Exposição – Emanoel Amaral
Nunca tive uma amizade muito próxima com Emanoel Amaral, entretanto seu generoso talento me aceitou como irmão nas artes, o copiava freneticamente lá pelos anos 70, a procura da minha própria identidade gráfica.
No final dos anos 80 fui para o estado do Acre, trabalhar na Tv e Jornal Rio Branco, período em que Emanoel estava voltando, pois, seu direito de expressão foi violentamente violado. Sua verve e sua crítica fina não agradou a muitos políticos nazifascistas acreanos e puseram fogo em um jornal que ele trabalhava, o Folha do Acre, na capital Rio Branco, seus algozes lhe deram horas para sair da cidade, que o fez volta a nossa bela Natal/RN.
Ao chegar no Ceará, foi preso com de drogas em sua bagagem, fato que atribuía a uma ação do Palácio Rio Branco, fato complementar as perseguições por suas charges contundentes. Os fascistas mudam apenas de lugar.
Outro dia, em passagem pelo Sebo Balalaika, perguntei por Emanoel, fui informado que estava muito doente, entre uma conversa e outra Ramos disse que tinha uma aquarela de Amaral, pensava em emoldura-la e fazer uma rifa para reverter o saldo para alentar o o seu tratamento.
Não houve tempo, ele veio a falecer antes. Então sugeri a Ramos que nós cartunistas e amigos fizéssemos uma caricatura, desenho, charge de Emanoel e depois expuséssemos lá mesmo no Balalaika ideia acatado de imediato.
Ramos está arregimentando cartunista, organizando a exposição em uma data ainda a ser definhada. Então aqui, vai minha pequena e irrisória homenagem (in memoriam) ao amigo cartunista, Emanoel Amaral.