Efeito manada
Foto: Ana Carolina/FolhaPress
Costumo não replicar com frequência o que outros publicam em suas páginas, desde que – se a verdade não me engana e a memória não minta-, o amigo, Rinaldo Barros, questionou sobre uma postagem, fui pesquisar e não tinha nada a ver, era na verdade, uma montagem grosseira, desculpei-me.
Hoje, mesmo que concorde ou discorde, procuro a fonte, não encontrando-a, passo. As vezes até comento, pois, sou afeito ao bom debate.
Há dias vem sendo veiculado uma imagem em que aparecem duas estátuas, uma com corpo feminino e genitália masculina e outra com corpo masculino com a genitália feminina e uma criança segurando a mão de uma delas. Os comentários não merecem opinião, todos já viram.
Perguntei a todos que publicaram em suas páginas, onde estaria exposta tal obra de “arte”? Um disse que não sabia, outro disse ter visto numa página e replicou, um outro falou que estaria num museu em São Paulo, certo. O problema é que a capital paulista tem para mais de 100 museus, no final, quem está replicando não sabe a origem da “obra”, apenas publica, criando um feito manada, e se for montagem? Estaríamos todos contribuindo para disseminar uma mentira ou no mínimo marcar posição a uma ideia.
Mas, se verdade for? Quem diabos tem a ver com isso, a não ser os pais da criança? Nem o Estatuto do menor e adolescente proíbe, apenas oferece faixas etárias de classificação: Totalmente diferente da censura, a classificação é um processo democrático, dividido entre o Estado, as empresas de entretenimento e a sociedade, com o objetivo de informar às famílias brasileiras a faixa etária para qual não se recomendam as diversões públicas. Assim, a família tem o direito à escolha garantido às crianças e adolescentes o seu desenvolvimento psicossocial preservado.
Há exatos 2 anos, a Prefeitura do Rio de Janeiro – sem falar das praias da Paraíba e tantas outras que existem Brasil a fora -, sancionou lei oficializando praia de Abricó, na zona oeste, área de naturismo, isto é, nudismo. Nesta bela praia frequentada pela alta classe carioca as crianças andam juntos com adulto pelados, e daí? E daí nada. Não se ver manchetes escandalizadas em jornais, revistas, blogs. não se ver nem uma marolinha moralistas, por quê? Será que é porque são ricos? E rico pode tudo? As “regras” moralista não se aplicam aos ricos?
A questão passa longe disto, o buraco é mais embaixo. Esta onda moralista tem outra função, pois, em sua crista surfa intenções políticas partidárias e religiosas, onde esqueletos se vestem de gente de “bem”, mas, a um olhar mais atento é possível perceber as armas ocultas em suas mãos.