Autor: brito_admin

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Novinho em folha


Outro dia assisti no Café Filosófico, uma pedagoga, falando dentre outras coisas que afetam o desenvolvimento da criança, a precocidade do contato com as telas como forma de brinquedo, pelo menos nos três primeiros anos, onde a formação e amplitude dos sentidos estão em pleno desenvolvendo.

Entretanto, fica impossível afastar as crianças das tecnologias e seria um erro ou uma vã ideia que elas não tendo contato com as tecnologias a partir de nós, estariam imunes, bobagem sem tamanho, uma besteira besta. A tecnologia faz parte da evolução humana e como tal é factível que todos possam dela desfrutar, mas as coisas não são tão fáceis, simples e românticas assim. Por trás de todo essa oferta, de que ela é necessária para você poder viver, ser feliz, há macabras ações dirigidas para nos tornar consumidores compulsivamente ativos, sem nenhum senso crítico e, quando somos capazes de resistir, eles dão vida limitada aos nossos aparelhos, nos obrigando compulsoriamente a nos livrarmos do antigo e correr à loja mais próxima.

Nos Estados Unidos existe uma lâmpada que está acesa há exatos 118 anos, em uma unidade dos bombeiros na cidade de Livermore, na Califórnia (EUA). Sem assim procedesse todas as lâmpadas, certamente, a Osram e Phillips já teriam quebrado. Projetar aparelhos com defeitos e peças pouco duráveis para que o consumidor tenha de comprar novamente é uma prática quase secular.

A indústria têxtil, no final do século XIX, começou a utilizar mais amido e menos algodão nos tecidos para reduzir sua durabilidade, incitando a consolidação da prática, como ferramenta de aumentar dividendos aos fabricantes. Em 1924, a General Electric, Osram e Phillips se reuniram na Suíça e decidiram limitar a vida útil das lâmpadas a 1.000 horas, sepultando sua possível útil longa vida.

Um grupo de consumidores franceses em 2017 acusou a Epson, HP, Canon e Brother de práticas destinadas a reduzir deliberadamente a vida útil de impressoras e cartuchos. Na França há legislação mais rígida, que tenta coibir tal prática.

Meu engando celular, começar a me enviar sinais que está ficando velho ou obsoleto, com menos de um ano de uso. Creio que anda vendo as ofertas do Magazine Luiza, para desespero dele, vou usá-lo até seu último suspiro. Ora, ele J8 Prime Dual, Android…Eu J60, estou novinho em folha. 

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“Mejor Compañero Quinto Año a 2019”,

Outro dia, em conversa com Polary, disse-lhe, sem muita pretensão que a palavra deste século seria Solidariedade. Mas, assistindo o documentário/série com do Bill Gates, digo sem medo de errar que a Solidariedade em toda sua extensão, poderia, de fato, ser levada à prática se consolidando como a palavra dos próximos cem anos.

Quando vejo um presidente desprovido de senso crítico, sendo ridicularizado por uma adolescente que está fazendo o que, talvez ou certamente, nós deviríamos está fazendo me causa um certo desânimo no futuro.

Entretanto, do Chile me chega uma notícia que me anuncia que nem tudo parece perdido. Minha neta Aléssia recebeu o Diploma de Honor, Escula Dr. Luis Calvo Mackenna, “Mejor Compañero Quinto Año a 2019”, isto é, “Melhor companheira do quinto anos de 2019”, por ser uma aluna solidária, que ajuda os seus colegas.

Solidariedade sim, para aqueles que têm fome de justiça, que perecem nas lutas pelos seus direitos, que lutam por um mundo melhor e mais justo para todos. Aqueles que fazem o que nós na teoria ainda bradamos, mas que esquecemos os caminhos da prática.

Tenho uma confiança extraordinária nesta nova geração, creio que fará tudo e resolverão tudo aquilo em que fracassamos.