Saudades
Poetas, escritores, dramaturgos, músicos e filósofos, todos já definiram a saudade com infinitas e belas frases, melancolicamente bem dosadas, na frequência certa, para nos fazer verter água nos olhos como cacimba em leito de rio seco. Entretanto, tem uma cunhada pelo grande e saudoso Gonzaguinha, que também o não menos grande Fagner, gravou: “Saudade a gente não explica, é coisa que vem do coração”.
Eu não tenho saudade, produzo em profusão, saudades. Isso mesmo, no plural. Delas, todos os dias tenho um balaio cheio.
Não que seja saudosista e viva inebriado pelo passado ou navegue sem rumo em um tempo pretérito que sabemos que não vem mais. Mas, certas lembranças até nos confortam, provocando uma saudade boa. Outro dia o amigo Givanildo falou – falou não, provocou – do tempo em que fomos sócios: Eu, ele e Phabiano Santos, na agência de publicidade Modus Propaganda, ali na Avenida Alberto Maranhão, em frente a igreja São Vicente, em Mossoró/RN onde passamos grandes momentos profissionais e pessoais, certamente, éramos mais ingênuos e talvez, por isto mesmo, fomos felizes. Mas, imperiosa, a amizade ficou e floresceu.
Hoje, amanheci ouvindo Sunny, com Vanusa, logo depois soube de sua morte, fiquei com saudades. Um monte Cabugi de saudades me veio à memória: de sua quase sempre companhia com rota traçada à Mossoró para ver filhos e netos. Saudades do jornal O Mossoroense, Gazeta do Oeste, da Modus, Brito Propaganda, BN Propaganda – Nilton, cadê você?. Outro dia, me peguei sonhando acordado com a TV e o jornal Rio Branco. Destes lugares trouxe aprendizados, algumas frustrações, não perenes. Creio que saudade faz bem ao coração.
Entretanto, quando uma filha fala no WhatsApp; “E aí papai? Saudades!” Aí você sabe o que é saudade. O cabra que é valente, chora.
Jade, filha minha. Minha saudade é tanta – de todos vocês que só vejo pela internet, há pelo menos 9 meses -, não sei dizer o tanto e o quanto. Sei que é dorida.
Brito e Silva – Cartunista