Keoma
No Conversa com Bial, Maria Betânia disse que gostava de assistir filmes de bang bang americano para despairecer. Lembrei-me que tinha Keoma em algum lugar perdido na estante fazendo companhia ao Último dos Moicanos, programei para vê-lo no outro dia, no sábado.
Não me pergunte o enredo, não sei, – Tenho um problema com filmes: no dia seguinte não lembro de nada, algumas vezes aparecem uns flashs, uns takes e só. Mas, tenho Maria que além de tudo, é minha memória para filmes -.
Sem dizer, se o filme tiver uma boa trilha sonora, aí lascou-se: embarco nela e pouco sei do resto. Keoma é um destes que assisto milhares de vezes e ainda não sei sua história do começo ao fim. Enquanto, Franco Nero mata bandidos só tenho ouvidos para música tema, diga-se de passagem, é sensacional.
O outro que ainda vou saber sua história tim-tim por tim-tim, quando assisti-lo com o dedo no botão de mudo, é o Último dos Moicanos.
Pois muito bem, assisti Keoma – Maria disse que tinha no Youtube -, lá fui ver, terminado entrou outro filme automaticamente, na mesma vibe, isto é, de faroeste. Neste que já esqueci o nome, o mocinho, Anthony Stephen, é acusado por um crime que não cometeu, – coisa que não acontece em filmes de Western -, fugiu da cidade à procura do verdadeiro bandido. Em sua busca para provar sua inocência matou 1100 pessoas, deu 17 mil tiros, não foi de fuzil, mas com um só revólver 45, sem trocar o tambor uma única vez, no final trouxe o criminoso, que foi enforcado ao pôr do sol e terminou sendo nomeado o Xerife da city. Esse enredo tem alguma semelhança com o sujeitinho que provocou a morte de mais de 300 mil brasileiros – segundo especialistas – para provar que um remédio para matar lombriga, mataria o coronavírus.
Ah, para não parecer mais retardado do que sou, lembro de uma cena do Último dos Moicanos, quando um índio corre subindo uma montanha atrás de outro indígena que havia matado seu filho, mas aí é fácil lembrar, a cena toda é acompanha da trilha sonora: Espetacular, a cena e a música.
Brito e Silva – cartunista