“Negro bufento”

Muitos falam em racismo com a distância e a ignorância voluntária que lhes são embalados. Apesar dos negros – nós – serem mais de 60% da população brasileira, ainda assim sofrem os efeitos de uma sociedade branca escravagista – haja vista às últimas notícias de trabalho análogo(?) à escravidão em vinícolas do Sul do país, entre outras tantas – que se camuflam numa hipócrita e puída retórica de não ser racista e preconceituosa.  

“Não sou racista, tenho até amigos negros”. Quem nunca ouviu esta infame frase? E muitas vezes vomitadas por pessoas que têm a epiderme um pouco mais clara, entretanto, a melanina não permite sustentarem por milésimo de segundos seus descarados e voluntários preconceitos que as fazem negar sua raça e suas origens.

Ser negro está além da cor da pele. Existem negros brancos e brancos negros. Vinícius de Morais se dizia o branco mais preto do Brasil. O grande Paulo Freire cunhou “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor”. Esta veste perfeitamente, como se sua pele fosse o “negro branco”: aquela pessoa comum que assumiu um cargo e por estar numa função de poder esquece de onde veio e quem é, passando a se comportar e usar toda arrogância, ar de superioridade e aridez que antes sofrera e que certamente seu cargo, talvez, iluda que a proteja. Mas, um “negro esbranquiçado” também pode ser uma pessoa do alto escalão social, um parlamentar, um malta, um magno, um pastor evangélico, um cantor, um fundamentalista religioso, o senador Magno Malta(PL/ES), que certamente, sua cútis o denunciaria em qualquer país europeu ou nos Estados Unidos como negro.

Estes “negros desbotados, bufentos” pela falta de consciência ou meliantemente usam a dor alheia para ficar “bem na fita” junto a horda que ora surgiu à tona, emergida das profundezas dos esgotos em que permanecia em letargia esperando ser despertada e, como uma besta foi acordada, incentivada e alimentada pelos fascistas, neonazistas que foram ungidos ao poder em 2018.

Voltando ao malta, o senador Magno, que em uma fala racista ofendeu a todos nós humanos, brancos, negros, que indiscutivelmente mascarado por sua burrice ou ruindade voluntária, tentou minimizar os ataques sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, vomitando uma infeliz e intencional fala: “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”. O senador vai à Comissão de Ética do Senado, mas o corporativismo será atuante e, provavelmente, não será cassado, nos jogando nas fuças como somos um país que mantém no seio da sociedade a hipocrisia bem nutrida.

Ser negro é preciso ter negritude, ter coragem, honestidade, ética, hombridade, ser humano. Vinícius Júnior, na Real, você é maior que um time, um malta, um magno, maior que o preconceito que um dia haveremos driblá-lo e vencê-lo. Viva os negros, vivas os brancos, vivas aos humanos. Vivas a Vinícius Júnior.

Exposição

Obrigado a Ernesto Guerra diretor da Aliança Francesa/Natal, ao cartunista Brum, um dos melhores do Brasil, carioca que aqui se aportou depois de tomar um “caldo” nas águas de Ponta Negra e ao amigo Joe Bonfim cartunista potiguar que há 34 anos faz fama pelas terras do “Liberté, égalité e fraternité” sendo o embaixador do cartum potiguar na Europa. Obrigado, amigos pela oportunidade de estar juntos com vocês na Exposição “Um Pour Tous…E Todos Por hUmor”.

Exposição II

O cartunista potiguar Joe Bonfim, por morar na Europa, mais especificamente, é incansável na luta para expandir e fomentar o cartum norte-rio-grandense e brasileiro além de nossas cercanias, e juntamente com o Grupo Brasil-Cartuns convida caricaturista brasileiros para exposição com o tema Pelé. Exposição será inserida, no maior Festival de caricaturas do mundo, em St Just Le Martel. Na França, em setembro de 2023.

Pelé

Caricatura para exposição na França, no Festival St Just Le Martel. em setembro de 2023.

Frase

“Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”, senador Magno Malta (PL/ES).

Nossa coluna na revista PAPANGU

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