Autor: brito_admin

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À morte de um canalha

Por Mario Benedetti (poema escrito e publicado em 1963)

Os canalhas vivem muito,
mas algum dia morrem 

OBITUÁRIO COM HIP-URRAS´

Vamos festejá-lo
venham todos
os inocentes
os lesados
os que gritam à noite
os que sonham de dia
os que sofrem no corpo
os que alojam fantasmas
os que pisam descalços
os que blasfemam e ardem
os pobres congelados
os que amam alguém
os que nunca se esquecem
vamos festejá-lo
venham todos
o crápula morreu
acabou-se a alma negra
o ladrão
o suíno
acabou-se para sempre
hip-hurra
que venham todos
vamos festejá-lo
e não-dizer
a morte
sempre apaga tudo
a tudo purifica
qualquer dia
a morte
não apaga nada
ficam
sempre as cicatrizes
hip-hurra´
morreu o cretino
vamos festejá-lo
e não-chorar por vício
que chorem seus iguais
e que engulam suas lágrimas
acabou-se o monstro prócer
acabou-se para sempre
vamos festejá-lo
a não-ficarmos tíbios
a não-acreditar que este
é um morto qualquer
vamos festejá-lo
e não-ficarmos frouxos
e não-esquecer que este
é um morto de merda”.

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A bunda nos “salva”

Outro dia, navegando nas águas turvas das redes sociais, dei de proa com um gigantesco iceberg, era uma bunda, não qualquer bunda, mas a valiosa bunda de Jennefer Lopes. Por falar neste “patrimônio cultural” do Brasil não há dúvidas e, se existe alguma, certamente, paira sobre um pequeno grupo de gente invejosa, especialmente de mulheres e, em sua maioria de uma elite conservadora abastecida de uma falseada moralidade, entretanto a bunda continua sendo a preferência nacional e assunto recorrente na cultural popular do país. Claro, há os que concordam sem “arrudeios” e ânsias de moralismo ou crises de consciência.

A bunda foi e é cantada em verso e prosa por vários artistas em todos os rincões deste país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza: escritores, músicos, poetas, pintores expressam em suas obras delirantes e líricos afagos à beleza deste monumento final da dorsal.

Nosso poetinha Vinicius de Moraes genialmente tatuou no imaginário coletivo uma cena de uma magistral e inocente bunda suavemente desfilando à praia: “Olha, coisa mais linda, mais cheia de graça, num doce balanço a caminho do mar”. O sociólogo Gilberto Freyre fez observações sobre a bunda na formação cultural do povo brasileiro, disse: afinal, é nas raízes do Brasil que surgem também a preferência dos homens pela bunda e as condições antropológicas e genéticas para a invenção da bunda brasileira.

O jornalista Xico Sá, em “carta aberta” a Freyre, escrita em 2009, se ressentia do modismo europeizante: “Sim, ainda vemos grandes bundas, ótimos latifúndios dorsais, mas na maioria dos casos contra a vontade das suas angustiadas proprietárias. Elas perseguem um outro corpo, um outro ideal de belezura, sonham com Giseles e outros fetiches ao melhor estilo varapau, bunda seca, bundinhas que não rendem um pastel de feira “.

Sem querer gerar discórdia com o jornalista cearense, grande entendedor de bundas, ouso dizer que não é bem assim, “a bunda é nossa”. O Brasil é líder mundial no número de colocação de prótese no glúteo (gluteoplastia), isto é, este “patrimônio nacional”, agora pode ser esculpido em silicone por artistas cirurgiões, assim recolocando as caídas nádegas em seu lugar de destaque e levantando nossa moral como o “país da bunda”, já que perdemos o status de “país do futebol”. A bunda nos “salva”.

Mas, voltando à valorosa bunda da cantora, compositora, produtora musical, dançarina, atriz, estilista, produtora de televisão, coreógrafa e empresária norte-americana, de origem porto-riquenha, Jennifer Lynn Lopez, a beldade tem uma apólice no valor de US$ 300 milhões para o seu glorioso “patrimônio”. Como diria meu amigo Delegado (porteiro, filósofo, monge e sociólogo): Eita! Que “parreco” caro danado!

Vacinas

Neste primeiro mês de 2022, a Praia de Ponta, um dos cartões postais da capital potiguar, imprimiu uma das cenas mais bizarras: várias cruzes foram fincadas na à beira-mar. Algum desavisado poderia imaginar que fosse um protesto contra à fome de crianças que assola o país, ou das vítimas do trabalho infantil, mas era apenas uma ruma de gente tosca e hipócrita se posicionando contra vacinação da Covid-19 em crianças ou contra sua obrigatoriedade, como vociferou o deputado  federal (PSL/RN), bolsominion de carteirinha, General Girão.

Digo sem medo de errar, que esses infelizes vacinam seus filhos e netos, mas por uma posição política/ideológica se dão ao trabalho de mal informar e induzir o povão contra vacinas. Facínoras, pobres almas podres.

Artista

O Amigo e artista Álamo Kário fez um desabafo onde gravou não tem como comparar artistas, subjetivando de melhor ou pior um ou outro. Concordo.

Todo artista em qualquer área de sua atividade é único em seu estilo, forma, conteúdo e assinatura. Por isso, é que é arte e artista. Logo não ninguém é igual ou melhor que outro.

Caricatura

Caricatura do cantor, compositor, músico, poeta e fazedor de cultura na cidade Grossos/RN, Genildo Costa, que irá ilustrar nosso livro, na companhia de outros 99 músicos potiguares. 

Brito e Silva – Cartunista

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Genildo Costa: Grossos é um ambiente de luz e inspiração

Nascido, em 17 de setembro de 1960, na cidade de Grossos/RN, Genildo Costa Silva, poeta, cantor, músico e professor, como tal percebendo que não poderia viver sem a arte, deixou a sala de aula onde ensinava sociologia para abraçar sua grande paixão: a música. Na verdade, Genildo anda com desenvoltura pelas veredas das artes, além de acariciar as seis cordas de seu violão como quem afaga uma madona, escreve poemas e canta com o diapasão de quem sabe o que faz e tem a dizer. 

Sobre sua bela Grossos proferiu: Sou natural da cidade de Grossos/RN e já expresso, orgulhosamente, a felicidade de ter tido o privilégio de vir ao mundo num ambiente de luz e inspiração. Diria, régua e compasso. Genildo Costa, assim conhecido e reconhecido no meu artístico potiguar, também edita seu canal no youtube para o qual convida artistas para uma conversa cantada. Um pouco mais de Genildo:


Quando deu seus primeiros passos na música?


Já adolescente acompanhava os recitais pelos botecos da cidade de Grossos na companhia de meu pai Dagmar da Costa e Silva (poeta boêmio e de uma desenvoltura extraordinária). 

Suas influências musicais?


Sou de uma geração que a música participava, efetivamente, de nossa formação política e social. Estava sempre atento aos lançamentos de discos (long plays) e eu como tantos outros de meu tempo parávamos pra ouvir: Raul Seixas, Alceu Valença, Zé Ramalho, Milton Nascimento, Sérgio Sampaio, enfim, uma galeria de nomes de uma reputação enorme no contexto da MÚSICA BRASILEIRA.


A família apoiou?


Sim. Havia um engajamento muito forte. Daí então, começou surgir as primeiras composições nos espaços da cidade e nos festivais. 

Em que grupos participou ou participa?


À época fizemos um grupo intitulado PERMUTAÇÃO que executava nomes da música brasileira e também algumas já de nossas canções.

Dá para viver de música no RN?


Olha, muito complicado. Não acho que seja impossível. É a sua criatividade e, sobretudo, o nível de sua capacidade de produzir e se relacionar nessa teia tão movediça que é o campo da música, da arte.


Se pudesse escolher, seria músico ou escolheria outra profissão?


Inicialmente, vivi uma experiência em sala de aula que me trouxe um aprendizado belíssimo. Abdiquei do fazer pedagógico pra ingressar no ofício que mais realiza e que me deixa muito tranquilo por saber que o que faço poeticamente, musicalmente traduz por demais os meus sentimentos e me fortalece nos momentos mais difíceis de minha existência. Muito grato por essa oportunidade e que se pudesse faria tudo outra vez. 

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Nara Leão

O 19 de janeiro é um dia muito marcante na vida cultural brasileira. Neste dia, no ano de 1942, em Vitória/ES, nascia Nara Lofego Leão, tornando-se Nara Leão no mundo artístico. Também em 19 de janeiro de 1982, na cidade de São Paulo/SP morria Elis Regina, nossa Pimentinha.

Aqui minha singela homenagem a “menina rica” que nasceu para bailar, cantando e encantando a todos com sua suave voz. Viva Nara Leão!

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Elis Regina

Em 19 de janeiro de 1982, em São Paulo/SP, o Brasil perdia uma de suas mais belas e ilustres vozes: Elis Regina Carvalho Costa ou simplesmente Elis Regina no auge de sua carreira, para tristeza de milhões de brasileiros deixava o palco da vida para sempre. Considerada por muitos críticos e entendedores do borogodó como a maior cantora do país verde e amarelo, o que, de fato, essas opiniões tiveram pouca ou nenhuma serventia a mim. 

Apesar de já ser sucesso desde os anos 60, só tive contato com ela, em 1976, antes ouvia uma música ali na Rádio Difusora de Mossoró, uma música lá na Rádio Tapuyo, outra cá na Rádio Rural, mas quando vi o LP – long play – “Falso Brilhante”, foi amor à primeira vista, “arriei os quatro pneus” não sai mais da barra da saia dela.

Engendrei uma combinação com a Radiola Elizabeth V – ABC – Voz de Ouro -, que adornava elegantemente a sala da nossa casa no bairro Paredões, em Mossoró/RN, para tocar somente Elis. Mas por lá também frequentavam para dar uma “palhinha” Vinícius, Gil, Caetano, Gal, Betânia, Chico…Essa turma, então para não criar confusão e ciumeira besta não selamos tal acordo. Porém, Elis era a primeira a girar no palco iniciando involuntariamente com o lado B soando “Gracias a la vida”, seguindo-se o lado A com “Como Nossos Pais” e com direito a vários bis para uma plateia, quase sempre única: eu. 

Como sou um fã meio ou inteiramente relapso, desleixado, pouco cuidadoso acabava por arranhar o disco e, assim de pés juntos e joelhos sobre caroços de milho suplicava sugerindo à dona Geralda – minha mãe – como “castigo”, me mandasse ir na Disco Fitas buscar Elis para casa, ela sempre me obrigava cumprir a “penitência”. Minha adolescência teve sempre a companhia, aliás, na vida adulto e até hoje já um sexagenário, não em sua plenitude discográfica, mas o “Falso Brilhante”. Não sei nem se ela gravou outras coisas, mentira, sei sim: “Romaria”, “Atrás da Porta”, “Hora do Almoço”, “Águas de Março”, “O Bêbado e o Equilibrista”, “Fascinação” se tornado outras grandes interpretações da “pimentinha”, apelido cunhado por ter um forte gênio com respostas “ardidas” sempre que provocada e frases contundentes: “O Brasil de hoje é governado por um bando de gorilas”, disse ela sobre os generais da Ditadura Militar.

Hoje faz 40 anos de sua morte. Confesso que não choro, não rio e não lamento: apenas ouço. Meus mortos sabem de mim, convivo muito bem com eles. Ah! Faz um mês justinho, que escuto Elis Regina – 60 sucessos. 

Elis Regina: Presente!!!

Brito e Silva – Cartunista

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Pra sempre ELIS REGINA.

Pode quem quiser meter o pau na Rede Globo de Televisão (eu inclusive faço muitas restrições do ponto de vista ideológico), mas é inegável a competência dela sobretudo com relação à questão do entretenimento. A qualidade técnica e artística das suas novelas, por exemplo, é reconhecida em todo o Planeta.

Acabo de ver no Fantástico uma matéria sobre a cantora brasileira Elis Regina, nos quarenta anos de sua morte. Tudo que diga respeito a ela me interessa e eu leio, vejo, curto e divulgo. 

Lembro-me do momento em que eu soube da notícia: estava no Terminal Rodoviário de Recife pegando um ônibus para Mossoró. Deu no Jornal Nacional através da voz solene e grave de Cid Moreira (se não me engano). Confesso que fiquei perplexo, paralizado, sem acreditar no que eu estava vendo e ouvindo: Overdose de álcool etílico com cocaína? Mas ela era conhecida no meio artístico como “careta” e não curtia muito droga!!! Impossível!!! Deve ser engano… uma pegadinha, talvez…. Ela estava no auge da carreira e sendo reconhecida como a melhor cantora do Brasil… vivendo um novo amor… Parecia que tudo estava dando certo! E agora? Como é que vai ser? Entrei no ônibus, me sentei na poltrona indicada pelo meu bilhete e comecei a pensar… era uma sensação esquisita de dor e anestesiamento… 

Passou como um filme na minha cabeça. Primeira vez que a vi foi no início dos anos 70. Eu trabalhava numa Empresa que ficava em frente ao Aeroporto do Galeão e todos os dias, no intervalo do almoço, eu e uns colegas íamos pra lá pra ver o movimento. Um dia vi quando ela se aproximou: vinha sozinha e duas coisas me chamaram a atenção: o seu tamanho (bem menor do que eu esperava) e o volume da sua bunda… Pensei: “Parece uma tanajura”. Ela ainda não tinha atingido o status que aos poucos foi conseguindo e eu ainda não era um fã tão ardoroso. O tempo foi passando, eu fui comprando seus discos, indo aos seus shows, até que, de repente, me dei conta que na trilha sonora de minha vida ela reinava absoluta. Estava presente nos principais momentos da minha adolescência e juventude, sobretudo na época da repressão. Fiquei triste com aquele desentendimento entre ela e o Henfil porque eu admirava demais os dois.

Com o tempo eu cheguei à conclusão de que ela era uma das maiores cantoras do Brasil. Um dia eu ouvi uma entrevista de Bibi Ferreira em que ela dizia que “a Arte é uma mistura do binômio técnica + emoção”. Alguns críticos acusavam Elis de que ela tinha muita técnica, mas quase ou nenhuma emoção. Foi quando a Rede Globo fez um especial em que ela cantava “Atrás da Porta”, de Chico Buarque e Francis Hime… Nunca mais me esqueci do close em que ela aparecia chorando enquanto cantava, com o rímel escorrendo pelo seu rosto misturado com as lágrimas. E eu fiquei pensando:

– Depois desta interpretação antológica, será que ainda vão fazer esta acusação? De que ela canta sem emoção? Impossível.

Até que cheguei à seguinte conclusão: ela não é apenas uma das maiores cantoras do Brasil, mas A MAIOR. E uma das maiores do mundo. Depois, já velho, sentenciei definitivamente: Ela é a MAIOR DO MUNDO.

Um amigo um dia me perguntou:

– E quais os critérios que você usou pra chegar a esta conclusão?

– Apenas um: nenhuma outra cantora no mundo toca a minha alma como ela. Nenhuma outra me faz ficar arrepiado quando as ouço.

Quarenta anos se passaram desde a sua morte naquele fatídico dia 19 de Janeiro de 1982. Ainda hoje sinto sua falta… ainda bem que, graças às novas tecnologias, a gente pode ouvir a sua voz insuperável. 

Dizem que ela tinha um temperamento difícil… Não foi à toa que Vinícius de Morais a apelidou de Pimentinha. Pode ser… mas e daí? Não bastava o seu talento extraordinário, beirando a genialidade? Ainda tinha que ser perfeita como gente? Talvez se ela fosse “boazinha” nem fosse a cantora em que se transformou. 

Obrigado, Elis… talvez agora, da eternidade, você possa dimensionar o seu valor pra todos nós. Pra mim, especialmente. Porque, sinceramente, acho que nunca existiu nenhuma outra cantora, não existe e acho muito difícil que possa existir alguém que sequer se aproxime de você em termos de qualidade técnica e de emoção.

Pra sempre ELIS REGINA.

Manoel Vieira Guimarães

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Cartunista Brito estreia coluna no Portal Nordeste 360 amanhã (19)

O cartunista e jornalista Brito estreia nesta quarta-feira (19) no Portal Nordeste 360 com a sua arte e crônica que já ganham o mundo em diversos festivais. A coluna “Só no blog mesmo” vai apresentar toda quarta-feira um cartoon e crônica do artista e comunicador.

José Brito e Silva, ou simplesmente Brito, é jornalista e cartunista. Começou a carreira em 1979, no departamento de arte e diagramação do Jornal Gazeta do Oeste e Astecam.

No início dos anos 80 migrou para Natal, onde atuou na RN Econômico, Cooperativa dos Jornalistas de Natal, jornal Dois Pontos, jornal Salário Mínimo, entre outros. Publicou no Pasquim, Tribuna da Imprensa e Tribuna Operária. Também nos anos 1980, juntamente com o cartunista Laércio Eugênio Cavalcanti e Jackson Cassiano, fundou a TABEFE, revista de charges e cartuns.

No final da década de 80 foi para Rio Branco-AC, dirigir o departamento de arte e cenografia da Tv e Jornal Rio Branco (AC). De volta a Mossoró, em 1992, trabalhou nos jornais O Mossoroense e Gazeta do Oeste. Em 95, fundou a BN Propaganda e posteriormente Brito Propaganda. Colaborou com as revistas Papangu, Palumbo. Além de publicar em diversos sites e blogs.

Portal NE 360

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Gilberto Loia: “Nasci músico”.

Gilberto Pereira Melo mossoroense da gema, nasceu em 14 de agosto de 1961, logo aos 6 anos sentiu-se atraído pelos acordes do violão e aos 7 anos ganhou do seu pai o primeiro instrumento e nunca mais largou. Entretanto, antes de abraçar definitivamente a silhueta do “pinho” trabalhou no departamento de arte do Jornal Gazeta do Oeste e O Mossoroense como diagramador.

Adotando o nome de Gilberto Loia, com sua forma única excepcional de tocar João Bosco caiu na noite de Mossoró a qual o reconheceu, o acolheu e, assim sendo, virou sucesso. Com seu amigo, jornalista e músico Gilberto Souza, criou o Bar Musical 145, passando a ser uma das referências, fazendo história nas noites e madrugadas na terra da Santa dos Olhos. Loia é um músico em tom maior! Vejamos um pouco mais de sua vida:

Quando deu seus primeiros passos na música?

Quando tinha 6 anos de idade comecei a ter o primeiro contato com o violão e com 7 anos ganhei meu primeiro violão de meu pai.

Suas influências musicais?

Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, The Beatles, Renato e Seus Blue Caps, o rádio AM com toda a sua Amplitude Modulada, Trio Mossoró, Fagner, Zé Ramalho. Alceu Valença, Dominguinhos, Sivuca, João Gilberto, João Bosco, Caetano Veloso, Gilberto Gil… O Movimento Tropicália e a Bossa Nova, Demônios da Garôa, Paulinho da Viola, Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Valdir Azevedo, Chico Buarque… E ainda carrego essas e outras influencias até hoje que são minhas fontes de inspiração. Sou apenas interprete.

A família apoiou?

Meu pai, principalmente, foi quem me deu de presente de aniversário um violão

Em que grupos participou ou participa?

Meu primeiro grupo foi o RPGA (sigla para Renan (Tamborim), Paccelli Gurgel (Pandeiro), Gilberto (Cavaquinho/Violão) e Adriano Gomes (Surdo), onde nos apresentávamos cantando na maioria das vezes sambas nos colégios da cidade. Depois criamos um grupo musical, Eu e Flávio Robson junto com Antônio e Lupércio Almeida (irmãos), sobrinhos de Francisco Duarte (Chiquinho Duarte), colunista social na época, Mário Costa (Percussão), irmão de Sabiá da Costa (Percussionista), Getúlio (Contrabaixo) e Nestor (Teclado) formamos uma banda para tocar um carnaval em Tibau. Antes com Flávio Robson, Antônio e Lupércio Almeida, éramos um grupo musical que acompanhávamos Ricardo Rogério (em memória) e nos apresentávamos nos saudosos 1º de Maio na cidade de Mossoró como também participamos do FECAP (Festival da Canção Potiguar) defendendo música de compositores locais. Eu e Gilberto de Sousa (Jornalista) criamos o bar Musical 145, Musical vem da música e 145 do Disque Amizade, que era o mesmo que os aplicativos de mídia social de hoje. No Musical 145, criamos a ½ (meia) Banda, Eu (Voz/Violão), Maninho (Bateria e Denílson (Contrabaixo), onde nos apresentávamos quase que toda semana com repertório sempre de MPB.

De lá pra cá minhas apresentações foram quase que sozinho, Eu e o Violão.

Dá para viver de música no RN?

Falando de hoje, está difícil viver de “Música de Boa Qualidade” no Brasil em relação ao que se conheceu no nosso país grandes compositores e cantores e música de um modo geral.

Se pudesse escolher, seria músico ou escolheria outra profissão?

Músico, pois acredito que nasci músico e tive a possibilidade de descobrir cedo na vida.

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Thiago de Mello

Neste último 14 de janeiro, morreu aos 95, o poeta Amadeu Thiago de Mello poeta e tradutor brasileiro. Considerado um dos poetas mais influentes e respeitados no país, reconhecido como um ícone da literatura regional. Tem obras traduzidas para mais de trinta idiomas. Thiago de Mello celebrou sempre a liberdade.

“Fica decretado que o homem se sentará na mesa, com seu olhar limpo, porque a verdade será servida antes da sobremesa”. Thiago de Mello

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Luiz Alves Neto, o Velho.

“Minha vida sempre foi permeada pelo conflito, desde as próprias condições de existência, filho de um operário marítimo, dentro das contradições existentes na sociedade era um lutador”. Luiz Alves Neto.

O Velho, assim chamado pelos mais íntimos foi militante do PCB – Partido Comunista Brasileiro, juntamente com sua esposa Anatália (Marina) foram brutalmente torturados. Ela morreu sob tortura no calabouço da Ditadura Militar.

Documentário produzido pelo Decom/UERN

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Airton Cilon: Eu não saberia viver sem isso!

Airton Cilon, pintor, artista plástico e músico encanta a todos os frequentadores das noites da terra de Santa Luzia com sua voz e seu violão nos bares da cidade e nos movimentos culturais da capital do oeste potiguar: Mossoró/RN.

Nascido no mês consagrado aos festejos juninos, em 02 de junho de 1968, talvez, e por isto mesmo, a plasticidade de suas pinturas com suas cores e paisagens têm um caráter representativo das coisas essencialmente nordestinas, sertanejas, o que sua poesia também o faz, às vezes, de maneira contundente.

Seus primeiros acordes foram no violão comprado do seu irmão Alex a quem deve as primeiras lições. Em 2000 começou a tocar dando “canja” no bar Chap-Chap de Rogério Dias. Adotando o nome artístico de Airton Cilon logo se consolidando como um dos melhores músico do RN. Conheçam um pouco mais deste artista mossoroense: 

Quando deu seus primeiros passos na música?

Eu sempre gostei de música e gostava de cantar acompanhando os meus ídolos da música pelo rádio. Depois de adulto, um irmão meu, mais novo, comprou um violão em sociedade com um amigo, para aprender tocar. Tempos depois ele comprou outro violão e depois comprou a sociedade do primeiro, ficando assim com dois violões. Aí ele me ofereceu um dos violões e eu decidi comprar. Meu irmão Alex me passou os primeiros acordes.

No início era uma coisa só para me divertir e divertir os amigos. Mas, foi no início dos anos 2000 que comecei a dá minhas canjas no bar do amigo Rogério Dias. Daí a coisa foi se firmando e estou nessa lida até hoje.

Quais foram suas influências musicais?

Eu sou influenciado pelo rock, pela música pop, MPB e alguns artistas me tocaram profundamente, tais como o Raul Seixas, Renato Russo, Cazuza, Ângela Rô-Rô, Lobão, Belchior. Entre outros.

A família apoiou? 

Sim, acho que eles sempre me viram como alguém que estaria ligado as artes. 

Participa ou participou de grupos musicais?

Não participei de nenhum grupo. Apesar de ter tocado com outros músicos e até montado uma banda, mas são coisas esporádicas.

Dá para viver de música no RN?

Não dá mesmo, é uma profissão inglória. Os cachês são defasados há mais de 10 anos. É uma classe desunida. Daí, fica difícil negociar com o contratante. Devia existir um teto mínimo por músico! Mas… 

Se pudesse escolher, seria músico ou escolheria outra profissão?

Eu toco em barzinho como forma de complementar minha renda e também porque é algo que gosto de fazer e faço com alma. Mas tem seus sacrifícios, assim como outras formas de artes. Eu também sou poeta e artista plástico, e uma complementa a outra e vice versa…  Eu não saberia viver sem isso!