O quê vou dizer.?

É tão certo quanto o sol sair logo após a alvorada, como minha falta de entendimento sobre física quântica e cosmologia aplicada, ainda assim, se me fosse dada a incumbência de escrever sobre, certamente, imprimia pelo menos de 27 linhas de 70 toques (caracteres) em um A4.

Entretanto, de você, que conheço tanto, de norte a sul, de leste a oeste, que vi seu primeiro cabelo branca, seu primeiro sorriso lagrimoso quando Jade recebeu o diploma de publicitária, quando fez sua primeira tatuagem para dar “moral” a Segundo, da alegria quando Pollyanne lhe abraçou com Valentina os braços, ainda na cama do HapVida, de quando Polary foi para o Chile e uma lágrima desceu no canto do olho, de quando os netos lhe chamam de vó, de quando Larissa entrou na UERN, mesmo assim, me faltam dedos, as palavras tremem.

Eu, que sei dos perdões, das danças cantadas, das músicas sentidas, dos caminhos que andamos, uns de macia areia outros de fazer calos nos sapatos. Eu que sei das dores, das alegrias, das cicatrizes, dos dias ruins sem fim, das noites de sonos tranquilos. Eu que sei dos seus cheiros, suas vontades, suas verdades não sei dizer de você, me faltam olhos.

Eu que sei de nós, do nosso pacto simples sem juras, sem desenhos de coração em árvores: “faça o quê eu quero, eu faço o quê você quer e vamos ser infinito enquanto dure”. Hoje, nem falamos, apenas olhamos. Eu que sei tudo de você, mas, não sei dizer o quê vou dizer. Na verdade, não sei mais nada, parece um estado de poesia.

Feliz Aniversário, Maria!

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