Emanuel Amaral
Ontem(21), por lembrança do amigo Damata Costa, postei uma caricatura de Emanuel Amaral, um dos grandes cartunistas potiguar de primeira linha, o qual tive pouco convivência, mas o suficiente para admirá-lo.
Quando cheguei em Rio Branco/AC, no final dos anos 80, para dirigir o departamento de Arte e Cenografia do Jornal e Tv Rio Branco, se falava muito, a boca miúda, do atentado ao jornal “Folha do Acre”, onde Emanuel publicava suas ácidas assertivas charges, as quais o fizeram cair em desgraças com o poder dominante da época, que culminou em um atentado a bomba ao jornal. Emanuel saiu às pressas de Rio Branco/AC, sendo preso em Fortaleza por tráfico de cocaína. Em sua bagagem fora encontrada uma certa quantidade de cocaína, a qual ele atribuiu aos seus desafetos políticos acreanos. Cumpriu pena, mas morreu negando ser sua a droga, no que acredito. Todos sabem do que são ou eram capazes políticos ainda com resquícios ditatoriais. O fato é que este acontecimento trágico em nada manchou sua história de vida e profissional. Fico certo, que seus familiares, amigos e todos que o conheceram jamais deram crédito a sua culpabilidade e, sim, o veredito de todos foi por sua inocência.
Conheci o Emanuel no início dos anos 80, quando vim para Natal trabalhar na gráfica RN Econômico e na Cooperativa dos Jornalistas de Natal, entretanto, o encontrava esporadicamente, sem muita intimidade.Nesta época conheci outros artistas do traço como Falves Silva, Mauricio Oliveira, Cláudio Oliveira, Edmar…Mas, vindo do interior e, como sou bicho do mato, pouco afeito a amizades à primeira vista tive pouco contatos com estes, exceto Mauricio, com o qual íamos juntos para Tv Universitária – se não em engano ele já funcionário, eu de penetra, somente para desenhar – , quando era ali na Avenida Rio Branco, o qual o reencontrei agora no Facebook. Mauricio, estou esperando a pandemia passar para ir aí tomar um café com você.
Nos anos 2000, não lembro bem o ano, já morando em aqui na Cidade do Sol, o filho de Emanuel passou na minha casa, lá em Petrópolis e, ficou de promover um encontro, – certamente, tínhamos muitas histórias acreanas para contar e trocar – sabe-se lá porque o destino interviu para não acontecer.
Há uns três anos projetei fazer um jornal impresso, somente com cartunistas potiguares – gorou por falta de cartunistas e talvez por falta de mais empenho meu, também nesse meio-tempo fui acometido de uma AVC – e combinei com Ramos, do Balalaika, irmos até a casa dele, foi mais um encontro frustrado, desta feita para sempre: a morte veio e o carregou feito um pacote no seu manto.
De toda forma e, certamente, Ramos ainda irá promover a exposição.A caricatura permanece a disposição de Severino, para a homenagem ao grande cartunista Emanuel Amaral.
Brito e Silva – Cartunista