Lupe: Um estrangeiro onde estiver

Paulista da cidade de Botucatu/SP, Lupercio Albano orgulhosamente diz “ybytu (ou ybytyra) katu “bom vento”, “serra boa” mesmo maltratando o tupi, prefiro algo mais poético:  nasci na Garganta do Vento – mas fui logo embora, levado pelas mãos de Santa Sara, a santa dos ciganos”, ou simplesmente Lupe como é conhecido no meio artístico, atualmente reside no Rio Grande do Norte desde 2012. Já havia vindo de férias à Natal/RN. Entretanto, no ano de 2012, em Sampa, conviveu com músicos potiguares com os quais fez parcerias. O cantor e compositor Romildo Soares o convidou para uma temporada de alguns meses na Cidade do Sol, foi ficando e, hoje se encontra estabelecido na bela comunidade de Pium/Parnamirim/RN: “inicialmente por questões financeira, mas depois, considerando a vida simples, paisagem, temperatura (em SP, ontem, deu -2,5 no termômetro; afetos, amizades e, naturalmente, parcerias musicais. sou meio cigano e me sinto sempre um estrangeiro, onde estiver”, Lupe.  

Quando deu seus primeiros na música? 

A música (ouvida no rádio ou na vitrola) sempre me arrebatou, me roubou o foco de tal maneira que me parece natural que o rio corra pra esse mar.

Meu primeiro trabalho como músico foi para um grupo de teatro, em São Paulo; um musical para crianças, “Com Panos e Lendas” que acabou fazendo um bom sucesso, à época.  Depois, estudar e estudar; lecionar e tocar na noite paulistana; acompanhar cantores e compor canções…

Suas influências musicais?

Na infância, no interior; catira, toada, cateretê e moda-de-viola; na juventude, já no perímetro urbano; o rock’n’roll, Beatles e tal;  os festivais de música e, finalmente, o Movimento Tropicália, que me ensinou realmente a ouvir a música brasileira; choro, frevo, samba, xote, baião etc. ( e a bossa nova, que era algo meio distante à minha geração)   e me instigou a compor.   

A família apoiou?

Absolutamente, não

Em que grupos que participou?

Gravei um álbum autoral “A Hora Sã”. Aqui em Natal, o mais significativo foi “O Motor da Onça” criado para enfrentar os festivais que aconteciam no Beco da Lama. Aqui no Rio Grande do Norte gravei com Antoanete Madureira/Romildo Soares, com o Grupo Bambu/SP e no Rio de Janeiro com a Crys Araújo. 

Dá para viver de música no RN?

Eis uma pergunta difícil…mas, sim, é possível; como diz a canção de meu parceiro Pedro Mendes, “em Natal, a gente não vive tão mal”

Se pudesse escolher, seria músico ou escolheria outra profissão?

Sim…seria músico. Um pouco mais atento ao que chamam de carreira, porém.  Se escolhece outra profissão, seria para, a cada dificuldade, poder dizer:Pô ! Porque é que eu não fui ser músico ?

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