Guimarães Rosa
O complexo de vira-lata impende nosso Nobel
“Carta aberta à Academia Sueca: por um Nobel póstuma a Guimarães Rosa”, artigo do escritor Wander Lourenço veiculado na Revista Bula, em 30/01/2023. Embora muitos possam denominar que a “carta aberta à Academia” seja mais uma reclamação ou uma proposição descabida, não levam a sério e são impedidos de imaginarem que, por “injustiça”, ou talvez até, acreditem que não temos competência para um Nobel.
Será que os elencados no texto, entre tantos outros brasileiros, não tenham predicados, bagagem literária para tanto?
Será que nossa fauna de 2013 milhões de brasileiros, culturalmente, seja tão pobre, tão estéril que não consegue produzir algo consistente capaz de um Nobel? A América Latina tem seis Nobel de Literatura: Gabriela Mistral (Chile), Miguel Ángel Asturias (Guatemala), Pablo Neruda (Chile), Gabriel García Márquez (Colômbia), Octavio Paz (México) e Mario Vargas Llosa (Peru).
O texto me fez lembrar do General Ozires Silva – fundador da Embraer – no programa Roda Viva no qual comentou sobre um jantar que participou em Estocolmo/Suécia, no qual três membros do Comitê do Nobel também estavam presentes e, um deles sentou ao seu lado. E Ozires perguntou o porquê do Brasil não ter um Nobel, seu interlocutor desconversou, não respondeu.
Segundo o general, depois de algumas doses de Vodka, um deles decidiu responder: “Vocês brasileiros são destruidores de heróis”. Ozires Insistiu: Por quê? “Todos os candidatos brasileiros que apareceram, contrariamente aos dos outros países, mais particular os Estados Unidos, quando aparece um candidato brasileiro, todo mundo joga pedra, do Brasil. Não tem apoio da população, parece que o brasileiro desconfia do outro ou tem ciúmes do outro. Sei lá o que acontece”.
Nosso complexo de vira-lata – se é que temos – prejudica nosso Nobel? Viva Guimarães Rosa! Vivas à literatura brasileira!!!
Brito e Silva – Cartunista