Eu sem você não tenho porque

No filme Elizabeth, no qual retrata a ascensão da jovem filha de Rei Henrique VIII, ao trono britânico, na cena em que enfrenta uma discussão com seu conselheiro que a tenta persuadi-la a não lutar contra os espanhóis por fragilidade de seu exército ou talvez – e era – por ser mulher, firmemente a jovem rainha se impõe com uma frase profundamente carregada de simbologias: “Eu sou filha de meu pai”.

Aquela frase me marcou, não que tenha algo a ver comigo, mas com você. É assim que lhe enxergo, altiva, com essa força e coragem todas às vezes que é confrontada com alguma dificuldade, não foge, põe o elmo vai à luta na primeira fileira.

E sempre foi assim desde o berço. Um pouco birrenta é verdade, mas determinada, firme como uma rocha e maleável como seda. Entretanto, hoje, de fato, é que a vejo assim, talvez Lívia me fez “cair na real” e perceber que você já é uma mulher adulta, formada, casada e com filha e não é mais aquela menininha que dizia em minha ausência “eu quero meu pai” – Como é Roberto? Imite aí -.

Hoje, mulher, mãe, profissional, pronta a ir muito mais além a virar mundo e quando, principalmente, se trata de alguma injustiça. Nesta privação física fico relembrando nossas conversas sobre coisas sem relevância e de outras brutalmente dolorosas como a fome, crianças abandonadas e as mazelas que assolam nosso país e rezando suplico aos deuses que sejam clementes e levem esse vírus para os confins do universo, nos restaurando a paz.

Eu preciso ver você aqui tocando e cantando “Eu sem você não tenho porque, porque sem você, não sei nem chorar…”

Feliz Aniversário, filha minha!

Seu pai, Brito

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