Enfim, a hipocrisia.

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Não é dúvida pra ninguém que a comunicação em todas suas formas, linguagens, padrões, expressões, foi e é fundamental para a organização social, o bem comum, e para nossa evolução. Na década passada o Instagram por exemplo, não existia (ele foi lançado em outubro de 2010 – tecnicamente ele ainda não era uma mídia) mas, já existiam milhares de maneiras de se fazer comunicação, como por exemplo, os grandes veículos: emissoras de televisão, jornal, rádio, revista etc, já ditavam regras e discursos nas décadas passadas. Algumas delas ainda são bem poderosas em terra que Internet é rainha, e uma delas teve sua prova de fogo em 2020 quando seus seguidores começaram a duvidar de suas informações tendenciosas, chegando até colocar em cheque a veracidade de dados de uma pandemia mundial que causou 837.979 mortes em todo o mundo (dados do google do dia 29/08/2020). 

Sabendo que a comunicação é necessária para vivermos em um ambiente seguro, organizado e funcional, precisamos que as notícias e histórias cheguem a todo o mundo de maneira mais clara possível. A televisão, que seus profissionais previam seu fim com o avanço das mídias sociais digitais a alguns anos, conseguiu manter-se como uma mídia ainda considerada moderna e de grande impacto social. Existem milhares de emissoras de TV pelo mundo, empregando milhões de profissionais. Emissoras essas que estão ali comprometidas a passar informações verídicas e de qualidade para o bem comum social e que são de suma importância no momento delicado que estamos vivendo.  Bom, pelo menos era pra ser, mas aqui mermo, não. 

O cenário das empresas de comunicação o Brasil sempre estiveram ligadas diretamente a interesses políticos, tanto que os políticos são detentores de grandes empresas na área. Vindo do Brasil, não tem como nos surpreender com o conflito de interesse nas telinhas. Sendo assim, não consigo infelizmente crucificar aqueles que “adotaram” o Instagram como sua única rede de consumo de informação. Mas gostaria de pedir que você prestem atenção na seletividade da sua revolta.

Acho que já está claro que a grande massa está clamando por uma orientação, protesta contra as mídias, mas acolhe o Instagram como sua única fonte da verdade resumindo toda a história da comunicação e seus estudiosos e profissionais à meme. –  Nada contra memes, sou devota das páginas de meme (elas realmente me alegram em meus bad days) – . Mas exigimos um pouco mais de respeito. O pessoal no mundo online, adquiriu essa percepção e ódio da comunicação de repente. Essa onda de revolta popular acontece ao mesmo tempo que o líder do país faz piada e ameaça de porrada profissionais da área. Coincidência ou não, tenho um recado pra deixar pra vocês.

Eu poderia dizer que estou escrevendo para alertar as pessoas no tipo de conteúdo que elas consomem, mas é pra dizer que: Outrora, vocês foram boiada de emissoras de tv e de outros veículos de comunicação em massa, e agora são de páginas de fakes news. Só mudou quem toca o berrante. Costumes, falas, pensamentos, são perpetuados pela mídia à milênios. Não importa se você vê tv ou rola o feed, você é totalmente influenciável. Ou seja, não adianta protestar contra a emissora lá e consumir conteúdo de baixíssima qualidade sem nenhuma fonte de confiança ou de estudo científico (sim, comunicação é ciência),  enfim a hipocrisia.

 Eu acredito que o que há de mais caro no mundo é a informação, mas podemos consumi-la de graça, ela está a um clique. Use-a sem moderação. A grande pergunta que fica é: Você toca o berrante ou o segue? 

Jade Brito e Silva – Publicitária

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