Rishi Sunak

Caricatura de Rishi Sunak, Primiero-Ministro do Reino Unido, para segunda exposição de caricaturas charges e cartuns na Aliança Francesa, em Natal/RN, nesse ano de 2024, ainda sem data
Caricatura de Rishi Sunak, Primiero-Ministro do Reino Unido, para segunda exposição de caricaturas charges e cartuns na Aliança Francesa, em Natal/RN, nesse ano de 2024, ainda sem data
Confesso que busquei um tema que tivesse aderência aos 20 anos da revista Papangu, que não fosse somente o surrado “Parabéns…”, mas algo que não me expusesse como um tolo, mais do que já sou. Certamente, falar da beleza semelhante de nosso editor Túlio Ratto com a de Alain Delon, correria o risco de ser “despapanguzado”, o que de fato, não busco, muito me honra fazer parte do time dos “papangus na rede”, citar a inegável inteligência de sua musa e âncora, a jornalista Ana Cadengue, seria chover no molhado, logo minha árida e infértil mente não conseguiu germinar nenhuma boa ideia, nenhum bom tema.
Dizer da árdua luta de criar, manter e consolidar uma revista com esse olhar de fomentar a arte e cultural por 20 anos nestas planícies ressequidas, sem os devidos e necessários apoios financeiros, é sem sombra de dúvidas, uma tarefa hercúlea. Bom, todos têm ciência de quantas outras tantas tentativas de fazer florescer veículos de comunicação neste sentindo foram natimortas, pereceram na alvorada. Tatuar que o casal Túlio/Ana, é herói, mito, palavras tão desgastadas e dedicadas a embusteiros, não seria correto e de bom tom. Porém, são pessoas na melhor versão, que verdadeiramente acreditam no que faz, acreditam na arte, cultura do nosso estado, se não assim o fizesse, já teriam dado um tchau, bye bye, so long, farewell…
Poderia até dizer que o escrito acima foi enchimento de linguiça para dar tempo a “tico e teco” escacaviarem a minha improdutiva e seca mente na frenética busca de um robusto tema homenageando a aniversariante, que pudesse me fazer ficar “bem na fita, nos 20 anos da Papangu. Mesmo sucumbindo a inata habilidade e gigantesca burrice, não farei pelo simples fato de ser minhas verdades.
Entretanto, ainda afobado e acuado pela ausência total do “tal” tema a salvar-me desse vexame, lembrei de um trecho da música do Djavan “Esquinas”, que versa “sabe lá, o que é não ter e ter que ter pra dar”, de certo, é uma esquina, uma sinuca de bico ou você desiste da perseguição ou cai na ardilosa escrotice da facilidade da bajulação pura e simples, como isto não me apetece, reconheço a derrota e como a gente só dá o que tem, busco guarida em um dos sentimentos balizares e mais nobres do cristianismo que é o de gratidão. Logo, agradeço a Túlio, Ana e a todos que fizeram e fazem a Papangu por me aturarem. Obrigado.
Viva os 20 anos da Papangu.
Joe
Já em solo sagrado potiguar Joe Bonfim, cartunista norte-rio-grandense que há mais de três décadas mora na terra de Napoleão Bonaparte, todavia, ano após ano vem banhar-se nas águas mornas da Praia de Ponta Negra. Bem-vindo, amigo.
91 anos
Neste, 21/02, minha primeira sogra — mãe de Isi, in memoriam — completou 91 anos, lúcida e cheia de vida. Dona Lurdes, sempre foi uma pessoa extremamente generosa, calma, leve. Mesmo em momentos difíceis se postava serena. Saiba, acho que já sabe – a senhora mora no meu lado esquerdo do peito. Vivas à Dona Lurdes.
Vivas à Larissa!!!
Minha bela e inteligente filha Larissa Brito foi aprovada na Qualificação de Mestrado em Bioinformática. Estou certo que seu caminho será de muitas e sólidas vitórias. Vivas à Larissa!!!
Caricatura
Desenho de Benjamin Netanyahu para segunda exposição de caricaturas charges e cartuns na Aliança Francesa, em Natal/RN, nesse ano de 2024, ainda sem data.
Caricatura da jornalista, advogada e defensora dos Direitos das Mulheres, a egípcia Monira Thabet para Memória da Caricatura da Fundação Abdallah El-Sawy para a Preservação do Patrimônio Caricaturado Egípcio.
Entretanto, minha desleixada memória gosta de “pregar peças”, me fez perder a data limite, que foi no último 24/02/24.
Sempre tive uma “queda” por música; cheguei a acreditar que seria um músico, cantor ou compositor, todavia as mães sabem o que fazem, a minha percebeu logo minha inabilidade, para me proteger – creio – livrou-me da frustação do insucesso que certamente, estaria me aguardando. Não sei se a ideia era apenas uma ilusão romantizada da minha enevoada percepção do mundo artístico e, principalmente, quando a revista Manchete ou Veja trazia Vinicius de Morais, na sua banheira com um copo de uísque na mão e um charuto na outra, um litro de uísque ao fundo e Toquinho de violão em punho finalizavam o cenário.
Aí vem Zé Ramalho cantando Avôhai, Admirável Mundo Novo; Raimundo Fagner com Manera Fru Fru Manera, O último Pau de Arara; Alceu Valença Agalopado, Papagaio do Futuro; Ednardo voando em um Pavão Misterioso, Enquanto Engomo a Calça; Geraldo Azevedo em Caravana na Barcarola do São Francisco, por aqui na terra dos Potiguaras Terezinha de Jesus balançava as palhas do coqueiros em Prece ao Vento; Impacto Cinco nos afagava com Mãos de Seda Coração de Ferro, no solo sagrado da terra da Santa dos Olhos, o Trio Mossoró cantava Santo de Barro, do grande Iremar Leite.
Nesta profusão de sons de alta qualidade com medo de avião desembarcava, na Hora do Almoço, um sujeito cantando “Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior” logo arregimentou milhares (milhões) de fãs Brasil e mundo afora, muitos entenderam a mensagem carregada de críticas sócias demonstrando seu inconformismo, descontentamento com a realidade posta no Brasil e no globo, outros tantos, voluntariamente não quiseram compreender sua alucinação em expor suas impressões sobre a realidade e as dores do mundo.
Creio, quase todos da minha geração foram pegos e afetados por “Apenas um rapaz latino-americano” que vestia como uma luva, isto é, uma segunda pele a embalar a alma, para aqueles – nós – jovens dava uma identidade, uma “causa” pra chamar de sua, não apenas pelo momento político do país, porém, também por todas as inerentes ilusões, temores e medos de quem queira mudar o mundo. O certo, é que Belchior, passou a integrar o cotidiano de toda uma geração de forma arrebatadora, sem fanatismo, conscientemente.
Entretanto, quase todos os músicos acima citados, conseguiram sobreviver as intempéries, solavancos do mercado comercial da música brasileira, infelizmente, Belchior, em 30 de outubro de 2017, nos deixou, no plano físico, porque, de fato, nunca saiu de nossas vidas. É verdade que às vezes desaparecia e voltava, desaparecia novamente, voltava…
O certo, é que Belchior atravessou gerações. Contudo, agora nestes anos de 2020 a galera, uma nova geração cheia de sonhos e, talvez, entendendo o Antônio Carlos, o descobriram(?) em toda sua extensão, no sentido lato, expondo com força e com vontade suas músicas, textos, pensamentos e ideias nas redes sociais, se tornando um movimento sólido. Aqui, do meu cantinho como um cidadão comum, destes que se vê na rua, estou ciente que um dia “O anjo do Senhor, descerá para uma cerveja, e, se tiver sorte, serei levado feito um pacote no seu manto…”.
Rogo o perdão do meu amigo poeta Caio César Muniz, ante seus imensos saberes, pelo sacrilégio em falar sobre o Belchior, é que lá em casa tinha uma Frigidaire, de quem fui amante e nas madrugadas traíamos a Telefunken.
Brito e Silva – Cartunista
Ontem, sonhei com o jornalista Dorian Jorge Freire, o cenário imposto por Morfeu, pareceu-me muito familiar, aquelas estreitas escadas, as quais subi algumas milhares de vezes, indo a sua sala e a de João Newton da Escóssia, então nosso diretor administrativo, jamais poderia esquecer. Pois muito bem, quase nos últimos degraus perguntou-me o velho jornalista “Valeu a pena?”, mostre-lhe dois dedos em “V” – não o responderia assim, certamente, diria “Sim, valeu a pena” – mas, foi só sonho.
Isto lembrou-me de 83, quando fui chamado por ele para voltar para Mossoró (indicado que pelo amigo de Gazeta, Laércio Eugênio Cavalcante) depois de 2 anos de Natal entre a Cooperativa dos Jornalistas de Natal, RN Econômico e Jornal Estilo – de Toinho Silveira – pois, imaginava dar uma nova cara, revitalizar o velho “O Mossoroense” de guerra, em formato e conteúdo, queria fazer frente ao jornal de Canindé Queiroz, de onde éramos oriundos.
Detalhes ajustados, passei dias queimando as pestanas na prancheta, criando um novo layout o qual, aos olhos dele, pudesse ser a programação visual ideal pretendida. Em um domingo qualquer de março de 1983, em sua casa à rua 30 de setembro, de frente a praça da antiga União Caixeiral – que ostenta uma estátua em sua homenagem – nervoso apresentei-lhe nossa ideia, com atenção meticulosa do principal personagem do escritor Sir Arthur Conan Doyle, como quem procura indícios de um crime barbaramente “perfeito”, folheou as 12 páginas, olhou-me através de duas grossas lentes, franziu a testa e disse o que ansiava ouvir “sensacional”. 1º de abril de 1983, João Newton assinou minha carteira profissional.
Todos no jornal tinham uma espécie de misto de respeito e medo de Dorian, hoje quero crer, que ele gostava disto, talvez, para manter uma certa mistificação. Logo avisaram de sua ranzinzice, seu mau-humor. Entretanto, por vezes o encontrei a gargalhadas ao telefone. Também testemunhei na redação rasgando matérias de jornalistas, esbravejando dizendo que estavam mal escritas, uma bosta, dizia. Imaginava que meu “dia” chegaria e chegou. Em um belo sábado me diz para eu abrir espaço de meia página no jornal para uma coluna que seria assinada por Dr. Layre Rosado, entregou os textos, desci, fiz a diagramação, mas as “margaridas” não colaboravam muito – esferas que traziam o alfabeto em alto relevo – haviam apenas três modelos: corpo 8,10 e 12 – para digitação nas composer IBM, quando diagramava em corpo menor faltava texto, se aumentava o corpo “estourava”, foi reportar-lhe, soltando fogo pelas ventas:
– Você não saber é fazer, nada!!!
– Então faça você! Devolvi-lhe.
Com cara de poucos amigos, ironizou:
– Dá para “senhor” descer e chamar Laércio, outro cabeça de vento.
Laércio Eugênio Cavalcante, chefe das oficinas, subiu e por lá resolveu. Ficamos de “mal” um certo tempo, pouco me dirigia a palavra e a recíproca era verdadeira.
Mas, quando a coisa está ruim, fique certo, vai piorar. Em outro bendito sábado, já pisava na soleira da porta da frente do jornal, com direção certa ao Ponto Frio – de Dona Luzia – eram por volta das seis em meia, isto é, 18h30, quando Vovô fala:
– Brito, seu “pai” quer falava com você no telefone.
– Alô…
– Brito, fechou a capa?
– Sim Dorian, estava de saída.
– Vamos ter que abrir um espaço…
– Tá certo, vou esperar o senhor aqui.
– Não, não, quero que você traga a capa do jornal aqui em casa.
– Aí, eu não vou não.
– O quê?
– Aí eu não vou não!
Desligou na minha cara. Ora, eu doido para me juntar a turma que já tinha “derrubado” um monte de “burrinhos” com mão-de-vaca. Vovô me chama, era Dorian:
– Alô…
– Dono do mundo. Abra um espaço onde você quiser e coloque “Embaixador da Inglaterra pernoite em Mossoró”.
Acima do logo do jornal pus a manchete, já contando com minha demissão. No final tarde da segunda-feira, ele desce vai até minha sala, entrega sua coluna, com um “tapinha” no meu ombro acompanhado de “por que todo baixinho é metido a besta?” Deu-me as costas e saiu caminhando leve, como quem imita Frei Damião.
Para mim, foi um selo de paz, que assegurava o meu emprego. Trabalhos juntos por anos nos quais consolidamos o respeito mútuo, é certo que neste ínterim, claro, tivemos outros entreveros, de poucos danos ou sem nenhum. Em 89, fui dirigir o departamento de arte e cenografia do Jornal e Tv Rio Branco, no Acre, na volta em 92, para o Jornal Gazeta do Oeste, fiz minha primeira exposição de caricaturas em sua residência. Dorian, foi uma grande inteligência da boa terra da Santa do Olhos, junto com Canindé Queiroz alicerçaram os pilares do jornalismo mossoroense. Bravos!!!
Brito e Silva – Cartunista
Diploma por nossa participação na Terceira Iniciativa Internacional de Arte da Caricatura “A pena da caricatura pica a consciência do mundo”.
Obrigado amigo Ahmed Fathi Elsarrag, pela oportunidade de poder me juntar a grandes nomes do cartum internacional, para em nome da paz e da vida, protestar contra os crimes praticados em Gaza. Vivas à paz, vivas à vida, vivas ao povo palestino.
Caricatura dos amigos Yoel Abrel, Yaini Reyes, Evens Flow e Raikel, ambos músicos cubanos, que será capa de CD do Raikel, ora radicado em Madrid, filho do amigo jornalistas Jesús Díaz Loyola.
Evidente que pouco ou nada mesmo a fazer contra a Inteligência Artificial – AI, o que, de fato, podemos é usá-la de forma mais racional possível. Claro, existem muitas preocupações em todas as camadas sociais, aqueles não entendem ainda assim, o cuidado tem sua verdade. Cientistas de todas as áreas dos conhecimentos humano também cultivam desse sentimento, é certo, que isso tem a ver com ética, humanismo e, medo mesmo.
Entretanto, o neurocientista Miguel Nicolelis foi taxativo em afirmar que não existe inteligência artificial “inteligência somente é orgânica”. Do alto da minha cristalizada sapiência do mundo da tecnologia, devo concordar com o Miguel, que mesmo antes do Elon Musk, em 2021, fazer um estardalhaço danado quando a sua startup Neuroalink implantou um chip em um macaco e o fez jogar videogames com a mente, o brasileiro já fazia o mesmo lá por volta de 2016.
Outro dia recebi do amigo Laércio Eugênio Cavalcante, uma foto legendada “E ainda com todos os personagens vivos. Kkk”, na verdade se tratava de um bilhete do grande cartunista/jornalista Cláudio Oliveira, na sua época de Tribuna do Norte:
LAÉRCIO
1º lugar: um beijo (vôts).
2º lugar: conheça o Chafurdo.
3º lugar: envie-nos também seus desenhos junto como os de Brito e Jaques Cassiano.
4º lugar: estamos vendo com vocês a possibilidade de distribuição do jornal (mensal) aqui em Mossoró.
5º lugar: gostaríamos também de vera a possibilidade de conseguir anunciantes.
6º lugar: gostaria que você estudasse também se é mais barato imprimir o jornal aqui em Mossoró.
7º lugar: A ideia é montar um esquema semelhante ao “Salário Mínimo”, que era impresso na Astecam com aquele papel do Fradim, lembra?
8º lugar: Se for mais barato ou igual vale à pena imprimir o jornal aqui a gráfica de Natal cobra hoje a impressão de 1.000 exemplares do tabloide de 8 páginas,
16 mil cruzados, na Astecam quanto é? Canindé Queiroz não barateava em troca de publicidade, etc?
9º lugar: e no jornal “O Mossoroense”?
10º lugar: escrever pra gente, porra!
Cláudio Oliveira – 3/1/88
Duvido que a porra da AI tem capacidade de Cláudio para escrever uma “porra” tão carinhosa, carregada de afeto, respeito e amizade sincera. Antes, que eu me esqueça, vai pra porra AI.
Brito e Silva – Cartunista
Caricatura do presidente da França, Emmanuel Macron para exposição para esse primeiro semestre, na Aliança Francesa, em Natal. Ainda sem data definida.
“Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
tou me guardando pra quando o carnaval chegar…”Chico Buarque
É da natureza do tolo ficar parado esperando apenas por esperar algo acontecer sem se preparar para quando o “carnaval chegar” e, no momento em que a folia chega faz a festa, e assim como veio vai-se embora. O estúpido não percebeu, não viu, não sentiu, sendo assim, espera sentado culpando e pendurado na longevidade da esperança.
Outro dia, pela manhã na fila do pão do Carrefour uma senhora, mas enfeitada que a “burrinha de Zé Garcia” reclamava do preço do pão, do motorista que chegara atrasado e não trouxe o guarda-chuva, assim proporcionou que os pingos de chuva ousassem se precipitar sobre aquele acúmulo de produtos, que fazem uma espécie de domo químico, sobre suas madeixas de raízes esbranquiçadas que expõem sua verdadeira conservação, ora camuflada com um tom loiro.
Um provérbio chinês imprimi “quando um sábio aponta o céu o ignorante olha o dedo”. Poucas vezes se prepara para o sucesso ou derrota, no tempo em que se chega ao sucesso aflora o despautério, a arrogância e a cegueira, não vê a beleza do céu azul, das noites de lua cheia, da mãe terra engravidando depois de uma “tesuda chuva” – como grafava o jornalista Canindé Queiroz – o nevoeiro da ingratidão meramente esbraveja contra o forte clarão do sol, da fraca luz da lua, do torrão molhando provocado pelos pingos de vida que por aquele chão fluiu em correntezas aos riachos, ribeirões, rios até aos oceanos.
Quando não se planeja e o contratempo bate a soleira da porta, uma topada no dedão do pé, alguns pingos de chuvas, a luz do Astro-Rei ou o prateado luar se torna uma cruz, um castigo similar o de Sísifo. De fato, o tolo não enxerga além do próprio nariz, não cultiva a compaixão, o agradecimento, na verdade não consegue minar os olhos com a beleza do milagre de viver.
Vou ali me banhar na sapiência dos netos, para quando o carnaval chegar.
Brito e Silva – Cartunista