Autor: brito_admin

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Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lydia Cruz de Moraes, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918). Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto. Desde então, já demonstrava interesse em escrever poesias. Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso primário.

Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro. Três anos mais tarde, tornou-se amigo dos irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, com quem começou a fazer suas primeiras composições e a se apresentar em festas de amigos. Em 1929, concluiu o ginásio e no ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito do Catete, hoje Faculdade Nacional de Direito (UFRJ). Na chamada “Faculdade do Catete”, conheceu e tornou-se amigo do romancista Otavio Faria, que o incentivou na vocação literária. Vinicius de Moraes graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1933.

Três anos depois, obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos mais tarde, Vinicius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford. Em 1941, retornou ao Brasil empregando-se como crítico de cinema no jornal “A Manhã”. Tornou-se também colaborador da revista “Clima” e empregou-se no Instituto dos Bancários.

No ano seguinte, foi reprovado em seu primeiro concurso para o Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em 1943, concorreu novamente e desta vez foi aprovado. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.

No final de 1968 foi afastado da carreira diplomática tendo sido aposentado compulsoriamente pelo Ato Institucional Número Cinco.

O poeta estava em Portugal, a dar uma série de espectáculos, alguns com Chico Buarque e Nara Leão, quando o regime militar emitiu o AI-5. O motivo apontado para o afastamento foi o seu comportamento boêmio que o impedia de cumprir as suas funções. Vinícius foi anistiado (post-mortem) pela Justiça em 1998. A Câmara dos Deputados brasileira aprovou em fevereiro de 2010 a promoção póstuma do poeta ao cargo de “ministro de primeira classe” do Ministério dos Negócios Estrangeiros – o equivalente a embaixador, que é o cargo mais alto da carreira diplomática. A lei foi publicada no Diário Oficial do dia 22 de junho de 2010 e recebeu o número 12.265.

Vinicius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro “Orfeu da Conceição”, em 25 de setembro de 1956. Além da diplomacia, do teatro e dos livros, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 – época em que conheceu o maestro Tom Jobim (um de seus grandes parceiros) -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas. Na década seguinte, Vinicius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime.

Na década de 1970, já consagrado e com um novo parceiro, o violonista Toquinho, Vinicius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.

Na noite de 8 de julho de 1980, acertando detalhes com Toquinho sobre as canções do álbum “Arca de Noé”, Vinicius alegou cansaço e que precisava tomar um banho. Na madrugada do dia seguinte Vinicius foi acordado pela empregada, que o encontrara na banheira de casa, com dificuldades para respirar. Toquinho, que estava dormindo, acordou e tentou socorrê-lo, seguido por Gilda Mattoso (última esposa do poeta), mas não houve tempo e Vinicius de Moraes morreu pela manhã.

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Pirou na “maionese”

“Durmo e acordo, pensando em gestão”. Frase dita pelo governador Bob Pai, no Bom Dia RN, também revelou que o Rio Grande do Norte foi o único Estado do Nordeste, que não cresceu nos últimos 14 anos, ainda segundo o Mister Robinson, a quinta potiguar, além, de não avançar, retrocedeu.

O Estado do Piauí, cresceu 69 vezes mais que o RN, outra informação falada pelo chefe do Governo do Estado.

Sem grande esforço, podemos fazer um exercício de retrospectivas e, facilmente, comprovaremos que o todos os governadores tinham DNA das oligarquias dominantes, neste torrão pisado pelos potiguaras. Todas as famílias, que a mais de meio século dominam a cena política do estado, foram contempladas, passaram pelo Centro Administrativo, dando sua indiscutível contribuição no desmantelamento e sucateamento da máquina administrativa.

Portanto, não adianta se esconderem atrás da ineficiência, incompetência e do fraco desempenho do Robinson Faria, pois as digitais dos Alves, Maia e Rosado salta aos olhos, estão tatuadas no atraso e na penúria econômica que padece nossa terra.

Robinson, além, de sua falta, comprovada, de aptidão nata para administrar o Estado, tem um azar dos incapazes, dos incompetentes. Porém, isto não retira sua culpabilidade ou lhe permite um atestado de “inocente”, não, pelo contrário Robinson Faria faz parte desta cúpula que anos a fio sacrifica e viola e continuará a violar, se assim, nós permitirmos.

Com todo respeito que lhe é devido, pensar em reeleição, amigo Robinson, já não é problema de inteligência política, mas, de quem pirou na “maionese”, coisa de natureza mental mesmo.

Batata

E o batata, hein? Ora prefeito,  sabemos que a crise está impondo certos comportamentos de austeridade, principalmente, a agentes públicos, mas cá pra nós, não precisava pagar esse “mico”, aliás, cometer este delito, de copiar o discurso do prefeito de Salvador, ACM Neto, e proferi-lo na abertura dos trabalhos legislativo da urbe caicoense. Bastava contratar um jornalista para escrever suas falas e, assim, não teria evitado esse constrangimento de colocar a bela cidade de Caicó nas manchetes, não da forma que ela merece. Este é um exemplo de quando, o barato sai caro.

Raio

A arrogância de Carlos Eduardo, prefeito de Natal, só não é maior que sua incapacidade de diálogo. Vai ser anti-democrático assim, no raio que o parta.

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Crime organizado

 
O mijão do Planalto vomitou “O crime organizado quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro”.
Ora, faça me o favor, o crime organizado tomou conta não só do Rio, mas também de Brasília, basta ver de qual partido pertencem(ciam) esses “meninos” traquinos: o ex-governador Sérgio Cabral, Henrique Eduardo Alves, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Romero Jucá, Eunício Oliveira, Geddel Vieira, Rocha Lores e o próprio conde das trevas, claro do PMDB, que até fez “prástica”, mudou de nome para não ser reconhecido e agora atende pela alcunha de MDB.
Que crime organizado maior que esse?
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‘ESQUERDA HEINEKEN’ É A VOVOZINHA!

Paulo Afonso Linhares

É por demais decantada a incapacidade do burguês de compreender o humor, segundo feliz parêmia de Hermann Hesse, no seu Der Steppenwolf (O lobo da estepe, já referido por mim noutros textos). Enfim, o espírito burguês, no máximo, atinge às raias do cinismo quando busca o humor que, na acepção latina, quer dizer líquido.

O espírito verdadeiramente burguês e conservador tem enorme dificuldade de acessar essa fluidez, essa ‘felicidade líquida’ que constitui um estado de espírito que se caracteriza pelo equilíbrio psicológico e emocional da pessoa que consegue vislumbrar graça e riso nos diversos aspectos da condição humana; não raro, o humor representa sempre perspectivas de rupturas de paradigmas e da construção de novos cenários da vivência humana.

Que os bondosos leitores deste escrito de quarta-feira de cinzas não se iludam: aquele famoso riso das hienas é apenas o esgar doloroso desses bichos que comem fezes e somente transam uma vez por ano…

A alma conservadora, contudo, não desiste de utilizar, na defesas de seus interesses políticos e propósitos ideológicos, imagens que chegam próximo às fronteiras do humor sem jamais ter energia suficiente para transpô-las. Assim é que, nas lutas político-ideológicas que trava, tende sempre lançar mão de formas diversionistas e raciocínios que desqualificam e diminuem seus adversários, mesmo que por vezes resvalem para grosserias e agressões à condição de existência da pessoa. Tratar, por exemplo, o ex-presidente Lula de “Nove Dedos”, como fazem seus adversários, nas redes sociais e fora delas, não deixa de ser um menoscabo ridículo à dignidade da pessoa humana, pois, não é razoável imaginar que alguém em sã consciência deixe esmagar em engrenagem mecânica parte de seu corpo para disso extrair vantagem qualquer. Pura maldade. Humor negro.

No atual momento em que, na sociedade brasileira, se confrontam projetos políticos radicalmente antagônicos na corrida presidencial de 2018, afloram absurdos de variados calibres. No passado, quando existia ainda a União Soviética e seus satélites, os conservadores de muitos matizes, no Brasil, lançavam contra seus adversários o anátema de “esquerda caviar” para simbolizar, em forma de gracejo, uma desqualificação dos inimigos da ordem burguesa e liberal, da qual não escapavam nem mesmo os leitores de Stendhal que, por manterem exemplares do instigante “O vermelho e o negro”, em suas humildes bibliotecas, foram arrastados para as enxovias da ditadura de então e lá muitos até perderam suas vidas ou foram marcados para sempre por insanas sessões de tortura física e psíquica.

Nos tempos de hoje, o caviar não faz mais sentido com o desmoronamento da tal “cortina de ferro” e o fim de “guerra fria”. No pouco definido cenário político brasileiro de agora, à sombra dos poderosos rebenques judiciais, a imprensa conservadora e os reacionários de diversas extrações brandem seus porretes contra uma “esquerda Heineken”. A inteligência rarefeita desses energúmenos chegou a tal resultado à vista de uma torturante estrela vermelha que estampa o rótulo da primeira cerveja premium da Holanda que, ao lado do nome da família do seu criador, Gerard Heineken, há 145 anos (1873-2018), tornou-se um dos símbolos nacionais daquele país e distribuída em mais de 190 países.

E agora, com o inimaginável segundo lugar da desconhecida escola de samba Paraíso do Tuiuti (ou simplesmente PT…) no desfile do carnaval 2018, do Rio de Janeiro, que levou para a Sapucaí um enredo com duríssima crítica social e até exibiu um avatar vampiro do presidente Temer, essa raiva vai aumentar. Comemoração certamente puxada à verdinha Heineken! E pensar que até bem pouco tempo diziam os brancosos da tosca direita verde-amarela que a Itaipava era de Lula…

Verdade é que a tal estrela vermelha da Heineken, nada tem de comunista, socialista ou petista, como, aliás, essa empresa esclareceu na resposta ao Governo do nacionalista e ultraconservador Víktor Orbán, da Hungria, que, tendo como pano de fundo uma briga comercial da multinacional holandesa com pequena cervejaria local, tentou proibir “o uso comercial de símbolos totalitários como a suástica nazista, a foice e o martelo, a cruz com flechas e a estrela vermelha, utilizada desde 1917 como símbolo comunista”, segundo notícia veiculada no El País, da Espanha (28 mar 2017). Os conservadores tupiniquins seguramente ‘beberam’ desse aguado chope magiar, para ter mais uma diarreia mental.

Aliás, a estrela vermelha como emblema comunista somente foi usado a partir da Revolução Russa de 1917, a partir de famoso diálogo que teria ocorrido entre Leon Trótsky e Nikolai Krylenko. Nestas paragens, tornou-se logomarca do Partido dos Trabalhadores. Daí a pecha atual de “esquerda Heineken”. Isso pode até parecer uma chiste inocente e bem humorada. Qual nada: nem uma nem outra coisa; é só veneno destilado. A invectiva é maldosa quando, no mínimo, associa a militância política de intelectuais, artistas, profissionais liberais e outros segmentos da classe média urbana brasileira, aos convescotes de mesa de bar regados a cerveja.

Vale lembrar que, no passado como hoje, os refutadores do pensamento socialista sempre tentaram (e ainda tentam!) desqualificar as ideias do filósofo alemão Karl Marx por ter sido ele um bebedor de cerveja, alguém que nunca trabalhou e que viveu às custas de sua esposa rica e do dinheiro franco de seu amigo, o também filósofo Friedrich Engels. Bobagens.

Quem leu qualquer relato biográfico de Marx, por mais ralo que seja, sabe que isso é idiotice por várias razões: beber cerveja jamais foi símbolo de devassidão ou algo assemelhado, tanto que algumas das melhores marcas da velha Europa eram feitas por ordens religiosas (Franziskanen, Dominikanen, Benediktinen etc.) e democraticamente apreciadas, até hoje, por todas as populações de países europeus.

No velho mundo, quem não bebe cerveja, vai de vinho, de conhaque, de vodca… Não sem razão, o comediógrafo irlandês George Bernard Shaw (1856-1950), prêmio Nobel de Literatura (1925), de finíssimo e inigualável humor, galhofa, na comédia Candida (de 1894, III): “I am only a beer teetotaller, not a champagne teetotaller!” Mais ou menos assim, numa tradução livre, “sou apenas abstêmio de cerveja, não um abstêmio de champanhe”. Estranho que o velho Shaw, na terra da famosa Guinness, a cerveja irlandesa mais famosa do mundo, cuja forma mais clássica exala um marcante sabor, com o equilíbrio perfeito entre o forte amargor e o doce suave, com toques de café e chocolate. Além das Pale e Bitter Ales, e as Porters/Stouts, também mundialmente famosas…

O casamento de Marx com Johanna “Jenny” von Westphalen, filha do Barão von Westphalen, pouco ou nada lhe acrescentou materialmente, mas, lhe deu uma feliz e profícua convivência de 40 anos, além de sete filho. Marx trabalhou profusamente para escrever uma obra de milhares de páginas durante toda a sua vida, tendo ao lado sua Jenny que, a despeito de todas as dificuldades financeiras e de precária saúde, também copiava, penosa e copiosamente, os manuscritos do marido, que conformariam um dos pilares do pensamento ocidental.

Mesquinharias direitistas essas críticas ao filósofo de Trier, que deve e merece ser enfrentado no campo das ideias, não com tais bobagens. No mínimo, por lei natural e inalienável direito, como lembra Sófocles, na peça Antígona, cabe-lhe, sim, um obsequioso descanso na sua tumba londrina do bucólico Hyde Park…

Assim, denominar simpatizantes da esquerda em geral, os petistas ou os tais “lulopetistas”, de classe média, como “esquerda Heineken”, o que mais pode fazer é aumentar o consumo dessa cerveja que já tem uma presença importante no mercado mundial (ocupa o sétimo lugar no market share global) e no brasileiro (com a recente aquisição da Brasil Kirin – dona das  marcas especiais de cerveja Baden Baden e Eisenbahn e da Skin e Devassa  – a Heineken salta para o segundo lugar entre as maiores cervejarias do Brasil, com uma participação de quase 19%), tudo mesmo é para alegria dos acionistas da cerveja Heineken, a preferida dos diabéticos e demais glico-inimigos graças à fama do baixíssimo teor de açúcar em sua composição, o que decerto poderia até impor, para desconsolo dos ‘coxinhas’ de todas as frituras, uma releitura daquela famosa frase de Marx-Engels, do tonitruante Manifesto Comunista, de 1848: “Cervejantes de todo o mundo, uni-vos”!

Prof. Dr. PAULO AFONSO LINHARES
paulolinhares@hotmail.com

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Mercedes Sosa

 Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 — Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina, uma das mais famosas na América Latina. A sua música tem raízes na música folclórica argentina. Ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción. Apelidada de La Negra pelos fãs, devido à ascendência ameríndia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), ficou conhecida como a voz dos “sem voz”.

Mercedes Sosa nasceu em San Miguel de Tucumán, na província de Tucumán, no noroeste da Argentina, cidade onde foi assinada a declaração de Independência da Argentina em 9 de julho de 1816, na casa de propriedade de Francisca Bazán de Laguna, que foi declarada Monumento Histórico Nacional em 1941.

Nascida no dia da Declaração da Independência, e na mesma cidade onde foi assinada, Mercedes sempre foi patriota. Afirmou inúmeras vezes que “pátria só temos uma”. Foi também uma árdua defensora do Pan-americanismo e da integração dos povos da América Latina.

Criada durante o governo de Juan Domingo Perón e sofrendo – como quase todos da sua geração – uma influência muito grande de Eva Perón, Sosa cresceu embalada pela ideologia peronista.

Sua ascendência era mestiça (mistura de europeus com americanos e índios): francesa e dos indígenas do grupo diaguita.

Sua carreira se iniciou em 1950, aos quinze anos de idade, quando Sosa venceu uma competição de canto organizada por uma emissora de rádio de sua cidade natal e ganhou um contrato para cantar por dois meses.

Carreira

Em 1961, grava seu primeiro álbum, intitulado La voz de la zafra (lançado em 1962). Em seguida, uma performance no Festival Folclórico Nacional faz com que se torne conhecida entre os povos indígenas de seu país.

Ainda em Tucumán, Sosa se casou com Manuel Óscar Matus, que seria seu primeiro marido, com quem teve um filho. Pouco depois do casamento, se mudou para Mendoza, onde, em 1963, juntamente com Matus, seria peça chave no lançamento movimento musical da década de 1960 conhecido como Nuevo CancioneroEm 1965, lançou o aclamado Canciones con fundamiento, uma compilação de músicas folclóricas da Argentina. Em 1967, faz uma turnê pelos Estados Unidos e pela Europa e obtém êxito internacional. Em 1970, grava Cantata Sudamericana e Mujeres Argentinas com o compositor Ariel Ramirez e o letrista Felix Luna. Em 1971, grava um tributo à cantora e compositora chilena Violeta Parra, ajudando a popularizar a canção “Gracias a la vida”. Mais tarde grava um álbum em homenagem a Atahualpa Yupanqui.

Após a ascensão da junta militar do general Jorge Videla, que depôs a presidente Isabelita Perón em 1976, a atmosfera na Argentina tornou-se cada vez mais opressiva. Sosa, que era uma conhecida ativista do peronismo de esquerda, foi revistada e presa no palco durante um concerto em La Plata em 1979, assim como seu público. Banida em seu próprio país, ela se refugiou em Paris e depois em Madri. Seu segundo marido morreu um pouco antes do exílio, em 1978.

Sosa retornou à Argentina em 1982, vários meses antes do colapso do regime ditatorial como resultado da fracassada guerra das Malvinas, e deu uma série de shows no Teatro Colón em Buenos Aires, onde convidou muitos colegas jovens para dividir o palco com ela. Um álbum duplo com as gravações dessas performances logo se tornou um sucesso de vendas. Nos anos seguintes, Sosa continuou a fazer turnês pela Argentina e pelo exterior, cantando em lugares como o Lincoln Center, o Carnegie Hall e o Teatro Mogador.

Nos anos seguintes, Sosa interpreta um vasto repertório de estilos latino-americanos, gravando tanto com artistas argentinos como León Gieco, Charly García, Antonio Tarragó Ros, Rodolfo Mederos e Fito Páez, quanto com internacionais como Chico Buarque, Raimundo Fagner, Daniela Mercury, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gal Costa, Sting, Andrea Bocelli, Luciano Pavarotti, Nana Mouskouri, Joan Baez, Silvio Rodríguez e Pablo Milanés. Mais recentemente, grava com a colombiana Shakira, cantora latino-americana de maior sucesso no exterior.

Ativismo Político

Mercdes, que sempre foi ativa entre os movimentos peronistas de esquerda, fez oposição ao presidente Carlos Menem e manifestou apoio às eleições de Néstor e Cristina Kirchner.

“Na década de 1960, Mercedes participou do Movimento do Novo Cancioneiro, surgido em Mendoza e centrado na música popular latino-americana, com ênfase no componente social. Além de obter sucesso na Argentina, a artista ganhou palcos pelas Américas e também na Europa. A temática social e a ligação com a esquerda lhe renderam também dissabores. Em 1979, um show da artista foi invadido pelos militares, durante a ditadura argentina (1976-83). Não apenas ela foi presa, mas inclusive o público presente. Naquele mesmo ano, Mercedes decidiu se exilar. “La Negra”, como também era conhecida, voltou à Argentina em 1982, na fase final da ditadura. Na década de 1980, Mercedes realizou trabalhos em parceria com Milton Nascimento. Entre os brasileiros que também cantaram com ela estão ainda Caetano Velloso, Daniela Mercury e Beth Carvalho.”

Sua preocupação sociopolítica refletia-se no repertório que interpretava, tendo sido uma das grandes expoentes da Nueva canción, movimento musical com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas marcado por uma ideologia de rechaço ao imperialismo norte-americano, ao consumismo e às desigualdade sociais.

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Elis Regina

Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 — São Paulo, 19 de janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira. Conhecida por sua competência vocal, musicalidade e presença de palco, é considerada por muitos críticos a melhor cantora popular do Brasil a partir dos anos 1960 ao início dos anos 1980; para muitos, a melhor cantora brasileira de todos os tempos, comparada a cantoras como Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan e Billie Holiday. Com os sucessos de Falso Brilhante (1975-1977) e Transversal do Tempo (1978), Elis Regina inovou os espetáculos musicais no país. Foi casada com Ronaldo Bôscoli, com quem teve João Marcello Bôscoli (1970); em 1973, casou-se com o pianista César Camargo Mariano, com quem teve dois filhos: Pedro Camargo Mariano (1975) e Maria Rita Camargo Mariano (1977). Aclamada no Brasil e no exterior, Elis Regina faleceu no auge de sua carreira.

Elis foi a primeira grande artista a surgir dos festivais de música na década de 1960 e descolava-se da estética da Bossa Nova pelo uso de sua extensão vocal e de sua dramaticidade. Inicialmente, seu estilo era influenciado pelos cantores do rádio, especialmente Ângela Maria. Depois de quatro LP’s gravados e sem grande sucesso — Viva a Brotolândia (1961), Poema de Amor (1962), Elis Regina (1963), O Bem do Amor(1963) — Elis foi a maior revelação do festival da TV Excelsior em 1965, quando cantou “Arrastão” de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Tal feito lhe garantiria o convite para atuar na televisão e, pouco tempo depois, o título de primeira estrela da canção popular brasileira, quando passou a comandar, ao lado de Jair Rodrigues, o mais importante programa de música popular brasileira: o Fino da Bossa. Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, então diretor do Fino da Bossa. A partir de 1972, Elis começaria um relacionamento com César Camargo Mariano, que duraria até 1981, em uma das mais bem sucedidas parcerias da Música Popular Brasileira.

Elis Regina cantou muitos gêneros: da MPB, passando pela bossa nova, pelo samba, pelo rock e pelo jazz. Interpretando canções como MadalenaÁguas de MarçoAtrás da PortaComo Nossos PaisO Bêbado e a EquilibristaQuerelas do Brasil, registrou momentos de felicidade, amor, tristeza, patriotismo. Ao longo de toda sua carreira, destacou-se por cantar também músicas de artistas, ainda, pouco conhecidos, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Belchior, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical brasileiro. Entre outras parcerias, são célebres os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Wilson Simonal, Rita Lee, Milton Nascimento, Gilberto Gil. Com seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano, consagrou um longo trabalho de grande criatividade e consistência musical. Sua presença artística mais memorável talvez esteja registrada nos álbuns Em Pleno Verão (1970), Elis (1972), Elis (1973), Elis & Tom (1974), Elis (1974), Falso Brilhante (1976), Transversal do Tempo (1978), Elis, Essa Mulher (1979), Saudade do Brasil (1980) e Elis (1980).

Elis Regina foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como se fosse um instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil. Elis Regina morreu precocemente em 1982, com apenas 36 anos, deixando uma vasta obra na música popular brasileira. Embora haja controvérsias e contestações, os exames comprovaram que havia morrido por conta de altas doses de cocaína e bebidas alcoólicas, e o fato chocou profundamente o país na época. Em 2013, foi eleita a melhor voz feminina da música brasileira pela Revista Rolling StoneElis foi citada também na lista dos maiores artistas da música brasileira, ficando na 14ª posição, sendo a mulher mais bem colocada. Em novembro do mesmo ano estreou um musical em sua homenagem Elis, a musical.

Anos de chumbo

Elis Regina criticou muitas vezes a ditadura brasileira, nos difíceis Anos de chumbo, quando muitos músicos foram perseguidos e exilados. A crítica tornava-se pública em meio às declarações ou nas canções que interpretava. Em entrevista, no ano de 1969, teria afirmado que o Brasil era governado por gorilas. A popularidade a manteve fora da prisão, mas foi obrigada pelas autoridades a cantar o Hino Nacional durante um espetáculo em um estádio, fato que despertou a ira da esquerda brasileira.

Sempre engajada politicamente, Elis participou de uma série de movimentos de renovação política e cultural brasileira, com voz ativa da campanha pela Anistia de exilados brasileiros. O despertar de uma postura artística engajada e com excelente repercussão acompanharia toda a carreira, sendo enfatizada por interpretações consagradas de O bêbado e a equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc), a qual vibrava como o hino da anistia. A canção coroou a volta de personalidades brasileiras do exílio, a partir de 1979. Um deles, citado na canção, era o irmão do Henfil, o Betinho, importante sociólogo brasileiro. Também merece destaque, o fato de Elis Regina ter se filiado ao PT, em 1981.

Outra questão importante se refere ao direito dos músicos brasileiros, polêmica que Elis encabeçou, participando de muitas reuniões em Brasília. Além disso, foi presidente da AssimAssociação de Intérpretes e de Músicos.

Morte 

Causando grande comoção nacional, faleceu aos 36 anos de idade em 19 de janeiro de 1982, devido a complicações decorrentes de uma overdose de cocaína, e bebida alcoólica. O laudo médico foi elaborado por José Luiz Lourenço e Chibly Hadad, sendo o diretor do IML Harry Shibata, médico conhecido por seu envolvimento no caso do jornalista Vladimir Herzog, assassinado por elementos da ditadura militar. O corpo de Elis encontra-se sepultado no Cemitério do Morumbi em São Paulo.

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Jackson do Pandeiro

Jackson do Pandeiro, nome artístico de José Gomes Filho (Alagoa Grande, 31 de agosto de 1919 – Brasília, 10 de julho de 1982), foi um cantor e compositor de forró e samba brasileiro, assim como de seus diversos subgêneros, a citar: baião, xote, xaxado, coco, arrastapé, quadrilha, marcha, frevo, dentre outros. Também conhecido como O Rei do Ritmo.

Paraibano, Jackson nasceu em 31 de agosto de 1919, com o nome de José Gomes Filho. Ele era filho de uma cantadora de coco, Flora Mourão, que lhe deu o seu primeiro instrumento: o pandeiro.

Seu nome artístico nasceu de um apelido que ele mesmo se dava: Jack, inspirado em um mocinho de filmes de faroeste, Jack Perry. A transformação para Jackson foi uma sugestão de um diretor de programa de rádio. Dizia que ficaria mais sonoro e causaria mais efeito quando fosse ser anunciado.

Somente em 1953, com trinta e cinco anos, Jackson gravou o seu primeiro grande sucesso: “Sebastiana”, de Rosil Cavalcanti. Logo depois, emplacou outro grande hit: “Forró em Limoeiro”, rojão composto por Edgar Ferreira.

Foi na rádio pernambucana que ele conheceu Almira Castilho de Albuquerque, com quem se casou em 1956, vivendo com ela até 1967. Depois de doze anos de convivência, Jackson e Almira se separaram e ele se casou com a baiana Neuza Flores dos Anjos, com quem viveu até seus últimos dias de vida.

No Rio de Janeiro, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com “O Canto da Ema”, “Chiclete com Banana” e “Um a Um”. Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval.

O fato de ter tocado tanto tempo no Casino Eldorado aprimorou sua capacidade jazzística. Também é famosa a sua maneira de dividir a música, e diz-se que o próprio João Gilberto aprendeu a dividir com ele.  Muitos o consideram o maior ritmista da história da Música Popular Brasileira e, ao lado de Luiz Gonzaga, foi um dos principais responsáveis pela nacionalização de canções nascidas entre o povo nordestino. Sua discografia compreende mais de 30 álbuns lançados no formato LP. Desde sua primeira gravação, “Forró em Limoeiro”, em 1953, até o último álbum, “Isso é que é Forró!”, de 1981, foram 29 anos de carreira artística, tendo passado por inúmeras gravadoras.

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O ENFADO DAS MORTES ANUNCIADAS

Paulo Afonso Linhares

Nada mais enfadonho que a linearidade das coisas, a mesmice mortalmente previsível, as bobagens do politicamente correto, a cega crença em valores que nada valem, como é o caso da justiça que, na  certeira concepção do filósofo Nietzsche, é apenas uma concessão de quem detém efetivamente o poder. Como um ser-em-si a justiça não existe. Justiça, não deixa de ser aquela  ilusão de equidade, categoria conceitualmente indefinida que não raro se converte na vontade política de uma elite perversa e não menos grotesca que impõe à sociedade o seu modo de existir-no-mundo. É no poço da equidade que os juízes ‘encontram’ as razões de decidir que até podem transcendem o direito posto – a lei, a jurisprudência, os uso e costumes – para formar seu livre convencimento na apreciação das provas, mesmo quando estas não existem.

Lamentável que o “povo do PT”, além de outros equívocos, acreditava que a fronte áurea e o argênteo peitoral da deusa Themis reluziriam a verdade no julgamento da apelação do ex-presidente Lula pela 8ª Turma do TRF4, ocorrido em 24 de janeiro de 2018. Mortal engano. Enquanto o fatigada divindade se consumia nalgum bordel do Olimpo, de Paris, Hong Kong, Miami ou de Istambul, esses meninos traquinos, pomposamente denominados ‘desembargadores federais’, em seu nome, solenes e circunspectos, envergaram mortalmente o direito, enxovalharam a Constituição do Brasil, para impor terríveis castigos a esse retirante nordestino que um dia ousou, como um Prometeu caboclo, inverter a equação dos senhores da Casa-Grande. Querem devorar o seu fígado, sentença a sentença. Outros processos, igualmente aleijões jurídico-processuais, estão nas retortas do Califado de Curitiba e desaguarão na mesma vala comum do caso recentemente julgado em Porto Alegre. Resultados previsíveis.

Longas e não menos enfadonhas preleções destituída de juridicidade e da lógica mais elementar, tornadas mais bizarras e desconexas à medida em que escorregavam das bocas togadas desses meninos-juízes-poderosos do Tribunal Regional Federal da Quarta Região. Mentiras ganharam foros de incontestáveis verdades; provas que eram meros simulacros de verdade passará à condição de absolutas certezas. Sim, esse sonhador e não menos ingênuo retirante nordestino que lutou para resgatar da miséria mais de trinta milhões de brasileiros deveria pagar por tamanha ousadia. Ora, não deveriam ele e seus ‘protegidos’ esperar que o Mercado-deus lhes absolvesse, sobretudo ele, o Lula que tantas concessão fez aos poderosos da “livre iniciativa”? Adjuva nos et redime nos!

Coisa nenhuma! A chibata da lei tergiversante deve vergastar impiedosamente o lombo de Lula até que ele se lembre de onde veio e para onde jamais poderia ter ido. A retórica  implacável do meninos-togados da 8ª Turma do TRF-5 vai jogá-lo naquele círculo do inferno destinado aos ingênuos, que o poeta Dante sequer ousou descrever. E espicharam uma pena que já era ridícula em nove para pesados doze anos, para gáudio da Rede Globo e congêneres do baronato midiático, dos conservadores e idiotas de todos os matizes. Lula na cadeia tudo se resolve? Parece que sim, pelo que se vê dessa confusão de vozes que grassa no terreno pantanoso das redes sociais.

Certo é que essas coisas anunciadas, como foi a manutenção da sentença  do califa Sérgio Moro pelos juízes da 8ª Turma do TRF4, no julgamento da apelação do ex-presidente Lula, ocorrido em 24 de janeiro de 2018, não deixam de ser enfadonhas: de um ou de outro lado, todos sabiam que ‘ferrar’ uma possível candidatura presidencial do líder petista começaria com a sua condenação por um órgão colegiado de segunda instância, nos marcos da Lei da Ficha Limpa que, aliás, recebeu a sanção de Lula, à época poderoso inquilino do Palácio do Planalto. Ele foi na onda do politicamente correto e ajudou trazer a lume uma lei que atropelou importantes direitos fundamentais, como a presunção da inocência que proíbe a prisão antes de esgotados todos os recursos processuais. Enfim, Lula fez o laço que agora querem apertar no seu pescoço.

A sentença de primeiro grau não apenas foi mantida, como ampliado o período de prisão de Lula, de nove para doze anos, em regime fechado. De um lado, pessoas indignadas com essa pouco compreensível livre convicção que ronda as cabeças dos empoderados juízes deste país e que constitui num álibi perfeito para todas as teratologia que possam parir enquanto privilegiados intérpretes e aplicadores das leis segundo suas próprias convicções. Do outro, aqueles que,  por múltiplas razões, querem ver esse cabeça-chata nordestino a espiar o grave pecado de ter sonhado com um Brasil para todos, sem miséria e com cidadania. Infelizmente, para conseguir essas coisas, ele se juntou com quem não devia. Lula e seu partido pagarão um alto preço pelas alianças espúrias que fizeram com conservadores e corruptos de todas extrações, para garantir o acesso ao poder e a governabilidade.

O artifício jurídico de impedir a candidatura de Lula não encerra a questão nem evita que o seu nome continue na ponta das pesquisas eleitorais, algo que se ampliará com sua quase certa prisão. Fato é que, onde quer que ele esteja terá peso na eleição presidencial deste 2018: o seu apoio poderá eleger o próximo presidente da República. Isto nenhum tribunal poderá impedir. No mais, é torcer para que as forças vivas desta nação tupiniquim possam acertar um projeto comum que fortaleça as conquistas políticas e materiais da sociedade brasileira. Já é tempo.

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Yamandu Costa

Yamandu Costa (Passo Fundo, 24 de janeiro de 1980) é um violonista e compositor brasileiro, nascido em Passo Fundo porém criado na cidade de Guaíba. É considerado um dos maiores violonistas do Brasil.

Filho da cantora Clary Marcon e do multi-instrumentista e professor de música Algacir Costa. Começou a estudar violão aos sete anos de idade com o pai, Algacir Costa, líder do grupo Os Fronteiriços e aprimorou-se com Lúcio Yanel, virtuoso argentino radicado no Brasil. Até os quinze anos, sua única escola musical era a música folclórica do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai. Depois de ouvir Radamés Gnatalli começou a procurar por outros brasileiros como Baden Powell, Tom Jobim e Raphael Rabello. Aos dezessete anos apresentou-se pela primeira vez em São Paulo no Circuito Cultural Banco do Brasil, produzido pelo Estúdio Tom Brasil, e a partir daí passou a ser reconhecido como músico revelação do violão brasileiro.

Yamandu toca estilos diversos como choro, bossa nova, milonga, tango, jazz, samba e chamamé, difícil enquadrá-lo em uma corrente musical principal, dado que mistura todos os estilos e cria interpretações de rara personalidade no seu violão de sete cordas.

  • 2000 – Dois Tempos (com Lúcio Yanel)
  • 2001 – Yamandu
  • 2003 – Yamandu ao Vivo
  • 2004 – El Negro Del Blanco (com Paulo Moura)
  • 2005 – Brasileirinho
  • 2005 – Música do Brasil Vol.I (DVD)
  • 2005 – Yamandu Costa ao Vivo (DVD)
  • 2006 – Tokyo Session
  • 2007 – Ida e Volta
  • 2007 – Lida
  • 2007 – Yamandu + Dominguinhos
  • 2008 – Mafuá
  • 2009 – Luz da Aurora (com Hamilton de Holanda)
  • 2010 – Lado B (com Dominguinhos)
  • 2010 – Yamandú Valter
  • 2012 – Yamandu Costa e Rogério Caetano
  • 2013 – Continente (com Guto Wirtti e Arthur Bonilla)
  • 2014 – Bailongo (com Guto Wirtti)
  • 2014 – “Tocata à Amizade”
  • 2015 – “Concerto de Fronteira” (com a Orquestra do Estado de Mato Grosso)
  • 2017 – “Quebranto” (com Alessandro Penezzi)
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Salvador Dalí

Salvador Felip Jacint Dalí i Domènech nasceu às 8h45min da manhã de 11 de maio de 1904, no número vinte do carrer (rua) Monturiol da vila de Figueres, Catalunha, Espanha. O seu irmão mais velho, também chamado Salvador (nascido em 12 de outubro de 1901), morreu de gastroenterite, nove meses antes, em 1 de agosto de 1903. “O seu pai, Salvador Dalí i Cusí, era um advogado de classe-média, figura popular da cidade e senhor de um caráter irascível e dominador; a sua mãe, Felipa Domenech Ferrés, sempre incentivou os esforços artísticos do filho. Dalí também teve uma irmã, Ana Maria, que era três anos mais nova. Em 1949, ela publicou um livro sobre o seu irmão, “Dalí visto pela sua irmã”.

Dalí frequentou a Escola de Desenho Federal, onde iniciou a sua educação artística formal. Em 1916, durante umas férias de verão em Cadaquès, passadas com a família de Ramón Pichot, descobriu a pintura impressionista. Pichot era um artista local que fazia viagens frequentes a Paris. No ano seguinte, o pai de Dalí organizou uma exposição dos desenhos a carvão do filho na sua casa de família. A sua primeira exposição pública ocorreu no Teatro Municipal em Figueres em 1919.

Em fevereiro de 1921, a sua mãe morreu de câncer da mama. Salvador Dali, então com dezesseis anos de idade, disse depois da morte da sua mãe: “foi o maior golpe que eu havia experimentado em minha vida. Eu adorava-a… eu não podia resignar-me a perda de um ser com quem eu contei para tornar invisíveis as inevitáveis manchas da minha alma”. Após a morte de Felipa Domenech Ferrés, o pai de Salvador Dali casou-se com a irmã da falecida esposa. Dalí não se ressentiu por este casamento, como alguns pensaram, pois ele tinha um grande amor e respeito por sua tia

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AS  INCÓGNITAS DE CADA DIA

Paulo Afonso Linhares

É bem certo que a palavra “incógnita” não deveria compor o título de um texto destinado ao grande público, sobretudo, aquele diariamente ‘arranchado’ no chão instável das redes sociais. Todavia, vai ela mesma à míngua de qualquer outra capaz da expressar a enorme expectativa que causam as eleições de 2018, nestes dez meses de sua realização. A expectativa, neste caso, é traduzida em diversos impactos causados por mudanças legislativas, em especial a proibição de financiamento de campanhas ou candidatos por empresas privadas, além do comprometimento dos maiores partidos políticos e suas principais lideranças em processos judiciais em que são apurados graves casos de corrupção, como na Operação Lava Jato, Operação Zelotes etc., cujas condenações poderão impedir a participação no processo eleitoral, como candidatos, de expressivas figuras da política brasileira.

Essas incógnitas impõem dificuldades em se traçar previsões acerca das próximas eleições (quase) gerais deste 2018. Os diversos ‘pontos cegos’ levam a incertezas e, por conseguinte, a insegurança jurídica e, ainda, alimenta uma forte desconfiança do mercado, o que não deixa de aprofundar a aguda crise econômica e fiscal que se abate duramente sobre o Brasil. O mais grave é que não se pode vislumbrar, desde agora, como caminhará o novo governo central a partir de 2018, que forças estarão hegemonizando o poder federal, a presidência da República, a partir de 1º de janeiro de 2019. No movediço cenário politico brasileiro atual, nem os mais hábeis videntes arriscam um palpite: tudo pode ocorrer, a eleição de uma figurinha carimbada da política ou alguém que nunca militou na política, mas, noutras atividades, os chamados outsiders.

De um ou de outro modo, como no belo filme de Fellini, e la Nave va. A sociedade brasileira há de transpor todos os obstáculos que ora atravancam a sua caminhada, sem se afastar dos marcos da democracia que balizam a Constituição de 1988. No processo de evolução das instituições jurídico-políticas são inevitáveis os solavancos na política, na economia, no direito e até no campo da ética, tudo como ‘fermeto’ imprescindível ao processo evolutivo dos povos.

A superação desses óbices criam algo que, à falta de melhor definição, pôde-se chamar de “anticorpos sociais”, resultando num feixe de ricas interações dialéticas que se projetam e se incorporam no cotidiano das pessoas. Basta ver, exempli gratia, o perfil do sistema eleitoral que o Brasil tinha há cinco décadas e aquele que será posto a prova, mais uma vez, nas eleições de 2018. Outro exemplo de notável mudança social refere-se à incapacidade relativa que traduzia os status civil e político da mulher brasileira, no começo dos anos 1960 e a posição que ela tem hoje na sociedade, fenômeno tão bem captado pelas lentes do pensador potiguar João Batista Cascudo Rodrigues, na sua monumental obra A mulher brasileira: direitos políticos e civis, edição de 2003, publicada pela Editora Projecto. Embora ainda deva superar graves problemas, como os corriqueiros casos de violência doméstica ou o tratamento desigual do trabalho feminino no mercado, além de outros, inegáveis os progressos das mulheres deste país.

É claro que numa conjuntura de crises múltiplas – ética, política e econômica -, como as que vive a sociedade brasileira, neste momento, as pessoas se abatem na medida em que perdem seus referenciais valorativos, mormente quando visivelmente percebem que “tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas,” tomando por empréstimo conhecida assertiva do filósofo Karl Marx.

Entretanto, esse preocupante esfumaçar de bem assentadas certezas não é o fim das coisas, mas, enquanto superação é apenas uma inevitável  passagem  ao estado de modernidade imediata, uma nova circunstância ‘leve’, ‘líquida’, ‘fluída’, ademais de veicular uma dinâmica bem superior àquela  que se esvaiu, como ensina  Zygmunt Bauman, na sua Modernidade líquida, de 1999. Apesar disto, é claro que pessoas sofrem, se desesperam e até se autodestroem, quando não compreendem que o sofrimento, o vexame, os desencontros, as dores, são igualmente despidas de definitividade, passam, também se esfumaçar.

Por isto é que as incógnitas que rondam os processos históricos devem ser resolvidas à razão direta de suas aparições. Daí ser pouco importante, por exemplo, não ter claro quem será o presidente do Brasil a partir de janeiro de 2019. Fundamental é a certeza líquida, leve e fluída de que os agentes políticos eleitos para os diversos cargos executivos ou parlamentares, em 2018, terão haurido legitimidade na Soberania Popular prefigurada no artigo 14 da Constituição, sem atalhos profanos ou renitentes vícios que ecoam de um passado mal resolvido. Então, toca para frente. E para o alto.

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Paco de Lucía

 

Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Gustavo Sánchez Gomes (Algeciras, 21 de dezembro de 1947 — Cancún, 25 de fevereiro de 2014), foi um guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente. Fez carreira como compositor, produtor e guitarrista.

Em 2004, foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias, como “um músico que transcendeu fronteiras e estilos”.

As suas principais influências, para além do seu pai, foram os guitarristas de flamenco Nino Ricardo, Miguel Borrull, Mario Escudero e Sabicas.

Em 20 de novembro de 2014, a viúva de Paco recebeu o prêmio póstumo do marido junto aos dois filhos do casal em Las Vegas, nos Estados Unidos, na 15ª edição do Grammy Latino. O prêmio foi de melhor álbum do ano por seu disco “Canción Andaluza”.

Paco era o mais novo de cinco irmãos, filhos do também guitarrista de flamenco Antonio Sánchez, com quem primeiro aprendeu a tocar guitarra. Tem ascendência portuguesa por parte de mãe.

Os seus irmãos Pepe de Lucía e Ramón de Algeciras também são músicos de flamenco; Pepe é cantor e Ramón é, também, guitarrista.

Em Algeciras, e de uma forma geral na maior parte da Andaluzia, é costume os rapazes adoptarem o nome da mãe por forma a serem corretamente identificados, como, por exemplo, “Paco de (la) Carmen,” ou “Paco de (la) María”. Deste modo, o seu nome artístico foi adotado em honra de sua mãe Lúcia Gomes, portuguesa e nascida em Castro Marim.

Em 1958, com apenas onze anos de idade, fez a sua primeira aparição pública na Rádio Algeciras e, no ano seguinte, recebeu um prémio especial numa competição de flamenco em Jerez de la Frontera, acompanhado pelo seu irmão Pepe num duo que se chamava Los chiquitos de Algecira. Como consequência desse êxito, entrou para a trupe de José Greco em 1961, com o qual realizou uma digressão. Entre 1968 e 1977, participou de uma frutuosa colaboração com Camarón de la Isla, outro músico inovador do novo flamenco; juntos, gravaram nove álbuns.

Em 1981, edita o álbum Castro Marín em memória da terra que viu a sua mãe nascer.

Em 1991, gravou o Concierto de Aranjuez, de Joaquin Rodrigo, com a Orquestra de Cadaques. O autor, presente nas gravações, teria dito que nunca ninguém tinha tocado a sua peça com tanta paixão e intensidade como Paco de Lucía.

Faleceu em 25 de fevereiro de 2014 no México, onde passava férias.

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Não leve flores

No decorrer dos meus 57 anos, a caminho 58, tenho observado a vida e aprendido a ver nas entrelinhas como somos sós, absolutamente sós, com nossas dores, nossos problemas. O quanto nos mostramos insensíveis com quem deveríamos nos importar, basta uma rápida olhada nas redes sociais.

Ajuda é empatia, olhar é se preocupar é amar, é ver no próximo você mesmo. Na realidade das coisas, AMOR e RESPEITO é o que está faltando à humanidade, vemos tantas desgraças acontecendo e parece que estamos anestesiados, não reagimos. Daí você se depara com a dor de um paciente, que olhando para seu médico sentindo que ele é o próprio Deus que vai aliviar sua dor – “ E olhe que muitos médicos se acha o Próprio, conheço alguns que na casa dele não são convidados outros que não são da mesma classe.” Ouvi de um psiquiatra “O atendimento nos postos de saúde são para arrebanhar votos”.

A vida virou uma caminhada olhando somente para frente ou para nós mesmos, sem prestar muita atenção ao nosso redor. Não creio que estejamos mesmos cegos, mas a viseira do egoísmo cresce à medida que as pessoas se acham superiores, ignoram moradores de rua, ignoram o sofrimento de pessoas que conhecem (e pasmem: até do próprio sangue), a política, dos maus tratos, a fome, o desemprego, a violência. Apáticos, olhando apenas para o próprio umbigo.

Sejamos mais condescendentes com aquilo que o outro está vivendo, sejamos mais misericordiosos com a dor alheia. Cada um passa por momentos difíceis na vida, por aflições. E como desejamos ser compreendidos, ser acolhidos; como desejamos uma palavra de carinho.

Assim, como queremos ser tratados, tratemos também o outro naquilo que ele vive, e mais do que isso, não julguemos o outro com os nossos critérios, ou como diz meu Brito – “não meça o outro com sua própria régua”, – olhe aquilo que o outro passou, veja a história dele, que você nem conhece, se coloque no lugar dele, ouça suas dores, necessidades. Você veria com outros olhos e teria outra opinião!

Hoje a capacidade de menosprezar a dor alheia, dos insensíveis de plantão, é uma habilidade tão inerente ao caráter delas que nem devíamos nos admirar com estes tipos de atitudes e comentários, sejam no mundo virtual ou não.

Nós possuímos o dom de salvar, de aliviar dores, de alimentar a fome, ou simplesmente destruir uma vida com nossas palavras: com desprezo, imparcialidade, desdém.

Benditos sejam aqueles que mantêm a boca fechada quando não possuem nada de bom a dizer, pelo menos nas redes sociais. Lembro uma frase que muito ouvi de minha mãe, que já não está nesse plano de expiação – “Queira ter mão para ofertar, nunca para mendigar”. A vida aqui na terra é como um interruptor, não adianta levar flores, perfumes, caixão e mortalha bonita. Daqui só levamos o amor construído.

Socorro Brito

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Os Sexalescentes do Século XXI


Mirian Goldenberg

“Se estivermos atentos, podemos notar que está surgindo uma nova faixa social, a das pessoas que estão em torno dos sessenta/setenta anos de idade, os sexalescentes é a geração que rejeita a palavra “sexagenário”, porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.

Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica, parecida com a que em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa de jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.

Este novo grupo humano, que hoje ronda os sessenta/setenta anos, teve uma vida razoavelmente satisfatória.
São homens e mulheres independentes, que trabalham há muitos anos e conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram, durante décadas, ao conceito de trabalho.
Procuraram e encontraram, há muito, a atividade de que mais gostavam e com ela ganharam a vida.
Talvez seja por isso que se sentem realizados! Alguns nem sonham em aposentar-se. E os que já se aposentaram gozam plenamente cada dia, sem medo do ócio ou solidão. Desfrutam a situação, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, fracassos e sucessos, sabem olhar para o mar sem pensar em mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um 5º andar…

Algumas coisas podem dar-se por adquiridas.
Por exemplo: não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos “sessenta/setenta”, homens e mulheres, manejam o computador como se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe e até se esquecem do velho telefone fixo para contatar os amigos – mandam WhatsApp ou e-mails com as suas notícias, ideias e vivências.

De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil, e, quando não estão, procuram mudá-lo. Raramente se desfazem em prantos sentimentais.
Ao contrário dos jovens, os sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos. Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota e parte pra outra…

Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do desporto, ou dos que ostentam um traje Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de uma modelo.
Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, uma frase inteligente ou um sorriso iluminado pela experiência.

Hoje, as pessoas na idade dos sessenta/setenta, estão estreando uma idade que não tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são.
Hoje estão com boa saúde física e mental; recordam a juventude mas sem nostalgias parvas, porque a juventude, ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas.

Celebram o sol a cada manhã e sorriem para si próprios. Talvez por alguma razão secreta, que só sabem e saberão os que chegarem aos 60/70 no século XXI”

Miriam Goldenberg
Antropóloga e escritora brasileira

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Castigo

Por sugestão(encomenda) de Plabo Sánchez, espanhol, de Sevilha, comecei a desenhar o violonista flamenco Paco de Lucía, o qual tenho, como quase todo mundo que gosto de violão, uma admiração profunda por seu estilo de acariciar as cordas de sua guitarra, que ainda hoje ressoam estrada afora.

Antes mesmo dos primeiros traços sobre a pálida folha de papel que se expunha imóvel, como quem esperando e pedindo de mim algo que a tornasse útil, viva de serventia ímpar. Como num abracadabra, abriu-se uma pequena gaveta de minha parca e rala memória, uma bem empoeirada lembrança, que imobilizada adormecia gastada pelo tempo e desuso, é certo, que às vezes, e até quase frequente e, principalmente quando ouço Raimundo Fagner ela vem à toa, mas não com essa ênfase, impulsiva, sem controle. É engraçado, mas, no dia nos sentimos de outro planeta, e talvez, os outros acharam isso mesmo.

Finalzinho dos anos 80, precisamente em 88, fomos convidados, eu e Maria para trabalharmos no jornal e Tv Rio Branco (AC) e, por motivos que não vou dizer, Socorro não quis ir de avião, aliás, que ela não nos ouça, digo: pura matutice. Logo, nos empoleiramos em um ônibus, lá pelas tantas, talvez pelo 5º dia de viagem, por Goiás, não lembro bem, mas por ali, pelo Centro-Oeste, nossos ouvidos sofriam e surdos já eram de tanto ouvir música sertaneja. Nos cantos dos olhos de Maria escorriam água sempre que Xitãozinho/Xoxoró ou Zezé de Camargo/Luciano abriam a boca, e não era de alegria não, é que os olhos dela também não conseguiam mais escutar os gasguitos.

Comovido, peguei uma fita cassete gravada lá Disco Fitas com Carlinhos, me dirigi até o motorista lhe pedi para botar no seu RoadStar, gentilmente ele o fez, segundo após o play, Fagner e Paco de Lucía começaram a cantar “Verde que te quero verde”, um mórbido silêncio de milésimo de segundos, se apoderou do ônibus seguido de uma vaia e uns “tira isso daí, que coisa ruim, ô música choca…”, apressadamente dei meia volta à nossa poltrona, devidamente bem acompanhado dos artistas guardados e seguros na Basf. De sorriso amarelo compulsoriamente estampado no rosto sentei para consolar os olhos de Maria e meus doídos ouvidos. O resto da viagem foi sob a mesma e torturante trilha sonora, por castigo, creio eu.