua finalidade mecânica, estética e mental, também está tudo certo.
Dizem que o egípcio Santo Antão gastou 80 anos a fio sendo azucrinado pelo Diabo e não cedeu. Antão comemorava 105 primaveras, o Inimigo Fedorento, já com suas esperanças chamuscadas jogou a toalha, pediu “penico” – como se diz lá no sertão de Angicos/RN -, disse que isto nunca antes na história do mundo, alguém havia resistido a seus encantos, deu as costas em direção à saída, neste momento prostrado de joelhos em reza, Antão diz: “Senhor, muito obrigado, porque enfim, consegui ser santo”. O diabo sorriu, fez meia volta nos calcanhares tendo a certeza de sua vitória, pois, o santo rendeu-se à vaidade.
A vaidade é inerente ao ser humano, isto é tão certo quanto a necessidade de respirar. Cada um pode e deve lidar com a sua da melhor maneira possível, essa seria a tese nos melhores dos mundos, mas, não é bem assim que banda toca.
Muitos extrapolam – ou não, como diz o nascido em Santo Amaro -. A atriz hollyoodiana Gwyneth Paltrow anunciou que a Goop, está comercializando velas aromáticas que tem o “cheiro da sua vagina”. Não se animem, o site diz que o estoque esgotou. A vela aromatizada com o cheiro do xibiu da atriz está sendo comercializada por US$ 75, aproximadamente R$ 300,00. Se você ganha o salário mínimo, contente-se: não vai sentir nem o cheiro.
A vaidade altera regras, costumes e prazeres. Em nome de uma forma ideal estética imposta pelo “mercado”, se faz de tudo: estica-se a pele, em muitos casos deformam, transformando pessoas em figuras estranhas, como no caso de Michael Jackson, implantam-se silicone nos glúteos e seios para aumentar ou reduzir o volume, implantes de pênis, cirurgias estéticas vaginais entre outras, todas navegando no sétimo pecado capital.
Há mulheres expondo suas madeixas brancas afirmando não ser vaidade (talvez estética). Conheço pessoas que não pronunciam a idade nem por uma cocada preta, porém, na cara, mesmo o pós-reboco, se ver as pregas, sulcos, as gretas impostas pelo tempo. Não negaria minha vaidade, entretanto, também não me ponho diante do espelho acreditando na semelhança física notória com Brad Pitt e Allan Delon e menos ainda me furto a dizer minha idade e provar com certidão de nascimento, até porque respeito muito minhas sexagenárias pregas e as que o tempo decide carimbar em minha nordestina pele.
Outro dia assisti no Café Filosófico, uma pedagoga, falando dentre outras coisas que afetam o desenvolvimento da criança, a precocidade do contato com as telas como forma de brinquedo, pelo menos nos três primeiros anos, onde a formação e amplitude dos sentidos estão em pleno desenvolvendo.
Entretanto, fica impossível afastar as crianças das tecnologias e seria um erro ou uma vã ideia que elas não tendo contato com as tecnologias a partir de nós, estariam imunes, bobagem sem tamanho, uma besteira besta. A tecnologia faz parte da evolução humana e como tal é factível que todos possam dela desfrutar, mas as coisas não são tão fáceis, simples e românticas assim. Por trás de todo essa oferta, de que ela é necessária para você poder viver, ser feliz, há macabras ações dirigidas para nos tornar consumidores compulsivamente ativos, sem nenhum senso crítico e, quando somos capazes de resistir, eles dão vida limitada aos nossos aparelhos, nos obrigando compulsoriamente a nos livrarmos do antigo e correr à loja mais próxima.
Nos Estados Unidos existe uma lâmpada que está acesa há exatos 118 anos, em uma unidade dos bombeiros na cidade de Livermore, na Califórnia (EUA). Sem assim procedesse todas as lâmpadas, certamente, a Osram e Phillips já teriam quebrado. Projetar aparelhos com defeitos e peças pouco duráveis para que o consumidor tenha de comprar novamente é uma prática quase secular.
A indústria têxtil, no final do século XIX, começou a utilizar mais amido e menos algodão nos tecidos para reduzir sua durabilidade, incitando a consolidação da prática, como ferramenta de aumentar dividendos aos fabricantes. Em 1924, a General Electric, Osram e Phillips se reuniram na Suíça e decidiram limitar a vida útil das lâmpadas a 1.000 horas, sepultando sua possível útil longa vida.
Um grupo de consumidores franceses em 2017 acusou a Epson, HP, Canon e Brother de práticas destinadas a reduzir deliberadamente a vida útil de impressoras e cartuchos. Na França há legislação mais rígida, que tenta coibir tal prática.
Meu engando celular, começar a me enviar sinais que está ficando velho ou obsoleto, com menos de um ano de uso. Creio que anda vendo as ofertas do Magazine Luiza, para desespero dele, vou usá-lo até seu último suspiro. Ora, ele J8 Prime Dual, Android…Eu J60, estou novinho em folha.
Organizando meus arquivos encontrei esta relíquia: Vt da campanha de Narciso Mendes para o Senado, pelo estado do Acre. Em 1990 dirigia o departamento de arte e cenografia do Jornal e Tv Rio Branco, fui convocado para fazer a criação da campanha de Narciso Mendes. Foi um trabalho desafiador, pois seria minha chance de fazer algo fora da curva, do que havia posto. E algumas peças foram inovadores, pois, simulavam “efeitos”, de um equipamento que chamávamos pela sigla A.D.O. até então só usado pela Globo e grandes produtoras da região sudeste.
Um dos Vts tinha logo na primeira cena um livro abrindo suas páginas e delas surgiam imagens em movimentos que preenchia a tela, um outro tinha a imagem de uma pessoa em silhueta, em um birô, fechando gavetas e saindo, indo embora, simulando a cadeira que estaria vazia no Senado – Lembra Renato Severiano? -, outro de Célia, que o nome girava em seu eixo 360 graus.
Mas, o que chamou atenção foi o que trazia – ver VT – a fotografia de Narciso girando. Muitas polêmicas foram criadas pelos adversários acusando Narciso de gastar milhões de reais com publicitários e produtores de renomes, que fazia a campanha mais cara já vista no Acre.
Entretanto, forçaram tanto a barra que passei quase toda campanha explicando, em entrevistas, como a gente tinha feito a nosso “A.D.O de Cozinha” – lembra Nadja Faria?
Pois muito bem, aqui vai: No Acre, em horário de verão, o fuso é de três horas, isto é, Jô Onze e Meia, terminava as 9h e, eu, Maria e Machiel Jackson e Wesley ficávamos com o estúdio só para nós, para gravarmos comercias, fazermos testes…
Neste Vt, trabalhamos das 21h, até umas 5h da manhã gravando, na esperança de obtermos 5” de vídeo, o que, de fato, conseguimos.
Calma, explico: Com duas fotos de Narciso, duas linhas de nylon de 10 metros cada, cruzei diagonalmente e o meio colei nas costas de uma das fotos, colando as duas fotos de costa uma para outra fazendo um sanduíche das linhas. Depois amarrei as duas pontas de cima na parte superior do estúdio e as outras duas eu torcia, soltava, fazendo a foto girar e o Michael Jackson filmava e Wesley na ilha gravava, Estes cinco segundos nos custaram a noite inteira.
Os outros depois eu conto. Ufa! Fazer publicidade nos anos 80/90 não era fácil.
Sou uma criança de sonhos que o tempo ruiu, uma adolescente sem esperança que há muito, já partiu.
Sou mulher e mãe de tantos quantos a vida me fez parir, sentimentos de dois e ter quatro para chamar de meus.
Sou avó de quatro, cinco, seis…e de tantos outros que ainda virão! A velhice, ali no espelho, retrata sem pesar, as rugas marcam o rosto que, às vezes já não conheço os cabelos em desalinho, desobedientemente se branqueiam.
Sou órfã, adotei sentimentos por vez, na memória, ainda sã, que precisa registrar, contar o que passou, com o que sonhei passar e não deixar a idade me calar.
Fico pensando no tempo que se perde quando não se pensa, não recicla, não abraçamos quem amamos, não confortamos a tristeza, não alimentamos quem tem fome, não falamos a verdade, quando só ela traz certeza e alívio.
Perdemos tempo em tristeza sem prazo, em olhar sem ver, em chorar pelo que se foi, em deixar de viver.
Perdemos tempo se não aprendemos, se não evoluímos, se não ouvimos sem absorver.
Perdemos tempo quando alimentamos o lobo, quando não perdoamos e libertamos as dores. perdemos muito tempo sofrendo pelo que não tem perdão e essa dor só doe em nós.