Fazer o bem, faz bem
O meu amigo Delegado (porteiro, filósofo, monge e sociólogo) outro dia me disse “se o homem fosse feito para correr era quadrúpede”, desde há muito tenho a tendência ao ócio físico, como o Romário, creio que esse negócio de andar, correr, fazer exercícios fitness não faz muito bem à saúde mental e física. Haja vista o que aconteceu com o soldado grego que correu até Atenas para anunciar a vitória de seus patrícios sobre os persas na batalha de Maratona, isto lá pelo ano 490 a.C. depois do intento de 42,195 km caiu durinho estatelado no chão: morreu.
Mas, para satisfazer Maria, a família e não querendo desobedecer a penca médicos, todas as tardes, ou quase todas – às vezes a preguiça se impõe com dores nas costas, na cabeça…- eu e Maria saímos para caminhar na Praça da igreja de Nossa Senhora de Candelária, depois de não mais de meia-volta, nos sentamos em nosso divã para descansar e apreciar a cidade em movimento e seus transeuntes. Por vezes conversamos sobre a vida que não deixar de passar como um corisco, rimos de nós mesmos e dos colegas que ali vão para ganharem sobre vida, sim, a maioria já está mais pra que pra cá. Não fazemos, ou pouco fazemos planos para o futuro, apenas ficamos jogando conversa fora, como se pecados não tivéssemos.
Em um desses dias, logo após a missa, um casal de velhinhos saídos da igreja passou e sentou em um banco bem trás de nós, quase colado em nossas costas, a senhorinha disse em voz suave “Hoje fiz uma doação – dízimo – generosa para igreja, espero que seja bem utilizada” e rematou na hora, “em pensamento falei que era meu e seu”. Minha curiosidade me traiu, virei-me para vê-los, os olhos dela brilhavam, estavam numa felicidade lúdica, quase infantil.
Ali, naquele ínfimo milésimo de segundo me dei conta que fazer o bem, na verdade, faz muito mais bem a quem faz, talvez, a quem recebe por um momento supra sua necessidade, como quem recebe um pão para saciar a fome, mas pouco tempo depois o “bucho” ronca, ronca de fome, porém aquele que proporcionou o pão deita em seu travesseiro e dorme o sonho dos anjos e nunca esquece, conta para os amigos e, se não tiver feito uma selfie a inserir nas redes sociais perde a valia do “bem”.
Finalizando o diálogo, pondo uma pá de cal na minha descarada curiosidade que ainda os olhava, o senhorzinho disse baixinho “não precisa falar pra ninguém”. Esta última fala trouxe à tona o que minha mãe dizia “o bem não faz barulho”.
Hoje vemos em abundância nas redes sociais pessoas fazendo o “bem”, a televisão usa muito desse artifício para ganhar audiência, abre vários quadros nestes programas de grande visibilidade, onde ajudam miseráveis de níveis múltiplos. A grande mídia não faz isto por bondade, simplesmente para oferecer o bem, evidentemente que querem pontos no Ibope e com isto arregimentar o maior número de patrocinadores, o objetivo é meramente comercial sem nenhum pingo de sentimento social, assim mesmo, sem medo, nem dó, nem drama.
Porém, pessoas físicas, talvez, sejam ainda muito mais cruéis, pois boa parte de nós é motivada pelo pecado capital da vaidade e, dela ninguém escapa. Até Santo Antão sofreu. Fazer o bem sem olhar a quem, pois sim…
Saudade
Ouvi de Cortella que saudade é a falta de algo que é importante que não está presente, e por isso, faz falta. Se não sente saudade, não faz falta e se não faz falta, não é importante.
Exposição
Nos preparativos com o amigo Ramos, lá do Sebo Balalaika, que já determinou a data para sábado 27 de agosto nossa Exposição Virtual de Caricaturas com 100 desenhos de artistas da música brasileira e internacional, dentro do Projeto Sábado de Ramos, idealizado para homenagear uma figura proeminente da arte e cultura potiguar, neste 27 de agosto será a vez do poeta de Currais Novos José Bezerra Gomes.
O evento começa às 10h e vai às 20h, na rua Vigário Bartolomeu,656, Cidade Alta. O projeto Sábado de Ramos tem uma vasta programação Boi de São Gonçalo, Antônio Francisco, grupo de Chorinho, Coral da Fundação José Augusto Encerrado do dia com um show de Crystal.
Vendilhão
O Bispo espertalhão Edir Macedo sugeriu que fiéis antes de morrer doem seus bens para Igreja Universal, segundo o estelionato da fé alheia, seria um grande feita a Deus. Ora, se Edir.
Cartunistas
Agora, em agosto vamos inserir no site www.blogdobrito.com uma entrevista com cartunistas brasileiros, oportunizando aos apreciadores do cartum conhecerem mais um pouco sobre estes profissionais.O cartunista cearense Cival Einstein premiado mundo afora, será o nosso primeiro.
Pizza
CPI da COVID, deu pizza mal temperada, azeda.
Frase:
“Recebaaaaa!” – Luva de Pedreiro