Só No Blog Mesmo

0

Barrados no São João

Sempre fui muito ligado com as coisas do sertão, talvez, por alimentar um conselho simples que meu velho pai – in memoriam – seu Luiz, sempre que tinha oportunidade não a perdia e olhando nos meus olhos dizia “nunca esqueça de onde você veio”, não sei se queria dizer “nunca me esqueça” ou se “não esqueça sua terra” misturei tudo, fiz um angu e não o esqueço as coisas do meu torrão e muito menos deles, apesar de sua partida pré-matura – digo eu –. Todos ou quase todos os dias estou com ele ou ele está comigo, o certo é quando a saudade bate me chamando à porta com intuito de minar meus olhos os dedos no teclado do computador acionando o play e “Vai boiadeiro que a noite já vem…” invade a alma e sua presença me preenche mandando a saudade embora.

Nesse período junino, não a menor dúvida que estaria – talvez esteja – em sua cadeira de balanço sob a sombra de uma frondosa mangueira, plantada por ele, com a caixa de som conectada a uma extensão que saía de uma tomada da sala de casa que atravessava a rua para alimentar a alma e o seu coração impulsionando a música do Rei do Baião, Luiz Gonzaga a todo volume. Certamente, aquele pé de mangueira, ali em Parnamirim também sente falta do seu som.  

Vendo os festejos de São João na Estação das Artes, lembrei de um tempo aonde o povo se apinhava na estação transitando pra lá e pra cá, não para forrobodear, mas para viajar de uma cidade para outra, na verdade, até de um estado para outro, pois a ferrovia ligava Mossoró à Souza, na Paraíba. Pois muito bem. Peguei o trem de volta ao passado, atiçado como se uma caldeira de Maria Fumaça fosse, fazendo parada lá no bairro Paredões em meados dos anos 70, onde com alguns amigos havíamos planejado uma viagem junina para interior, mas precisamente à cidade de Mineiro, hoje Frutuoso Gomes.

Minha mãe, dona Geralda, fez uma bermuda e uma calça, do mesmo tecido, com estampas típicas quadriculadas e uma camisa nos mesmos moldes e estilo. Malas prontos, lá se fomos nós, uma reca de adolescente para estação, talvez para a maior aventura de nossas vidas sem a presença de adultos para nos pôr na “linha”. Íamos para casa de parentes de um amigo que morava na nossa rua – o qual, por razões do tempo e decerto do trauma, não lembro seu nome nem dos outros colegas – a viagem já foi uma aventura, a agitação nas estações das cidades em que o trem passava, gente subia, gente descia, vendiam milho assado, cozido, canjica, bolo pé-moleque, da moça, sanfoneiros tocavam “Santo de Barro” música de Iramar Leite, sucesso na época gravado pelo Trio Mossoró.

Se não me falha a memória – o que é quase impossível não fazer – em Caraúbas entrou um cego com óculos escuro de camisa Volta ao Mundo, verde de doer, proferiu uns versos de cordel, aplaudido saiu, com a mão estirada, colhendo moedas dos passageiros, desceu ao terceiro apito, o trem já em movimento olhei pela janela, estava o “cego” contando os Cruzeiros colhidos. 

Em Mineiro, já “imperiquitados”, à noite descemos para o centro da cidade na companhia de Maria, que morava de parede e meia da casa que nos hospedava, e suas amigas. Eu confesso, me apaixonei pelos olhos castanhos cor de mel, cabelos lisos que adornavam parte das ancas e das pernas bem torneadas, de seu corpo que parecia um genuíno Geannini, isto é, todos nós estávamos “arriados os quatros pneus” por Maria. A caminho já imaginava dançando xote fugando naquele pescoço.

Na praça, todos “anchos” nos fazendo de importantes, quando fomos cercados por outros jovens, que simplesmente nos indicaram o caminho da estação, se não quiséssemos apanhar, como não sou afeito a surras, convenci os outros. Partimos para estação, esperando o amanhecer trazer o trem, passamos a noite ouvindo o forrobodó troar.

Na prancheta

Sobre a prancheta dois cordéis que estamos ilustrando. “Meu Último Poema” escrito pelo amigo Antônio Nilson aonde faz nos primeiros versos um convite à reflexão antes da partida final. “Os Crentes de Antigamente”, lavra do poeta Galego Jucuri. Ambos poetas de primeira linha, lá da boa terra de Santa Luzia.

Pelé

Já em solo do “liberté, égalité, fraternité o cartunista potiguar Joe Bonfim para os preparativos da exposição somente com cartunistas brasileiros tendo como tema o Rei do Futebol, o nosso Pelé. Exposição que será inserida no Festival de Humor de St Just Le Martel, na França, em setembro de 2023.

Estrela

Juro que não queria – mentira: estava com os dedos coçando – em falar no meu “Fogão” liderando o campeonato brasileiro de 2023 e sendo tratado pelos “globais” como candidato a campeão. Sei que alguns insatisfeitos, agora, depois do VAR, não têm mais aquela “ajudinha” dos juízes, dirão que isto é “fogo de palha”. Outro dia um “invejoso” taxou o Botafogo de estrela cadente.

Ah! Um abraço aos amigos Edilson Pinto e Josias Arruda, torcedores daquele time, apesar de dizerem que “praga de urubu” não pega, ainda assim, não ouso dizer o nome.

Caricatura

Caricatura do cartunista sírio Abdulhadi Shammah, para o The 1st.International Caricature Competition/Egypt,2023.

Frase

“Estão fazendo um aborto comigo, me tirando do útero” – Bolsonaro

0

Adeus, Paulo Souto

Adeus, Paulo Souto

Na manhã deste domingo,11, a música potiguar desafinou, perdeu um de seus ícones, morreu o cantor e compositor Paulo Souto, líder da banda DuSouto, que embalou as noites natelenses.

Nossa singela homenagem ao Txio Paulinho, assim carinhosamente chamado pelos mais íntimos.   

0

“Negro bufento”

Muitos falam em racismo com a distância e a ignorância voluntária que lhes são embalados. Apesar dos negros – nós – serem mais de 60% da população brasileira, ainda assim sofrem os efeitos de uma sociedade branca escravagista – haja vista às últimas notícias de trabalho análogo(?) à escravidão em vinícolas do Sul do país, entre outras tantas – que se camuflam numa hipócrita e puída retórica de não ser racista e preconceituosa.  

“Não sou racista, tenho até amigos negros”. Quem nunca ouviu esta infame frase? E muitas vezes vomitadas por pessoas que têm a epiderme um pouco mais clara, entretanto, a melanina não permite sustentarem por milésimo de segundos seus descarados e voluntários preconceitos que as fazem negar sua raça e suas origens.

Ser negro está além da cor da pele. Existem negros brancos e brancos negros. Vinícius de Morais se dizia o branco mais preto do Brasil. O grande Paulo Freire cunhou “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor”. Esta veste perfeitamente, como se sua pele fosse o “negro branco”: aquela pessoa comum que assumiu um cargo e por estar numa função de poder esquece de onde veio e quem é, passando a se comportar e usar toda arrogância, ar de superioridade e aridez que antes sofrera e que certamente seu cargo, talvez, iluda que a proteja. Mas, um “negro esbranquiçado” também pode ser uma pessoa do alto escalão social, um parlamentar, um malta, um magno, um pastor evangélico, um cantor, um fundamentalista religioso, o senador Magno Malta(PL/ES), que certamente, sua cútis o denunciaria em qualquer país europeu ou nos Estados Unidos como negro.

Estes “negros desbotados, bufentos” pela falta de consciência ou meliantemente usam a dor alheia para ficar “bem na fita” junto a horda que ora surgiu à tona, emergida das profundezas dos esgotos em que permanecia em letargia esperando ser despertada e, como uma besta foi acordada, incentivada e alimentada pelos fascistas, neonazistas que foram ungidos ao poder em 2018.

Voltando ao malta, o senador Magno, que em uma fala racista ofendeu a todos nós humanos, brancos, negros, que indiscutivelmente mascarado por sua burrice ou ruindade voluntária, tentou minimizar os ataques sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, vomitando uma infeliz e intencional fala: “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”. O senador vai à Comissão de Ética do Senado, mas o corporativismo será atuante e, provavelmente, não será cassado, nos jogando nas fuças como somos um país que mantém no seio da sociedade a hipocrisia bem nutrida.

Ser negro é preciso ter negritude, ter coragem, honestidade, ética, hombridade, ser humano. Vinícius Júnior, na Real, você é maior que um time, um malta, um magno, maior que o preconceito que um dia haveremos driblá-lo e vencê-lo. Viva os negros, vivas os brancos, vivas aos humanos. Vivas a Vinícius Júnior.

Exposição

Obrigado a Ernesto Guerra diretor da Aliança Francesa/Natal, ao cartunista Brum, um dos melhores do Brasil, carioca que aqui se aportou depois de tomar um “caldo” nas águas de Ponta Negra e ao amigo Joe Bonfim cartunista potiguar que há 34 anos faz fama pelas terras do “Liberté, égalité e fraternité” sendo o embaixador do cartum potiguar na Europa. Obrigado, amigos pela oportunidade de estar juntos com vocês na Exposição “Um Pour Tous…E Todos Por hUmor”.

Exposição II

O cartunista potiguar Joe Bonfim, por morar na Europa, mais especificamente, é incansável na luta para expandir e fomentar o cartum norte-rio-grandense e brasileiro além de nossas cercanias, e juntamente com o Grupo Brasil-Cartuns convida caricaturista brasileiros para exposição com o tema Pelé. Exposição será inserida, no maior Festival de caricaturas do mundo, em St Just Le Martel. Na França, em setembro de 2023.

Pelé

Caricatura para exposição na França, no Festival St Just Le Martel. em setembro de 2023.

Frase

“Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”, senador Magno Malta (PL/ES).

Nossa coluna na revista PAPANGU

0

Magno Malta

Depois da exposição racista odiosa, nojenta e doentia feita pelo senador Magno Malta(PL/ES) sobre os ataques sofrido pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, que vai à Comissão de Ética da Casa, acabou de ser premiado com a Segunda vice-Presidência da CPMI – Comissão Mista de Inquérito que irá investigar a tentativa de golpe de Estado no último 8 de janeiro.

Não há dúvidas de uma boa parte da nossa sociedade brasileira está doente. 

0

Chico Lopes

Morreu nesta quinta-feira (11), aos 85 anos, o cantor e compositor mossoroense Chico Lopes, que ficou conhecido como “o astro de Mossoró” na década de 1990, com a música “Fã de Eliane”. 

A música faz uma homenagem à cantora Eliane do Forró. O cantor Chico Lopes foi vítima de um atropelamento na avenida Dedé Brasil, em Fortaleza, onde morava.

Nossa homenagem ao músico da Boa terra de Santa Luzia. 

0

Abril é o manster!

Longe de mim ser supersticioso e muitos menos acreditar em coisas do além. Entretanto, em sexta-feira 13 não passo embaixo de escadas nem por cem e uma cocada preta de rapadura Cariri, se o segundo que se aproxima ventila a possibilidade de um gato preto cruzar meu caminho, logo mudo a direção e se isto for impossível fecho os olhos; também não ando em casa mal-assombrada, morro de medo de alma. Todos sabem que é melhor prevenir que remediar, assim sendo, arriscar não é preciso, né não poeta?

Digo e reafirmo não acredito nessas “besteiras”. Mas carrego sempre comigo uma figa e uma folhinha de arruda no bolço esquerdo da calça e uma moeda do último dinheiro que recebi, não é por nada não, mas como diz a moçada “vai qui…”. E cá pra nós, têm alguns meses do calendário gregoriano que me trazem uma felicidade danada, abril é um deles, talvez o maior, talvez não, seguramente é o maior deles. Em 27 de abril nasceu minha filha mais velha Pollyanne Brito, 29 sua filha, minha neta Valentina; Jade Brito no 23, meu neto mais novo, João Miguel em 24 de abril e uma outra filha do coração, Priscilla Cibelle, que faz párea com Jade, também sua filha Sarah que veio ao mundo em 4 de abril, sem falar do 5 que é aniversário do meu genro Roberto. Para mim, não poderia ser um mês mais alvissareiro, repleto de sorrisos e alegrias esborrotando por todos os lados.

Pois muito bem, pensei que abril já havia esgotado suas benesses comigo, ledo engano, me aparece o cartunista Joe Bonfim – desenhista potiguar que mora na França há 34 anos – acompanhado de outro grande chargista Brum, me convidando para fazermos uma coletiva na Aliança Francesa e, assim se fez. Em uma semana pulsemos a exposição na parede da Aliança. Na primeira reunião conheci Ernesto Guerra, diretor da AfrNatal onde ao sabor de um cafezinho feito por seu Ranulfo com assistência luxuosa da secretária Irlanda criou-se a ideia e no nome da exposição “Un Pour Tous…E Todos Por hUMor” uma referência direta ao clássico ao slogan do romance do escritor francês Alexandre Dumas, no seu livro “Os Três Mosqueteiros”, que tem como protagonistas os espadachins Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan, porém, nosso slogan é muito mais modesto e em bom português seria “Um por todos e todos por humor”, lá fomos nós de lápis em punho. Como “Os três Mosqueteiros” que são quatro, também fizemos nossa “trinca” de quatro: Brito, Brum, Bonfim e Ernesto, nosso D’Artagnan. Vivas para abril, ao Brum, vivas ao Bonfim, vivas para Ernesto, vivas para o cartum potiguar!

Que os outros 11 meses não me escutem: mas, abril é assim, é o monster!

Exposição

A nossa exposição “Um Pour Tous…E todos por hUMor” com caricaturas, charges e cartuns estará na Aliança Francesa até 12 de maio, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

Livro

Recebi do Memorial da América Latina o livro “Latinidades – 100 anos em discos” que traz a história de vários músicos das Américas, este vem ao encontro do que estou gestando aqui na terrinha, guardando as devidas proporções. Na verdade, estou publicando no site www.blogdobrito.com 100 caricaturas, acompanhada de um pequeno perfil de 100 músicos potiguares de nascimento ou por adoção, que fazem essa caudaloso caldo da cultura norte-rio-grandense, que em algum momento vai virá um livro.  

Lamúrias

Fala-se pelos corredores assombrados do Congresso Nacional que a oposição anda chorosa com ar de arrependimento pela insistência na instalação da CPMI – Comissão Mista de Inquérito que irá investigar o atentado golpista de 8 de janeiro de 2023. Haja vista, a fala do senador potiguar – vergonha nossa – Rogério Marinho reclamando que o Governo pretende a presidência e relatoria. Ora, seu Marinho, ainda é cedo para lamurias.

Frase

“A fraude está no TSE – para não ter dúvida -” Bolsonaro sobre as eleições de 2014.

Caricatura

Caricatura do ator argelino Athmane Ariouet Osmam para o Festival Internacional da Argélia 2023. Estamos entre os 20 finalistas.

0

Feliz Aniversário Jade Brito

Bom dia, filha minha. Feliz Aniversário. Para muitos, hoje, talvez seja é apenas mais um domingo, mais um 23 de abril, mais o dia que se soma a outros fazendo a corrente do tempo, sem muita importância, não para nós, digo, eu, sua mãe e, certamente, para todos que a amamos. Nesta data de 23 de abril, há 28 anos você chegava para nos iluminar, somando-se a outras estrelas de nossa constelação e assim, tornando nossa jornada mais feliz e generosa.

Hoje deve ser e, será um dia a se comemorar, um dia para agradecer: comemorar todos os outros dias de risos, de alegrias e felicidades que já se foram, mas que nos renovam ao lembrarmos, um dia para reafirmar que a vida é bela e é construída por pequenos fragmentos, pequenas porções de momentos que esperamos e torcemos para que não acabem: quando João sorrir pra você, quando Lívia lhe abraça, quando Lívia chamou mamãe pela primeira vez, estes são instantes, fico certo, que não foram eternos, mas permanecem frisados, congelados e quando você dá o play acontece a magia como da primeira vez: fica feliz.

Agradecer? Sim agradecer. Agradecer pelas lutas, pelas batalhas vencidas, agradecer à fé que lhe move com a certeza da vitória final sobre essa nefasta e odiosa doença. Sei da sua determinação, coragem e força que a impulsiona, nós: eu, sua mãe, Roberto, seus irmãos e irmãs, por João e Lívia acreditamos que a vitória final está próxima e, certamente, no próximo 23 de abril, estaremos enfrentando outras batalhas, porque esta “guerra” estará vencida. A vida é assim, como um barco em águas calmas, outros dias caudalosas, ainda outros em correntes serenas ao sabor do vento norte, que nos levará ao porto seguro, sem esquecer que navegar é preciso. 

Feliz Aniversário filha minha. Você é nossa jóia rara. 

Do seu pai.

Brito

0

Feliz Aniversário Priscilla

Eu gosto de escrever e não tenho medo de ser piegas, cafona, fora de moda e muito menos ser taxado sentimental demais, até diria “Sentimental eu sou, eu sou demais”. Não digo que seja modismo, tendências ou coisa que o valha, mas a mim, parece que as pessoas andam tristes, raivosas, sem saberem a onde ir, muitas se assemelham a zumbis, corpos sem almas, olhos sem brilho.

Para viver uma vida que vale a pena, certamente, a prescrição não é ficar inerte na janela vendo-a passar em outros rostos, em outras pernas que correm a procura do futuro, no sorriso da criança. Viver é chorar, sorrir, cair, levantar, lutar, vencer, ser vencido, ser humilde sem ser arrogante, ser dócil sem ser submisso.

Como diz a música de Renato Teixeira e Almir Sater “É preciso amor, para poder pulsar, é preciso paz para poder sorrir, é preciso a chuva para poder florir”, logo para se viver uma vida que vale a pena ser vivida é preciso um coração amoroso. Falo de boca cheia sem medo de morder a língua “você tem esse coração”.

Você soube escolher a semente, semeou, regou e agora começa a colher os frutos de uma vida que vale a pena ser vivida, que assim o diga suas princesas: Laura e Sarah. Parabéns, Priscilla Cibelle! Que assim permaneça, que se faça felicidades em todos os seus dias. Feliz Aniversário!!!

Brito.

0

“Un Pour Tous …E todos por hUMor”

Aí estão os três “Musquiteiros”, tal qual como Dumas escreveu, não são três, mas quatro: Brito, Brum, Ernesto e Bonfim.

“Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu”, diz o poeta Chico Buarque, o quê de fato, não é o meu caso. Mas, que estou me sentindo, isto é uma grande verdade, estou sim. Não importante ou coisa que o valha, porém muito feliz e agradecido pela noite de ontem,12.

Agradecido ao Ernesto Guerra diretor da Aliança Francesa, que nos cedeu este belo espaço nos proporcionando a viabilização da exposição “Un Pour Tous …E todos por hUMor”; agradecido ao conterrâneo norte-rio-grandense o multiartista Joe Bonfim cartunista, músico e compositor, comedor de camarão e jerimum que viva nas “zoropá” há 34 anos, especificamente na França, mas não esquece suas origens e todos os anos nas terras brasilis passa pelos menos um trimestre, que teve a coragem de me convidar para junto com ele e Brum fazermos essa bela coletiva; agradecido ao genial cartunista Brum, carioca, que ao banhar-se nas águas mornas da Praia de Ponta Negra fincou a pena e marcou morada na terra de Poti, aqui trabalhou no Correio da Tarde e Tribuna do Norte, fez família e se tornou um potiguar de coração.

Muito me sentindo sim, feliz e agradecido. Agradecido aos amigos que disponibilizaram seus precisos tempo para ir ver nossas caricaturas, charges e cartuns nos oportunizando encontros e reencontros – não citarei nomes, porque certamente o “galego” me levaria ao esquecer a maioria -, de fato, a noite ontem foi maravilhosamente ótima. 

Estou me sentido, importante? Não! Vaidoso? Talvez um “pouquito”, não apenas pelo evento – já faço isto há mais de 40 anos – mas, como disse antes, pelo fato de ter podido, com ajuda dos amigos Joe, Brum e Ernesto, reunir filhos, netos, até lá do Chile minha filha e meus netos se fizeram presentes, amigos pelos encontros, apesar de haver tantos desencontros pela vida. 

Continuo me sentindo, na verdade sou agradecido a minha família, porque sem ela na disso faria sentido. 

PS: Obrigado a seu Ranulfo, guardião da chave da Aliança Francesa, que nos ajudou na montagem da exposição, sem esquecer a gentil Irlanda, secretária de lá. 

Brito e Silva – Cartunista

0

Expo

Vernissage:Na próxima quarta-feira, eu, Joe Bonfim e Brum Chargista estaremos expondo na Aliança Francesa, em Natal. Na abertura o cartunista/músico Joe Bonfim, recepcionará os presentes tocando bossa nova em francês, músicas que estão em seu CD lançando no Brasil e França e, também fará caricaturas dos interessados.

A venissage acontecerá na próxima quarta-feira,12/04, das 18h às 19h, na Aliança Francesa. A “Um Pour Tous…E todos por hUMor” – Exposição de caricatura e cartuns de Bonfim, Brum e Brito permanecerá até 12 de maio, aberto ao público de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. A exposição “Um Pour Tous…E todos por hUMor” traz desenhos de cartoons e caricaturas com total de 60 trabalhos, sendo 20 desenhos de cada artista.

0

Hermelinda

Hoje, 1º de abril a cultura do nordeste, do Brasil e principalmente do Rio Grande do Norte ficou mais pobre, morreu Hermelinda de Almeida Lopes, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, onde também será o velório e sepultamento. 

Cantora, compositora iniciando sua carreira, juntamente com seus irmãos Carlos André e João Mossoró fundaram, nos anos 50, o Trio Mossoró e, por décadas fizeram sucesso com forró pé de serra.   

0

Moby Dick é uma sereia

É verdade que a idade nos oferece um salvo-conduto para andarmos meio desligados – alguns dizem que já é a “sombra do alemão”, o que de fato, para mim é uma ótima vestimenta, pois incessantemente fui meio “aéreo”, quase sempre me diziam que viva no mundo da lua. Quando estou escrevendo, desenhando ou lendo me deixo levar, o mundo ao meu redor fica pequeno e distante, com exceção da música que toca no aparelho de som, na verdade ela a via que leva a caminhos outros.

Também é certo que por vezes passo do ponto, estou pra de Marrakech, às vezes quase em órbita do rebaixado Plutão, necessitando que Maria me traga de volta, depois de vários “Britooo”. Quando não dou sinal de vida, me cutuca reclamando:

 – Menino, você tava aonde? 

E sem nenhum pudor respondo em cima da bucha:

– No mundo da lua.

– Pois, tá na hora voltar pra terra.

– Pra quê?

– Homi, atenda o telefone. O “homi” é sinal que ela não está de para brincadeiras, seu humor anda em baixa e sua menopausa está em ação, obrigando-a a cara de poucos amigos, logo dou um jeito de aterrissar, não sou besta nem nada.

Sérgio Brito, dos Titãs, diz em sua música Epitáfio “O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído”, pode ser uma verdade ou não – como diz Caetano – sei que outro dia, apesar de estar bem distraído – na companhia de Pablo Picasso, imaginando caricaturá-lo para o Festival Internacional de Cartuns, por ocasião de 50 anos de sua morte – percebi, na minha visão periférica, algo passar rápido por minha porta em direção à cozinha, levantei-me e fui ver, era um balão que João Miguel gosta de brincar.

E o balão, empurrado pelo vento acertou minha porta, entra sem pedir licença e corriqueiramente João reclama sua presença e lá vou eu entregá-lo, isto com uma constância de algumas centenas de vezes por dia. Outro dia devolvendo o balão:

– Pegue João sua baleia!

– Papai isto não é uma baleia. Observou Jade.

– Como não? Veja o formato, baleia. 

– Pai, olhe direito. Veja o que está impresso!

Olhei, logo de primeira enxerguei o que olhava e não via, para minha decepção do tamanho do balão, de um lado e de outro, a impressão colorida de uns 50x80cm de uma sereia. Ora, eu que viajava a bordo do baleeiro Pequod em busca de Moby Dick agora, vou ter que me contentar com a pequena sereia. Pois sim. E agora? Como vou me explicar para João Miguel (10 meses) que aquilo que venho lhe dizendo há mais de 4 meses, que sua Moby Dick, na verdade é uma sereia?

Pollyanne Brito

Minha filha mais velha Pollyanne Brito, neste 1º de abril estará voando às terras do poeta Pablo Neruda, correndo o risco de pagar excesso de bagagem, pois nas malas, clandestinamente, vão nossas saudades, lá vai ter com seu irmão – meu primogênito – Alex Polary Brito e com seus sobrinhos Aléssia, Enzo e com minha nora (filha) Sanara. 

Ainda assim, vai ficar muita saudade no bornal.

Grande Mídia

É sabido pelo mundo e os filhos de seu Raimundo, que a chamada “a grande mídia” do sul maravilha, não dará, aliás, nunca deu, não dá e nunca dará trégua ao Presidente Lula. No máximo divulgar o que não pode omitir, mas ferreamente analisando negativamente que puder, desde a unha encravada aos fios brancos de sua cabeça e, não é por seus erros, talvez, por seus acertos, mas prioritariamente por preconceito. Ô turminha ordinária.

Moro

Moro é laconicamente imoral.

Frase

“Aqui não há nada inédito: os Estados Unidos fazem isso há décadas. Eles têm suas armas nucleares tácticas posicionadas há muito tempo em território de seus aliados”, justificou Putin sobre colocar armas nucleares em Belarus.

Caricatura

Pablo Picasso desenhado para o GRAND CARICATURE AWARD MALAGA GRENET 2023”, do Instituto Cultural Peruano Norte-Americano, Arequipa/Peru, por ocasião dos 50 anos da morte do pintor cubista espanhol.