Cada um tem o Luis XIV que merece!

Uma das crianças do atual Presidente da República, fez uma analogia a Luis XIV  Rei da França. Aquele que foi o dono do maior reinado da história com 72 anos de poder absoluto. Pensador e criador do Palácio de Versailles. Um rei católico, e muito moderno quando falamos em arquitetura, arte e moda. Pouco tempo depois o próprio Presidente da República proferiu uma das frases famosas de Luís XIV “Eu sou a constituição”. Achei interessante eles saberem quem foi Luís XIV, já que eles desconhecem tanto da nossa história, nunca imaginaria que eles saberiam tanto sobre o Rei Sol.

O Monarca está em alta aparentemente na nata (azeda) da política nacional e regional. Aliás, a monarquia por si só já tem vários fãs em cargos públicos brasileiros. Alguns deles não se tocaram ainda que o presidencialismo e democracia não funcionam exatamente como uma monarquia. 

Acho que foi pensando assim e se inspirando no absolutismo do nosso amigo Lulu, o Ex-Prefeito da cidade do Natal, Carlos Eduardo Alves, foi o político que comandou a província Natalense por vários anos, foi reeleito algumas outras vezes, enfim, é daqueles urubus que sempre estão pairando por aqui.  Eu não me lembro a vez que ele não esteve envolvido com o nossos poderes regionais (direta ou indiretamente) em todos esses anos de my life.

Natal já é a Cidade do Sol, Carlos, por sua vez, não satisfeito com tal solaridade da cidade, Carlitos gostaria também ter o título de “Rei Sol”, que combinaria perfeitamente com seu legado deixado pra cidade – nenhum -. Acredito que a partir dessa ideia, ele começou a ser crítico de arte e arquitetura, tal qual como o verdadeiro Rei Sol, o  Luís XIV. 

Seu plano para se tornar o Luís da Cidade do Sol, começou com o grande projeto arquitetônico feito no lugar onde aconteceu uma das maiores tragédias da história da nossa cidade. O deslizamento que aconteceu no bairro de Mãe Luiza em 2014, deixou muita gente sem casa, outras, sem vida. Lembro da grande preocupação com as pessoas do bairro, lembro o espanto coletivo que tivemos por toda cidade. Desastre que deixou famílias sem um lar, e sem um chão, literalmente. Essa semana tive o desprazer de lembrar desse acontecimento através das redes sociais de Carlitos.  Nos comentários que não foram apagados, pessoas davam notícias de que ainda existem famílias que não tiveram suporte necessário pelos poderes públicos pós-tragédia.

Mas plano infalível pra recompensar aquelas famílias não poderia falhar, Carlos, em um dos seus milhões de mandatos, construiu uma escadaria, de uma arquitetura realmente inquestionável. Que tapou o buraco deixado pelo deslizamento com inúmeros degraus e um arco do McDonalds. 

Não satisfeito apenas com a construção, ele decidiu ser crítico de arte. Soube que ele planejava aquilo como Luís XIV planejava o palácio de Versailles. Tive a confirmação depois que aconteceu uma intervenção artística no monumento. Carlitos ficou extrem

amente ofendido nas artes que foram feitas em “suas paredes”. Depois desta, que ficou de muito de bom gosto, sensível, popular, agradou a população e deu realmente uma vida a um lugar de memórias tristes como um lugar acolhedor pro morador. 

O crítico de arte e arquitetura Sr. Carlos Eduardo disse que “achou feio” e gostaria que “aquilo” fosse retirado imediatamente do monumento que planejou com tanto carinho. Fiquei imaginando Luís XIV construindo Versailles. 

Quem és tu, Carlos Eduardo, pra criticar arte popular? Um político de família, que teve todos os privilégios que alguém pode ter na vida. A arte pode não significar muito pra você, mas para quem é pobre, da comunidade que fica escondida atrás daqueles prédios de luxo, ter sua arte e sua voz, sua cara representada cura dores inimagináveis. 

Fora que pra se retratar com a classe artística posta uma foto com Gilberto Gil pra tentar iludir meia dúzia de seguidores que apoia a arte. Não sei nem o que dizer, só sinto ódios dessa burguesia que nos gere desde que o mundo é mundo. 

Desculpe Carlos Eduardo, mas durante as suas caminhadas você vai ver muito sua escadaria Versailles sendo galeria a céu aberto para todos apreciarem a arte. Sinto muito, mas arte é política. Fazer arte é um ato político.

Jade Brito e Silva – Publicitária

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