Para os netos
Santiago(Ch), 23 de junho de 2024
Netos Kayllanne, Lívia, João e Mily
Em Natal,(RN-Brasil)
Neste último sábado, 22, seus tios Polary – meu filho – e Sanara- minha nora – me levaram para um “tuor”. Primeiro fomos para o centro da cidade, aonde minha nora foi comprar chips para os clientes da BraChile, eu e Polary ficamos na companhia de Chico Buarque, Tom Jobim entre outros. Depois seguimos pela Plaza de Armas de frente ao Palacio La Moneda, sede do governo chileno, devidamente sob fragmentos da histórias ditos por meus “guias”.
O estômago reclamando combustível para gerar energia para se contrapor aos 8 graus que penetrava em meus sexagenário ossos, logo fui levado ao Restaurante Malandros, na soleira pareceu-me entrando no Oba Show, nos anos de 1994, quando de jogos da seleção brasileira, o ambiente decorado com bandeirinhas brasileiras e bandeirolas verdes e amarelas, uma bela senhorita traz o menu, logo imaginei Mão-de-vaca, Sarrabuio, Mocotó, Tripa de porco com batata doce… Qual o quê? Meus olhos caíram sobre uma Muqueca de peixe a qual degustamos com suco de maracujá, Sanara me acompanhou, Polary se fartou com uma feijoada com uma caneca de cerveja, pela cor e transparência mais parecia ponche ou Ki-suco de abacaxi.
Bucho forrado, saímos sob uma chuvinha fina, essa que os paulistas chamam de garoa e no nordeste os matutos sertanejos, do principado de Baixa do Chico, denominam de “lebrina” ou “chuva de moiar besta”, ela, aliada do frio, banhava a Van/Mercedes, adquirida no dia anterior para frota da Brachile. Roteiro ajustado, seguimos ao museu de cera onde fomos bem recepcionados. Na entrada do lado esquerdo você tem um encontro com os povos originários, do lado direito caminha com os presidentes do Chile, já no final ao lado de Michelle Bachelet e Sebastián Piñera dei-me conta da ausência de dois ex-presidentes que marcaram profundamente a história recente deste país, Pinochet e Salvador Allende, entoce, perguntei a guia que foi taxativa “porque es un tema delicado”.
Avante no tour, topei com Gabriela Mistral e Pablo Neruda, ambos Nobel de Literatura, confesso que fiquei acanhado, ia até puxar um papo com os dois, mas, viralatismo impediu e também fui advertido que eles eram de cera. Lembrei do criador da Embraer, general Osiris e Silva, no programa Roda Viva disse que estava em jantar, em Estocolmo, sentado ao seu lado estava um dos membros do comitê do Nobel, e ele perguntou porque o Brasil não tinha um Nobel, obtendo como resposta “Vocês brasileiros são destruidores de heróis”. Tuor encerrado.
Brito e Silva – Cartunista