Paris

Outro dia um amigo questionava meu apoio a Lula juntar-se a Alckmin e os Alves. Argumentei que é preciso fazer uma robusta aliança que seja capaz não só derrotar o Capitão Bufão, mas também ter força no Congresso Nacional, nos Estados e Municípios. Fui lembrado dos últimos acontecimentos políticos que todos conhecem, inclusive eu, dos Alves e Geraldo contra o PT.

A política, e principalmente a democrática, é a capacidade de dialogar e conviver com os contrários, não tratando adversários como inimigos. Estou assistindo a série Ressureição – Ertogrul – que conta a criação das bases para o surgimento do Império Otomano. Por diversas vezes o Bei se alia, circunstancialmente, com adversários tendo o objetivo de combater um mal maior, o que é o caso do PT: Bolsonaro e sua trupe são o “mal maior” que os “inimigos” do PT. 

Sem meias palavras disse-me que sempre fui cego de paixão pelo PT, que preferia Ciro Gomes, que é verdadeiro, provoquei:

– Aquele que ajudou a eleger Bolsonaro?

– Não! Ciro não ajudou a eleger Bolsonaro, isto é sua narrativa (esse povo gosta dessa palavra)

– Mas ele fugiu para Paris. Poderia ter ficado e se aliado à luta contra a extrema-direita. 

– Ciro não concordava com as pautas do PT, que são enganosos…

– Sei. No caso, é melhor fugir e quem quiser que se dane.

– Ele não fugiu, apenas não quis votar nas opções disponíveis: no Bolsonaro ou Haddad.

– Ora, meu bem intencionado amigo, quem cala consente os gritos do capitão, ou não? 

– Então, ele consentiu o grito dos dois. 

– É verdade. Como quem “gritou” mais alto foi Bolsonaro, logo ajudou o Bufão.

– Tchau. Vou almoçar.

– Vai pra Paris?

Meu amigo não respondeu! 

Brito e Silva – Cartunista

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