Sonhos

Dizem que na vida há tempo para tudo: nascer, crescer e morrer, esta é a lei mais proeminente e, sem adendo, da natureza na qual todo ser vivo desde uma bactéria aos mais sábios de todos os homens, têm a ela o seu chamado atendido.

Os sonhos também nascem, crescem e morrem. Já sonhei acordado algumas centenas de vezes, estes, na verdade são apenas delírios e desejos que jamais sairão deste universo. Há sonhos que você alimenta, cultiva, rega, capina, asfalta o caminho por onde ele deverá passar, criando atmosfera aonde se realizará a metamorfose, deixando de ser sonho e, sim, tornar-se uma concretude. Claro, neste tipo de empreitada o dispêndio de energia, provavelmente, será volumoso, ainda assim, compensador e prazeroso. Entretanto, há outros nascidos pré-determinado a deixar o berçário apenas para se acomodar no baú do esquecimento, de fato, pode até ser que não fora nem sonho, mas, apenas um desejo fugaz.

Lá na boa terra da Santa dos Olhos, Mossoró, no final dos anos 70, precisamente, em 1979, deu-se início a minha carreira profissional quando fui contratado pelo Jornal Gazeta do Oeste. Na cidade haviam dois jornais, O Mossoroense – terceiro jornal mais antigo da América Latina – carinhosamente chamado por todos de “O Mossoroense velho de guerra” e naturalmente a Gazeta, porém, circulavam na urbe O Diário de Natal, O Poty e a Tribuna do Norte dentre outros do “Sul maravilha”, com um delay de dias.

No meio se dizia “quem trabalhava N’O Mossoroense queria trabalhar na Gazeta e quem trabalhava na Gazeta, queria um dia trabalhar na Tribuna do Norte”. Pois, muito bem, fiz meio ao contrário – porém desejando seguir à risca – do jornal Gazeta fui convidado por Marcos Aurélio para a gráfica RN Econômico, momento em que a sociedade da revista homônima estava se desfazendo para surgimento do jornal Dois Pontos.

Por aqui na capital potiguar, em 1982, trabalhei na Cooperativa dos Jornalistas de Natal, no jornal Estilo, de Toinho Silveira, quando fui convidado pelo jornalista Dorian Jorge Freire a voltar para Mossoró e participar de um novo projeto do jornal O Mossoroense e, lá se foi meu sonho(?) de fazer parte da equipe da Tribuna do Norte. Em 1989 fui para Rio Branco/AC, dirigir o departamento de Arte e Cenografia da TV e jornal Rio Branco e, portanto, o sonho definhou.

1999, vim morar em Natal, prestei serviço, nas Tvs Tropical, Intertv e na Tv União, onde participávamos do programa político Liberdade de Expressão fazendo trinca com Manoel Ramalho e Professor Luis Carlos Noronha. Um belo dia o meu amigo cartunista Brum, da Tribuna do Norte, naquele período, em meados de 2018, me convidou para eu tirar suas férias, percebi que aquele sonho tinha virado notícia do jornal de ontem, sem alternativa, disse não. Afinal, eu não era mais aquele Brito de antes e, certamente, a Tribuna do Norte, já aquela época não era mais a mesma.

Brito e Silva – Cartunista

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