Está tudo mudando

“Você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem” entusiasta da “terra plana”, teimando em desmascarar Gagarin, que falou ser a terra redonda e azul, saiba “Tua piscina está cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos, o tempo não para…”, “Eppur si muove” cravou Galileu.

Sabe o amigo com quem jogava bola-de-meia, na adolescência se dizia ateu? É dizimista da Universal cultua “deus, pátria e família”. A namoradinha de infância? Virou mulher do lar, casou com o esnobe da outra rua, que acreditava ser as “pregas de quelé”, é verdade: ainda traz marcas no rosto daquela pureza bela, das noites de verão das brincadeiras de esconde-esconde na rua Augusto da Escóssia mal iluminada pela Comensa. Porém, os negros olhos de outrora brilhando como a Estrela Dalva, agora refletem profundo pretume da tristeza.

Jô Soares dizia se a xícara desse bom dia, sem titubear diria “bom dia xícara”. As relações mudaram com os pais, mães, filhos, parentes, amigos, com o mundo e continuam a todo vapor. Acordamos, ainda na cama, exigimos: “Alexa” acenda a luz, ligue a tv e o Mac do escritório. Nos anos 70, mudar o canal de nossa Telefunken tínhamos que ir até o seletor, estapeá-la para imagem, preta e branco, aparecer sem chuviscos, era assim.

Bob Dylan diz “está tudo mudando”. Char, uma americana comprou uma boneca inflável em semelhança e imagem dela, para o marido transar quando estiver indisposta; a canadense Sonja, “ecossexual” diz ter orgasmos múltiplos com um frondoso carvalho; José, lá de Floripa, casou com a bela Samanta, uma rosada suína.

Os alimentadores de minha pasta Bobagens do Tik Tok, enviaram um vídeo onde um gato esbofeteia as fuças de um dog, amuado rosnar expondo as presas, o gato dá um pulo por cima da ligeireza caindo em pé, com a coluna arqueada, os pelos das ventas até a ponta do rabo arrepiados fitando no “Pit Bull”, que percebendo a intenção do “bichano” murcha as orelhas põe o rabo entre as pernas faz meia volta e sai grunhindo, chorando, imitando “Pé-de-Pano”, o cavalo do Pica-Pau. Tudo muda. Pense, não vire estátua de sal.

“Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo – Lulu Santos

Brito e Silva – Cartunista

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