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Prêmio Vladimir Herzog

Natal, 26 de outubro de 2020

Aos  meus netos.

Ontem,25, foi realizada a cerimônia de entrega do 42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Por causa da pandemia, parte foi gravada e transmitida pela internet.

O Vladimir Herzog é o maior e mais importante prêmio da imprensa brasileira, que presta homenagem e reconhece o trabalho de jornalistas, repórteres fotográficos e artistas do traço que, por meio de seu trabalho cotidiano, defendem a Democracia, a Cidadania e os Direitos Humanos.

Quem foi Vladimir Herzog? Jornalista, professor e dramaturgo brasileiro naturalizado. Nascido na Iugoslávia, em 1937, filho de um casal de origem judaica. Durante a Segunda Guerra Mundial, para escapar do antissemitismo praticado pelo estado Croata, então controlado pela Alemanha Nazista, a família fugiu para a Itália, depois para o Brasil. 

Foi diretor do departamento de telejornalismo da TV Cultura, professor de jornalismo na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Militante do Partido Comunista Brasileiro, se tornando uma liderança de resistência contra a ditadura. Depois de se apresentar voluntariamente para “prestar esclarecimentos” sobre seu envolvimento com o Partido Comunista. Foi preso, torturado e assassinado, em 25 de outubro de 1975, pela ditadura, nas instalações do DOI-CODI, no quartel-general do II Exército, em São Paulo/SP. Seu assassinato foi negado pelas forças reacionárias, diziam que foi suicído, até uma foto emblemática, no qual aparece quase de joelhos com um cinto no pescoço amarrado a uma grade. Peritos – a foto desmistificava e desmentia – atestaram a impossibilidade de  alguém se enforcar daquela forma. 

Voltando ao Prêmio. Nenhum de nós, participantes do movimento CHARGE CONTINUADA em solidariedade ao cartunista Aroeira, ameaçado pelo Presidente da República, o famoso Capitão Bufão, o fez para ganhar prêmio. Mas sim, para demonstrar nosso apoio a um colega e defender a liberdade de expressão, hoje, tão atacada. 

Minha infância, adolescência e parte de minha vida adulta, foi sob o regime militar e lhes digo: ler, ouvir, falar, cantar, escrever, vestir, fumar, beber, desenhar não do seu jeito, mas do jeito que “eles” queriam. Viver com medo e sem liberdade não foi boa experiência.

Por isso, desde cedo decidi, dentro do meu micro-universo, travar luta em favor das liberdades e balizado por leituras e ensinamento de um Jovem Galileu, o qual lutava por justiça, segui em frente. Em 1979, entrei para o jornal Gazeta do Oeste, onde consegui ampliar meus horizontes e firmar meu pensamento. Participei do movimento sindical: gráfico e jornalístico, nos anos 80 fui para a Cooperativa do Jornalista de Natal, sob a batuta do velho comunista Luciano e, até hoje, luto, imagino e quero um mundo melhor para todos os trabalhadores.

Haverá quem queira minimizar ou desdenhar deste PRÊMIO DESTAQUE por se tratar de uma comenda coletiva, Ora direi: Ele é importante, e talvez, ficou maior, exatamente pela simbologia imprimida à luta de todos, visto que foi criado especialmente para esse movimento dos cartunistas:  

“De fato, foi tudo muito desafiador porque sem antecedentes e modelos. Tivemos que criar tudo do zero e baseado apenas em algumas experiências remotas que não tinham, nem de longe, a dimensão e a complexidade do PVH. Mas foi o possível neste cenário atual de pandemia e pandemônio”. Ana Luisa Zaniboni Gomes, curadora.

Mas, o que quero dizer é que não importam suas vitórias e conquistas, se elas não tiverem alicerces nas boas batalhas, nas causas justas, se assim não forem,  certamente, irão perecer sem honra. Lutem por justiça!

Brito – Cartunista 

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TERRIVELMENTE JUIZ

Por Paulo Afonso Linhares

Apesar do que o ex-ministro da Justiça Saulo Ramos disse sobre ele no autobiográfico “Código da Vida” (“Entendi que você é um juiz de merda!”), o homem colocou no Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello, se construiu como um dos grandes juízes daquela Corte mais do que centenária. Embora prolixo e quase sempre detalhista em seus votos, Celso de Mello tornou-se, nos 31 anos de atuação como membro da mais alta Corte brasileira, uma referência de julgador íntegro, liberal e progressista. Ao completar 75 anos vai para inatividade. Enfim, um grande magistrado deixa a bancada do Supremo Tribunal Federal nesse dia 13 de outubro de 2020, num dos momentos mais difíceis que esta nação enfrenta, nos seus múltiplos aspectos: social, econômico e político. 

O ministro Celso de Mello, com seu sotaque de forte acento paulistano e seus votos por vezes quilométricos, certamente será uma sentida ausência.  Saulo Ramos, genial advogado, decerto cometeu fatal equívoco: Celso de Mello jamais foi um “juiz de merda”. Foi integralmente juiz e, doravante, no belo tempo que lhe resta de existência, há de  experimentar a placidez do convívio de seus entes queridos. Sê feliz. Ave, Celso!

Um sobressalto, todavia, cercava a aposentadoria do ministro Celso de Mello: o presidente Bolsonaro, em momentos distintos, disse que nomearia um “ministro terrivelmente evangélico” , depois, que “tomasse cervejas com ele”. Nas duas afirmações um paradoxo inequívoco: fosse “terrivelmente evangélico” o futuro ministro não tomaria cerveja, porquanto não consumiria bebidas alcoólicas, como ocorre com os evangélicos.

Entretanto, somente dois requisitos  concorrem na escolha presidencial: notável saber jurídico e reputação ilibada. Posto que a reputação ilibada se baseie em circunstâncias quase sempre objetivas, o notório saber jurídico estaria sempre a ser submetido a complexas avaliações inter-subjetivas, tendo como objeto inevitáveis posicionamentos científicos e filosóficos, permeados, num plano mais fundo, por visões ideológicas e políticas.

O ministro Celso de Mello resolveu antecipar, por alguns dias, a sua aposentadoria e estabeleceu o dia 13 de outubro de 2020 para encerrar cinquenta anos dedicados ao serviço público. Grande Celso, que pouco ou nada fica a dever àquele que decerto fora a inspiração de seu nome, o filósofo Celso, o romano de origem grega que formulou o mais primitivo conceito do Direito (“ius est ars boni et aequi”: o direito é a arte do bom e do equitativo), e que levou à compreensão do que venha a ser a “justiça”.

Conhecedor de que o ministro Celso de Mello anteciparia a sua aposentadoria para o dia 13 de outubro de 2020, o presidente surpreendeu a nação ao anunciar que o seu indicado para substituir de Celso de Mello seria o desembargador federal Kassio Marques, do Tribunal Regional Federal de 1ª Região, competente magistrado há nove anos ( nomeado por Dilma Rousseff) que, por méritos próprios, já era candidato a uma vaga no Superior Tribunal de Justiça. 

A comunidade jurídica aplaudiu a escolha do presidente Bolsonaro, em especial a OAB que guarda, por seu presidente, Felipe Santacruz, enorme distância do Palácio do Planalto. Claro, no oceano de punitivismo penal que se tem no Brasil, inspirado sobremaneira pela ideologia ‘lavajatista’, a chegada de um juiz garantista ao STF –  entenda-se por garantismo penal a doutrina que tem como maior expoente e formulador o italiano Luigi Ferrajoli, que na sua acepção mais singela e que nos interessa aqui, seria um sistema de vínculos impostos ao poder estatal em garantia dos direitos dos cidadãos, sendo possível falar-se em níveis de efetividade  dessas garantias  previstas constitucionalmente e que se concretizam nas práticas judiciárias do Estado-juiz -, deve ser louvada como algo extraordinário, sobretudo, se essa realização pode ser atribuída a um governo de cariz ultraconservador como o do presidente Bolsonaro.

O garantismo penal de Kassio Marques está prefigurado em muitas das decisões que tomou na condição de desembargador federal do Tribunal Regional Federal da Primeira Região. Claro, ele pode continuar como garantista penal a exemplo do seu antecessor Celso de Mello, mas, poderá sofrer a mutação maligna – o beijo fatal do punitivismo penal – que contaminou gravemente Cármen Lúcia Antunes Rocha, Edson Fachin e, pasmem, Luiz Roberto Barroso. Antes de sentarem nas poderosas curuis da Corte Suprema brasileira, eram progressistas, garantistas, modernos e mesmo até esquerdóides, porém, o peso da toga os transformou em “terrivelmente” conservadores, obscurantistas e punitivistas radicais.

Assim, a boa expectativa é que Kassio Marques não abjure o seu passado de bom magistrado e que possa cumprir, no Supremo Tribunal Federal, onde decerto ficará por muitos anos, se Deus consentir, o bom e belo desígnio de revelar o direito nestes tempos estranhos de obscurantismo, barbárie e global pandemia. Salve.

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Pro dia nascer feliz

A passarinhada que faz pousada em um velho figo, aqui no pé de minha janela, hoje amanheceu mais alvoroçada do que nunca, com sons mais estridentes, nem parecia aquela sinfonia de ontem, anteontem e de sempre, que regida – digo porque vi – por um Bem-ti-vi de papo amarelo e às vezes auxiliado por um golinha anunciava o alvorecer.

Certamente, houve festa no céu. Todos cantando em tons diferentes,  entretanto, se dava para ouvir a alegria em um eufórico regozijo à vida de matar de inveja os raquíticos de imaginação. Essa turma muito me recordou uma que, ao “fechar” o jornal do dia, a Gazeta do Oeste, se dirigia com ligeireza de quem vai tirar o pai da forca, ao Kikão, ali na boa terra de Santa Luzia, mas na verdade ia beber água que passarinho não bebe e, se desse, pegar o sol com a mão. 

Lá Ferreira dedilhando Pombo Correio no seu companheiro violão em Si, alguns sem Dó, cantavam atravessado, enquanto ainda outros sacrificavam a harmonia batucando um samba para acompanhar. Mas, nada disto tinha relevância, pois, o que importava, de fato, era festejo à vida, amizade, alegria e cantar pro dia nascer feliz. Por isto digo e repito: Ontem, houve festa no céu e a passarinhada esbaldou-se. 

Brito e Silva – Cartunista

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É preciso saber viver

Larissa Brito

Natal-RN, 15 de outubro de 2020

Tenho 5 filhos, todos têm uma música e por razões diferentes, nas quais quando a saudade pensa em tocar a campainha, não dou a mínima soltando o som, revivendo momentos que, certamente, ainda teremos outros tão intensos ou melhores. Existe uma frase bastante popular, quando uma coisa é boa se diz: “Isto é música para meus ouvidos”. Ouvir de vocês pai, painho, coroa, é música para meus ouvidos. 

Você, Larissa minha bela bióloga, que não temos tempo para saudades, pois, nos falamos todos os dias, ainda assim, me dou ao luxo, depois de nossos longos papos, nos quais aprendo muito, com um clique no mouse vou ao Youtube ou me socorro do meu surrado – de surra mesmo, pois, o “bixin” apanha -, violão para tocar “É precisa saber viver”, e a cada frase me encanto com suas atitudes de quem sabe o que quer, mas como todos humanos responsáveis, têm dúvidas, entretanto, com ciência que “É preciso saber viver”. 

Quem espera que a vida 
Seja feita de ilusão 
Pode até ficar maluco 
Ou viver na solidão 
É preciso ter cuidado
Prá mais tarde não sofrer 
É preciso saber viver… 

Toda pedra no caminho
Você pode retirar 
Numa flor que tem espinhos 
Você pode se arranhar
Se o bem e o mau existem 
Você pode escolher 
É preciso saber viver… 

É preciso saber viver! 
É preciso saber viver!
É preciso saber viver! 
Saber viver!…

Feliz Aniversário filha minha. Larissa Brito
Do seu pai Brito.

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Nada que foi será!

Bem antes da pandemia, esbarrei com um amigo de infância, num dos corredores do Shopping Midway, aqui na Capital do Sol. A princípio não o reconheci, logo que pronunciou meu nome, me veio o dele,  aliás, seu apelido, do qual não gostava – Confesso que não sou muito bom de nomes, nunca fui. Cedo aprendi um truque: chamar todo mundo de amigo, não há como errar  menos ainda, constranger ninguém -.

Conversa vai e conversa vem, caímos naquele caduco clichê quando o bate-papo desmilinguiu-se, ele de pronto, sentenciou:“você não mudou nada”. Retruquei que tinha mudado muito, pois já beirando os 60 anos seria impossível não mudar. Nos abraçamos, seguimos para Miranda, onde compraria um teclado novo para meu computador velho de guerra.

Maria, do meu lado, imediatamente “puxou-me a orelha”, por ter sido tão realista na argumentação com meu “brother” de adolescência. Claro, fui um pouco ríspido, impaciente ou talvez ainda, ranzinza. Mas, ora, da minha longínqua adolescência e velha infância trago apenas as lembranças do que eu era. Mudei e mudei muito, todos mudam.

O mundo muda a todo instante e nós, a solavanco dele. Se você gostava de mim na adolescência, nos meus primeiros anos de adulto ou até semana passada pode se surpreender comigo e passar a me odiar, não que eu seja tão diferente assim do que fui, mas, pode ser que você nunca tenha me visto, assim sendo, não percebeu meus defeitos e qualidades como deveria. Certamente hoje, alguns defeitos e qualidades foram potencializados, outros o tempo jaz. Portanto, não sou, você não é, ninguém é o mesmo de ontem. 

Se você ignora tanto as mudanças das coisas do mundo, das pessoas, talvez, a sua seja maior. Ah! Nada que foi será!

Brito e Silva – Cartunista

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Azougue

“Meu domingo alegre vai ser”, título da música de Ângelo Máximo, que nos anos 70, com esta versão, certamente, alegrou e embalou o domingo de muita gente, também naqueles anos havia Gil cantando seu Domingo no Parque, ao inverso da primeira, contava uma triste história de dois amigos e ainda tinha Agepê falando dos Sete Domingos.

Na música, Agepê dizia que ia fazer sete domingos para poder namorar sua amada, o que de fato, uma alusão de que domingo é dia de felicidades e, assim, nós humanos trabalhadores, pró-ativos, criativos e produtivos, escravizados à feiras, sonhávamos com as manhã de domingo para bebericar uma pinga com nossos iguais, esquecendo o resto dos dias tristes da semana. 

Outro dia, em conversa com Maria, dizíamos de como nossos domingos mudaram e perdemos referências e, principalmente, nesta pandemia, onde nos parece que todos os dias se assemelham a segunda-feira. Antes íamos na casa de papai, na casa da mãe dela, na Saraiva tomar um café ou comprar um livro – sim, um ou outro, os dois, somente se fossem em 60 vezes -, ou ainda às vezes a caminho de Paranamirim, onde mora meu pai, decidíamos ir almoçar em Mossoró depois voltávamos em riba do rastro, somente para ouvir uma nova playlist – que frescura – que havíamos gravado e nela deveria ter cinco ou seis músicas que não constavam em nosso acervo.

Lá por volta da segunda metade do anos 80, aos domingos púnhamos nosso bravo Fiat 147 sobre as “Costela de Adão”  a caminho da praia de São Cristóvão, com Polary e Pollyanne no banco de trás, cantando Baby Can I Hold You, melhor que Tracy Chapman, lá chegando quase sempre encontrávamos o galego do Chaplin, Ricardo Lopes e seu aparato de pesca e suas lentes. 

Perdemos mesmo boas e grandes referências dos nossos domingos. Não que seja um saudosista inveterado. Mas quem me diz que o domingo mossoroense é o mesmo sem ouvir o camaradinha Caby da Costa LIma? Sem ler Emery Costa e sua “E Lá Sem Vão…? Nem vou falar de Airton Senna. Às vezes ouço Azougue – Nando Cordel, em plena quinta-feira, fingindo ser domingo e lembrando do meu amigo Caby, que por saber do meu gosto por essa música quase sempre rodava em seu programa dominical. E quando nos encontrávamos dizia que ainda iríamos ser sócios de uma agência de publicidade com este nome, não implementamos a agência, mas criamos o site www.azougue.com, que logo deixei pra ele, meu domicílio na capital, me impediu de continuarmos.

Mas, Azougue é uma coisa que atrai, chama, gruda como nosso passado de bons domingos nunca sairá de nós. Certamente, outros bons e grandes domingos virão e poderemos cantar “Meu domingo alegre vai ser…”

Brito e Silva – Cartunista

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A polêmica em torno da grafia do nome do município de Assú

Joacir Rufino de Aquino (Economista, professor e pesquisador da UERN)

Há uma grande polêmica em torno da escrita correta do nome do município de Assú, situado geograficamente na porção oeste do semiárido potiguar. No papel timbrado da Prefeitura o nome da localidade aparece com “SS” e acento agudo no “Ú” (Assú). A maior parte das pessoas, porém, prefere escrever com “Ç” e sem acento na vogal em que termina a palavra (Açu). Já outros usam o caminho do meio, escrevendo com “SS” e sem acento no “U” (Assu), sendo esta a forma empregada costumeiramente no âmbito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Em uma simples caminhada pelas ruas da cidade percebe-se que o nome do município é escrito em placas e nas faixadas comerciais das três maneiras simultaneamente. Da mesma forma, não é incomum encontrar algum documento público que apresente o mesmo problema, onde a confusão sobre a grafia do nome do município se manifesta no começo, no meio e no fim dos enunciados. Inquieto com a situação, em 2008, o professor Gilton Sampaio, do Campus de Pau dos Ferros/UERN, enviou uma mensagem ao colega Messias Dieb (na época docente do Campus de Assú/UERN e hoje na Universidade Federal do Ceará – UFC), com as seguintes perguntas: “Dieb, qual a grafia correta do nome do município em que você trabalha? Dizem que há flexibilidade entre Açu/Assu, mas também é permitido Açú/Assú?”.

Na tentativa de esclarecer a dúvida do amigo pauferrense, e de muita gente, o professor Dieb respondeu: “Gilton, a grafia do nome Assú/Assu/Açú/Açu tem sido motivo de polêmica. Em função disso, o Júlio César (que foi professor do Departamento de Letras do Campus de Assú/UERN e também está hoje na UFC) fez uma pesquisa diacrônica para descobrir como era a verdadeira grafia. Consultou documentos muito antigos, inclusive do comecinho do século XIX. Teve acesso ao documento oficial (registrado em cartório) que elevava a localidade ao status de município e, nesse documento, e em vários outros, ele encontrou a grafia ASSÚ (com SS e o acento transgressor da norma culta). Embora o registro oficial seja assim, muitas pessoas querem – cada uma – criar suas próprias normas de grafar o nome da cidade. O resultado é um pandemônio lexical desnecessário”.

O trecho transcrito do diálogo destacado, de modo bastante preciso, contribui para pôr ordem na casa. O nome “próprio” do município em foco, segundo o seu registro oficial em cartório, deve ser escrito ASSÚ! Qualquer outra grafia, mesmo que siga um critério semântico e seja amparada institucionalmente, não é correta. A palavra AÇU, originária do vocabulário indígena, por sua vez, deve ser utilizada tão somente para designar a microrregião banhada pelo Rio Piranhas, a qual é denominada de VALE DO AÇU. A distinção entre os termos é clara, conforme lembra o historiador assuense Ivan Pinheiro, mas, infelizmente, ela não tem recebido a devida atenção por parte das instituições de ensino e da maioria da sociedade local.

Portanto, seria de bom tom o poder público municipal trabalhar o tema e procurar esclarecer a população a respeito. Inclusive há indícios de uma ideia de modificar oficialmente o nome da cidade para sua variante indígena, Açu. A iniciativa é pertinente, uma vez que valorizaria a história cultural dos primeiros habitantes da área e também ajudaria a ajustar a sua grafia à norma culta da gramática vigente nos nossos dias. No entanto, a proposta não avançou e o nome do município continua igualzinho ao de sua emancipação política em 16 de outubro de 1845, ou seja, Assú com “SS” e acento no “Ú”. O que muda a cada instante é a forma incorreta de escrevê-lo, ora de um jeito, ora de outro, alimentando uma confusão inteiramente desnecessária dentro e fora de suas fronteiras territoriais.

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Um deus pra chamar de seu

Sempre me causou espanto e fascínio as questões da alma humana, da existência, por que se busca tanto Deus e as religiões? Nos meus tempos de adolescente questionava o porquê de tantas religiões? Principalmente, aqui no ocidente onde as tradições e manifestações populares, a priori, são tão parecidas. Até porque o Deus é somente Um!

Ora, em minha santa e abençoada ignorância não sabia das mais de 35 mil praticadas nos continentes asiático e oceânia. No Butão, por entre as montanhas do Himalaia tem a religião do “Falo Sagrado”, onde há santuários com pênis enormes em riste apontando para os céus. Nos mais de sete bilhões de humanos sob este céu há todo tipo de religião a gosto dessa enorme freguesia. 

Em verdade vos digo, meu deslumbramento pelos escritos nos livros bíblicos ainda me causam comoção, suas parábolas e as palavras ditas por aquele Rapaz vindo lá de Nazaré com uma boa nova, mudando toda uma concepção até de ter, ver e estar com Deus, saindo de um Deus quase tirânico, grego demais, para Um mais humano, compreensivo, amoroso, tolerante. Este Deus dito por seu Filho, – que na verdade era o Próprio – falava de opção pelos pobres, os humildes, doentes, humilhados, escravizados, tinha Ele e era latente uma especial ternura a alma humana sofrida. 

Certamente, em algum ponto de minha pobre trajetória sexagenária, descobri que continuo sem entender o deus de muitos de religiões variadas falam, destes que possuem calos nos joelhos de aos domingos orar e rezar e, certos de serem “limpinhos’, dizem que são cruelmente cristãos, a favor da tortura, vendem e compram a fé pela cotação de mercado, destes que veem o pobre como uma sub-raça, como algo desprezível, como lixo, destes que dedicam desdém por aqueles que lutam por dias melhores para todos os trabalhadores e cidadãos, destes que sob o “manto da má religião”, distorcem tudo que não concordam, destilam ódio a tudo que não entende e não querem entender, tendo a ignorância e arrogância como bandeira da verdade, certamente não faço parte desta legião o deus dessa gente, certamente, não é o Meu.

Ter um deus ou uma religião para chamar de seu, nestes tempos onde tantas religiões se proliferam como ervas daninhas em um terreno fértil de nulidades e com tantas igrejas falando em deus numa estridente confusão de vozes, parecendo uma Babel, não está fácil. Ele precisa voltar!

Brito e Silva – Cartunista

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Duplicação da BR-304: “SALVAR E PRESERVAR VIDAS”.

Desde época em que foi falado da construção do novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante, como a grande obra para o Rio Grande do Norte, que nos posicionamos um tanto quanto reticentes, pois entendíamos que seria muito mais viável e econômico, a ampliação do excelente e bem localizado aeroporto de Parnamirim/RN, do que os altos investimentos em São Gonçalo, que sinalizavam as autoridades naquela me momento, é verdade, motivados pela instalação no novo Aeroporto de um Centro de Conexões que nunca veio para o RN. Já desde daquela oportunidade, que defendíamos com convicção, que com a economia da reforma de ampliação do extraordinariamente bem localizado aeroporto de Parnamirim, podia pleitear a duplicação da BR 304, ganhando assim ampliação do nosso modal de mobilidade terrestre tanto quando do ampliado e maravilhoso aeroporto histórico de Parnamirim de localização estratégica, desde da época da segunda grande guerra mundial.

Não tenham dúvidas os senhores, que a duplicação da BR 304 teria sido muito mais viável e importante para o desenvolvimento do RN do que o novo aeroporto de São Gonçalo, pela força estruturante para o RN, do último trecho que falta para unir toda a região Nordeste, que resta no trecho perigoso da nossa BR 304, ligando Natal/Mossoró até Aracati, no Ceará. Nos parece muito claramente, por incrível que pareça, que faltou até o momento, vontade e visão estratégica dos nossos últimos governos, tanto federal quanto estadual, para brigar por esse importantíssimo equipamento de logística intermodal, para ligação com rapidez e segurança à nossa capital Natal e o estado do Ceará . 

Temos defendido, como representante do Conselho Regional de Economia, que mas do que um interesse do Estado, trata-se de um interesse que devia ganhar forças dos próprios demais governadores do Nordeste, pois interessa a toda a nossa região, pela importância para a logística de transportes de cargas, para intensificar o turismo regional crescente e para a nossa economia em geral, por onde passa parte da riquezas e produção entre os Estados, mas notadamente, para SALVAR E PRESERVAR VIDAS. 

Assim, entendemos que  cabe uma ampla mobilização da sociedade Civil, Governos e nossa bancada federal e estadual para lutarem pela duplicação da BR 304 urgente, como uma prioridade do Estado e da nossa Governadora de Fátima Bezerra. Temos dois ministros de Estado e uma bancada atuante de deputados e senadores, inclusive, afirmar que o senador Jean Paul-Prates, colocou  uma emenda na comissão Mista do senador, incluindo no orçamento da união a duplicação da BR 304, assim cabe a nós nos mobilizar para aprovação da referida emenda, como uma prioridade para o nosso Estado, pois é mais do que importante para a nossa economia e o crescente turismo regional, ela é indispensável para “SALVAR E PRESERVAR VIDAS”, 

Por Ricardo Valério Costa Menezes
Presidente do Corecon-RN

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Observatório Econômico – Corecon-RN: Não estamos no mesmo barco, apenas no mesmo mar

Diante do aprofundamento da desigualdade social do Brasil com a pandemia , temos que respeitar a posição e condições de cada cidadão. Uns estão enfrentado a pandemia no ar refrigerado e com suas rendas e confortos garantidos. 

Enquanto a grande maioria perdeu seu empregos, 67 milhões estão vivendo exclusivamente do auxílio emergencial ou seja 1/3 da nossa população, com desconforto e com poucas perspectivas de novas oportunidades de ocupação, pois emprego infelizmente, daqui por diante, vai depender da economia se recuperar, o que em nossa visão ocorrerá lentamente e não em V como anuncia o Paulo Guedes, Ministro da Economia, quando existe uma recuperação na mesma velocidade da nossa queda. Vamos melhorar sim, mas possivelmente os novos empregos não voltarão na mesma velocidade e o momento da vez, da sociedade será do empreendedorismo, onde cada brasileiro está tentando se reinventando. 

As enormes desigualdades sociais e econômicas, comparativamente seria como que, enquanto alguns, de fato, enfrentam a pandemia num mar revolto em seus iates, a maioria dos brasileiros, valentemente, enfrentam as ondas altas do desemprego a nado.

Assim, cada um pode fazer um pouquinho por cada novo empreendedor. Dando preferência à adquirir produtos regionais e produzidos no Rio Grande do Norte.. E sempre, que possível,  comprar nas proximidades de sua casa. A pequena e média empresa é quem mais emprega e precisa muito de sua força e da sua preferência.

Tudo vai passar. O momento exige de todos mais solidariedade, humanidade e atitudes positivas perante nossos semelhantes.

Por: Ricardo Valério Costa Menezes
-Economista Presidente do Corecon-RN

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Enfim, a hipocrisia.

A02-S01-A01

Não é dúvida pra ninguém que a comunicação em todas suas formas, linguagens, padrões, expressões, foi e é fundamental para a organização social, o bem comum, e para nossa evolução. Na década passada o Instagram por exemplo, não existia (ele foi lançado em outubro de 2010 – tecnicamente ele ainda não era uma mídia) mas, já existiam milhares de maneiras de se fazer comunicação, como por exemplo, os grandes veículos: emissoras de televisão, jornal, rádio, revista etc, já ditavam regras e discursos nas décadas passadas. Algumas delas ainda são bem poderosas em terra que Internet é rainha, e uma delas teve sua prova de fogo em 2020 quando seus seguidores começaram a duvidar de suas informações tendenciosas, chegando até colocar em cheque a veracidade de dados de uma pandemia mundial que causou 837.979 mortes em todo o mundo (dados do google do dia 29/08/2020). 

Sabendo que a comunicação é necessária para vivermos em um ambiente seguro, organizado e funcional, precisamos que as notícias e histórias cheguem a todo o mundo de maneira mais clara possível. A televisão, que seus profissionais previam seu fim com o avanço das mídias sociais digitais a alguns anos, conseguiu manter-se como uma mídia ainda considerada moderna e de grande impacto social. Existem milhares de emissoras de TV pelo mundo, empregando milhões de profissionais. Emissoras essas que estão ali comprometidas a passar informações verídicas e de qualidade para o bem comum social e que são de suma importância no momento delicado que estamos vivendo.  Bom, pelo menos era pra ser, mas aqui mermo, não. 

O cenário das empresas de comunicação o Brasil sempre estiveram ligadas diretamente a interesses políticos, tanto que os políticos são detentores de grandes empresas na área. Vindo do Brasil, não tem como nos surpreender com o conflito de interesse nas telinhas. Sendo assim, não consigo infelizmente crucificar aqueles que “adotaram” o Instagram como sua única rede de consumo de informação. Mas gostaria de pedir que você prestem atenção na seletividade da sua revolta.

Acho que já está claro que a grande massa está clamando por uma orientação, protesta contra as mídias, mas acolhe o Instagram como sua única fonte da verdade resumindo toda a história da comunicação e seus estudiosos e profissionais à meme. –  Nada contra memes, sou devota das páginas de meme (elas realmente me alegram em meus bad days) – . Mas exigimos um pouco mais de respeito. O pessoal no mundo online, adquiriu essa percepção e ódio da comunicação de repente. Essa onda de revolta popular acontece ao mesmo tempo que o líder do país faz piada e ameaça de porrada profissionais da área. Coincidência ou não, tenho um recado pra deixar pra vocês.

Eu poderia dizer que estou escrevendo para alertar as pessoas no tipo de conteúdo que elas consomem, mas é pra dizer que: Outrora, vocês foram boiada de emissoras de tv e de outros veículos de comunicação em massa, e agora são de páginas de fakes news. Só mudou quem toca o berrante. Costumes, falas, pensamentos, são perpetuados pela mídia à milênios. Não importa se você vê tv ou rola o feed, você é totalmente influenciável. Ou seja, não adianta protestar contra a emissora lá e consumir conteúdo de baixíssima qualidade sem nenhuma fonte de confiança ou de estudo científico (sim, comunicação é ciência),  enfim a hipocrisia.

 Eu acredito que o que há de mais caro no mundo é a informação, mas podemos consumi-la de graça, ela está a um clique. Use-a sem moderação. A grande pergunta que fica é: Você toca o berrante ou o segue? 

Jade Brito e Silva – Publicitária

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Maria e o Rei do Rock

Esses 10 dias findos últimos, fui instigado pelos jornalistas Gilberto de Souza e o Cefas Carvalho para participar de uma brincadeira de salutar inteiração.

Essa mesma. Onde você convida um amigo por dia para postar um álbum musical que lhe marcou e, consequentemente, ele convida outro e mais outro e você vai vendo alguns preciosidades, que talvez nem fizesse parte de seu gosto ou não estava no seu acervo, mas que o vizinho chato lhe aborrecia tocando noite e dia, assim, rememora músicas que fizeram parte de sua história de vida.

Os meus amigos jornalistas, me deram a chance, mas especificamente Cefas, pois, vou publicar meu décimo disco, desta feita de Elvis Presley, encerrando minha participação na brincadeira, não antes de contar uma história. 

Nos anos 70, a gente morava nos Paredões, em Mossoró/RN, numa casa modesta, mas para os padrões da época pode-se se dizer de classe média, pois, o bem que o colocava numa seleta “casta” mais elevada socialmente era um aparelho de tv e nas redondezas poucas pessoas possuíam televisão. Lembro da maior atração da Praça São José, era uma tv, onde ostentava construção própria especifica para ela, nas noites os bancos e o adro da Igreja de São José ficavam apinhados de gente para assistir as novelas, transmitidas pela Tv Tupi, através da Tv Verdes Mares.

Nós tínhamos a nossa, lembro de uma Telefunken tela grande, preto e branco, mas para dar uma impressão de imagens coloridas uma outra tela suposta, como uma espécie de colobar, era colocada por sobre a tela original, era o que de mais chique se apresentava no mercado da metrópole capital do oeste potiguar, nos anos 70.

Na casa erámos eu com 18 anos, meus irmãos Neguinho (De Assis) com 17 e Carlinhos (In memoriam) com seus 8 anos e dona Geralda, minha mãe e Maria uma menina, que talvez da minha idade, ajudava nos serviços domésticos. 

Lá pela segunda metade do mês de agosto de 1977,  todos a mesa para o almoço entra Maria, que estava na sala vendo tv, banhado em pratos, soluçando em um choro desesperador, o que assustou a todos nós, Dona Geralda preocupada levanta-se vai até ela, põe a mão por sobre seus ombros, num gesto de acalanto e, pergunta: O que foi, minha filha? Balbuciando Maria respondeu: Elvis morreu! 

Todos riamos. Minha filha faz mais de uma semana, disse minha mãe. Foi? Indagou Maria incrédula, limpando as lágrimas dá meia volta para sala, foi ver à Tv Verdes Mares. Depois soube que ela nunca havia ouvido falar do Rei do Rock. 

Brito e Silva – Cartunista/Publicitário

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Cafajestemente criminoso

Sou uma figura meio sem graça e comportadamente desinteressante, para meus filhos, talvez exemplo: já devo ter sido, herói, bandido, bom pai, mau pai, bonito, feio, rico, pobre, tudo dentro dos conformes, dos ritos e conceitos sociais impostos pela evolução das relações humanas. Para meus desafetos, certo que exprimo uma ameaça atômica, como a formiga ao elefante. 

Numa entrevista a Manú, fui perguntado por que desenho. Desenho por necessidades: se eu não desenhar, rascunhar, rabiscar, gastar pelo menos uma dúzia de folhas de papel diariamente, tenho a impressão de ficar todo empolado e, meus calos nos dedos solicitam o lápis para acariciar.

Também não sou artista, não me considero artista, não tenho talento para artista, sou sem graça para ser artista, como se diz lá no meu pé de serra: uma pessoa “insossa”, meu maior patrimônio de excentricidades é tomar café amargo; nem na adolescência fui um “rebelde sem causa”. 

Para vocês terem ideia da minha oceânica mediocridade, não creio (não contem a ninguém) em horóscopo, desde Omar Cardoso ao Olavo de Carvalho, em cartomantes, em ciganos que leem mãos, não dou um vintém pela numerologia. Acredito nas banalidades: terra redonda, teoria da evolução, que já vivemos sob ditadura. Sou um cidadão comum, mediano, o que sei, realmente, é uma grande merda. Mas, não me vejo em meio a manada, vestido de verde e amarelo berrando “cloroquina, cloroquina, cloroquina de Jesus”, vivo nas minhas vulgaridades superficiais. 

Talvez, o que me mantenha no nível da lâmina d’água, que me salva de afogar-me no mar de banalidades insignificantes seja a música, leitura, família, amigos, meus desenhos e uma crença na ciência. Portanto, meu invólucro não me permite discutir a eficácia da Cloroquina, ou se o Tampo ianque está tomando via oral, intravenosa ou retal e se sua cópia mal engendrada está a imitá-lo. 

Entretanto, me permito falar do jumento batizado que está assinando o receituário, via internet em vídeo, como se médico fosse, instigando o povo a usar indiscriminadamente a dita droga. Em minha medianamente opinião, esse sujeitinho é cafajestemente criminoso. 

Brito e Silva – Cartunista

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À todas as mães da minha vida

Inegavelmente não seria o que sou, se não fosse a generosidade delas, as mães, que me deixam orbitá-las. Desde muito cedo, logo aos 9 anos, quando perdi minha mãe biológica, fui morar com minha Tia Geralda, que me criou e ajudou a formatar meu pensamento. 

Ela não tinha filhos, nos adotou eu e mais dois irmãos mais novos, Neguinho ( Silva) e Carlinhos (in memoriam) sendo caçula. Por não ser casada, logo, sofria todos os preconceitos que uma mulher poderia sofrer nos anos 70, nesta condição e claro, nós sentíamos o peso disto também.

Lembro que muitas mães, de nossa rua, a Augusto da Escóssia,49, Paredões, Mossoró/RN, não permitiam seus filhos brincassem com a gente, algumas delas faziam questão de deixar isto claro em alto e bom som: “Não quero vocês brincando com filhos de puta…”. Dona Geralda nos sentava a mesa e dizia: não liguem não, ela tem inveja de vocês, porque vocês são mais bonitos e inteligentes que os filhos dela, ela é uma coitada, não sabe ler, é uma pessoa amarga, apanha do marido e depende dele, isto a deixar frustrada que acaba descontando em todo mundo, até nos filhos dela. Vocês sabem que eles vivem de castigo, ne!?” 

ensinamentos que estão tatuadas em minha memória e, certamente, os levarei ao túmulo. Quem poderia agir assim, com tamanha generosidade, se não fosse uma mãe de verdade, que apesar de ser, nunca gerou um? Em meu parco entendimento, somente uma força que nasce do lado esquerdo do peito: amor.

Meu pai, viúvo, casou-se novamente com Damiana, ganhei outra mãe, logo teria eu três mães, uma benção – como diz minha irmã Naninha(Eliana Lima). Na minha casa éramos três homens: eu e meu dois irmãos, Tia Geralda (minha mãe) Helena, que ajudava nos afazeres domésticos e suas três filhas, – que as considero minhas irmãs e elas a mim – 3 homens e 5 mulheres, os “benditos frutos” entre as mulheres. 

Case-me com Isi (in memorian), me presenteou com dois filhos: Polary e Pollyanne, depois Maria me deu Jade e Edna que me ofertou com Larissa. 

Hoje ao meu entorno, quer dizer eu ao delas, estão MariaPollyanneJadeLarissa e minhas netas Kayllanne (Segundo/Michele) Aléssia (Alex Polary/Sanara) Valentina (Polly/Felipe) Lívia (Jade/Roberto), como visto, meu universo é feminino gestado por mulheres. Desde muito cedo aprendi, a cortejá-las, amá-las e respeita-las. 

A elas sou grato e, por que não deveria, se sou o que sou por causa delas? Hoje, agradeço e desejo a todas as mães da minha vida um Feliz Dia das Mães.

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Cartoons Anthology

O cartunista romeno Radu Itazco, comanda um time de outros grandes cartunistas brasileiros de primeira linha, composto pelo cearense Cival  Einstein, os mineiros Edra Amorim e Silvano Mello em um projeto chamado Cartoons Anthology – Antologia Mundial de Cartunista na Romênia, no qual está reunindo desenhistas brasileiros para participar, este que será, a princípio, um livro digital, o famoso e-book, e também posteriormente terá uma versão impressa. Hoje, o projeto está ancorado no Facebook, (clique) e pode ser vista os profissionais do desenho que já estão inseridos os novos que vão chegando. 

O projeto, por definição trará, se não todos os cartunistas, o que seria impossível, mas revelará uma grande parcela destes profissionais que fazem cartuns e caricaturas na língua portuguesa, mais especificamente, em terras brasileiras.

Eu, me sinto honrado em merecer fazer companhia a renomados cartunistas, como um dos representantes aqui, de nosso torrão potiguar. Avante, Radu!

Os amigos cartunistas que quiserem fazer parte, abaixo tem o regulamento: