Natal(RN), 3 de abril de 2018
Natal(RN), 3 de abril de 2018
Aos meus netos
Kayllane, Aléssia, Enzo e Valentina, sem dúvidas sei que nesta data em que escrevo, vocês não têm ciência dos tempos difíceis em que vivenciamos. Por outro lado, agora (neste futuro, se estiverem lendo), já devem ter visto nos livros de história sobre o acontecido com o maior líder da América latina e um dos melhores presidentes do Brasil e toda conjuntura envolvida.
Em nome do combate à corrupção, massacraram moralmente militantes de esquerda, querendo tatuar a criação dos desvios de caráter a um partido, a um pensamento, levando uma camada de hipócritas às ruas vestindo camisetas amarelas guiados por um pato amarelo, patrocinado pela FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo-, vomitarem e disseminar ódio.
Devo dizer que houve sim, uma conspiração – estou falando baixinho, visto que, se for ouvido, certamente, serei linchado em praça pública, pois também há uma onda de intolerância, uma espécie de neofascismo, neonazismo uma mistura de ignorância involuntária e voluntária e, esta, insiste na implementação, – guardando as devidas proporções -, de um novo modelo de caça as bruxas contemporâneo, jogando quem pensa, opina, tem ideias e, principalmente, aqueles que fazem a defesa de um sistema político que priorize ou tenha como foco os mais humildes e mais pobres, numa desmoralização pública, se utilizando das redes sociais, a mais nova nefasta moda, a tal das fakes news -. Sem ir a miúdo, da força e imposição dos grandes conglomerados da comunicação nacional, todos sem exceção, apoiaram e fazem campanhas pressionando os mais altos agentes operadores da lei a tomarem decisões que lhes afaguem seus interesses comerciais.
Para vocês terem ideia, um procurador da República, da operação Lava Jato, o famoso Deltan Dallagnol, criador de um PowerPoint, onde incriminou Lula e no final diz uma frase: “não temos prova, mas temos convicção”, está fazendo jejum, para que o Supremo Tribunal Federal, vote confirmando a prisão de condenado em 2ª Instância. Numa demonstração cabal de falta de confiança em sua tese acusatória.
Alguns mais sensatos, tanto da direita quanto da esquerda, sem se apequenarem às ideias radicais ou ideológicas, dizem da notoriedade insana imposta ao Presidente Lula, colocando sobre seus ombros crimes sem provas e o condenando, estuprando a Constituição – desculpem seu velho avô, mas é a palavra que, de fato, encontrei para dizer do ocorrido com o 5º artigo da Lei Maior: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (art. 5o).
Logo, me é possível pensar, que a Constituição foi e é usada, com viés da conveniência de quem o faz: Rasgam, remendam, rasgam novamente e novamente remendam.
Claro, que a história, já deve ter sido escrita e, pode estar na linha que digo ou diametralmente diferente, entretanto, é preciso entender e ler a história do Brasil desde seu início, em 1.500, com um olhar mais crítico, para se situar nestes tempos dos anos 2018.
Porém, netos queridos, lembrem-se que a história é contada pelos vencedores.