Nem só de pão vive o artista
O grande @hermetopascoal, o gênio da “raça” publicou em sua página oficial do Instagram uma caricatura assinada por mim, o que já fizeram outros artistas não menos importantes: a bela negra Zezé Motta; o paraibano Chico César; o Nando Cordel; o sambista Luiz Ayrão; Raimundo Fagner, que às 5h da manhã me passou uma mensagem por WhatsApp elogiando a caricatura e se pondo à disposição, outros ícones da arte que agora não consigo acionar minha raquítica voluntariosa memória, dentre muitas outras pessoas que não orbitam o mundo das artes.
Isto é o que, de fato, traz um pouco de paz, alento e importância e satisfação íntima, afago e felicidade à alma. Sei que alguns perguntarão “e o dinheiro não importa?” Ora, dinheiro é o dinheiro e pode comprar tudo que é visível, e quando pode, compra. Logo o dinheiro é importante para se comprar o que ele pode comprar.
Mas voltando ao prazer do artista. Não tenho dúvidas que o dinheiro não está nas primeiras linhas e não é o objetivo principal, não que artista não deva ter, querer e precisar de dinheiro, ao contrário a arte deveria ser muito bem remunerada, porém, isto é outra história. Lembrando aqui uma cena que ficou tatuada na memória, um cantor na calçada do shopping MadWay – Natal/RN – dedilhava seu violão soltando a voz apenas para uma criança sentada no chão o ouvia atentamente. Não me causaria espanto algum se aquele músico que ao final de sua apresentação enfiasse sua viola no saco e tivesse sido sua plateia apenas aquela garotinha, certamente, estaria ainda, com o peito acarinhado, pois sua música, sua arte alcançou outro coração, pois é sabido por todos que arte é para emocionar.
O solitário músico é o cantor e compositor Alan Persa, que hoje, arrasta milhares de pessoas para ouvir e encantar “nosotros” potiguares. “Não importa o tamanho da plateia, faça sempre o seu melhor” – @alanpersa
De volta às vacas magras. Claro, que o afago destes ícones das artes me deixa envaidecido e grato, por um lado demonstra que eles além de serem o que são, também são seres humanos que como nós têm sentimentos e gostos, podem tomar um sorvete de baunilha na praia, como da mesma forma gostar de uma caricatura desenhada por um cabeça chata, vindo lá dos cafundós do principado de Baixa do Chico – Afonso Bezerra/RN.
Ah! E se você é um dos que acredita que isto é pouco, espere para ser elogiado por Hermeto Pascoal ou outro mostro sagrada das artes, cultura, e então, rejeite.
Brito e Silva – Cartunista