Dezembro me dá uma canseira
Cansado, sim, cansado! Quando ponho os pés em dezembro já estou quase esgotado de ver tanta sacanagem desde o primeiro de janeiro. Uma direita obtusa, burra e egoísta que massacra a massa trabalhadora deste país verde e amarelo abençoado por Deus e bonito por natureza, logo aos primeiros segundos do raiar do sol do Dia da Fraternidade Universal, sem esquecer a ineficiência de uma esquerda arrogante, prepotente e divisionária que, certamente, contribui para atual cenário.
Fatigado, não consigo me comover com a onda “vermelha” coletiva que empesta o ar, isto é, não entro no clima do escroto de pança esférica e barba de Matusalém, ao contrário: quando espio todos no mesmo balaio, em ações de benevolência, doando cestas básicas, roupas usadas, brinquedos às crianças, que certamente, no ano seguinte não irão à escola ou a creche, porque muitos destes que, ora tentam lavar a consciência passaram 11 meses roubando seus sonhos. Ainda assim, lhes parecendo mais leves, limpos, perdoados, riem para selfies que irão às redes sociais com obrigação de obterem milhares de likes, visto se assim não conseguirem, será inútil tamanha solidariedade. Que o Menino me perdoe, mas dezembro me enjoa, me dá náuseas me dá uma canseira danada.
Embriagados por segundos de “solidariedade/piedade” proporcionados por seus algozes, muitos brilham os olhos e deixam escapar águas cheias de gratidão, e, naquele momento creditam tudo ao “bom velhinho” ou às bênçãos do Menino Jesus, que afinal, lembraram deles. Pobres, coitados, iludidos, miseráveis se resignam sob o manto de seus infortúnios, que ali, aquela vida, é culpa deles mesmos ou são os desígnios de Deus. Assim, ignorantes desafortunados, engrossam o cordão dos desgraçados que esperam “cear” no dezembro vindouro. Jesus? ah, deve ser esquecido durante o resto do ano, é que o sofrimento lhes são tantos, que desacreditar e maldizer a vida às vezes é uma forma de oração e súplica.
Eles? Os outros? Eles se reúnem em família, como verdadeiros “cristãos” sepultam seus pecados e, perdoados que foram por seus deuses, se renovam para novas e aperfeiçoadas crueldades nos próximos onze meses, afinal, no próximo dezembro tem o espírito natalino sobre todos.
Que me desculpem, o Noel – que de “bom velhinho” não tem nada, a mim, é mais um escroto importado iluminando as vitrines do consumo desenfreado -, e ao clima natalino por ele infestado, ao Menino Jesus não peço desculpas, com Ele me entenderei na hora oportuna.