“Pelo mínimo de dignidade e igualdade para todos os brasileiros”
“Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês”, explicita Mateus 7:1-5. no livro Sagrado de nosotros ocidentais. Ora, ora, parece que os cristãos não dão a mínima para o escrito.
Se assim for, de fato, e me parece que o é, se serei julgado na mesma medida que julgo, logo haverá um empate, não existirá ganhadores e muito menos perdedores, então, ou todos seremos perdoados e subiremos aos céus ou desceremos pelo funil até o centro da terra, onde o Anjo Caído ansiosamente nos espera, isto, se for levando em consideração somente a soberba, que é um dos 7 pecados capitais.
Entretanto, vivemos em uma sociedade em que a cada respiração estamos julgando ações de terceiros. No dia a dia em nossas relações estamos sempre julgando e sendo julgados pelos os mais variados motivos. Claro, que cada um de nós temos a visão do mundo de maneira deferente, mas à medida que a expomos inevitavelmente alguém vai nos julgar. E principalmente, quando você é uma há uma figura notoriamente pública de alcance universal, aí nos convém, nos juntarmos ao julgamento coletivo. Até porque, de uma maneira ou de outra fazemos parte da manada.
Depois da lesão do Neymar contra Sérvia, os memes surfaram nas redes sociais, alguns bem maldosos outros bem humorados e até irónicos e alguns opiniões de companheiros vitimizando o “meninoney”. No campo não tenho dúvidas que é “caçado”, é vítima dos adversários, porém, muito disto, certamente, é extensão de suas posições e atitudes fora das quatro linhas. Mas, como somos ávidos pela vida alheia, relegamos o “Ney” à segunda categoria, depois do golaço fomos fuçar a vida do “Pombo”, na verdade, se trouxe à tona o cidadão Richarlison, que se vacinou e fez campanha à favor da vacina, que contribuiu financeiramente para pesquisa de vacinas, que fez um post se solidarizando com as famílias das vítimas dos ataques as escolas do Espírito Santo e é dono dessa frase “O futebol me salvou. Por isso que eu falo, me posiciono e mostro a minha indignação: Pelo mínimo de dignidade e igualdade para todos os brasileiros que não tiveram a mesma sorte que eu”. Não há como não julgar e não decretar que o Richarlison é um cidadão que muitos deveriam seguir como exemplo.
O “mimado menino Ney”? Ora, é um grande jogador, faz falta a qualquer time do planeta e a seleção brasileira. Mas, não tem a envergadura cidadã solidária e jamais voará como o “Pombo”. Parafraseando Antônio Abujamra “A vida é dele e pode e tem o direito de estragá-la como quiser”
Brito e Silva – Cartunista