Ade Christian Djaja

Caricatura do cartunista indonésio Ade Christian Djaja.
Caricatura do cartunista indonésio Ade Christian Djaja.
Malala Yousafzai ativista paquistanesa. Nobel de 2014, sendo a pessoa mais nova a ser laureada. Desenho feito para uma aula(live) ministrada por ela, em 2021, na UFRS.
Ouvi de um palestrante em um congresso da Unimed, em São Paulo, quando detínhamos a conta publicitária da unidade de Mossoró/RN, a respeito da eficácia do marketing como ferramenta de comunicação de massa, cintando a igreja católica como uma das entidades fomentadoras mais competentes no uso desse instrumento: organizando, planejando e uniformizando sua comunicação para poder cristalizar simbologias e marcas na mente dos fiéis: a cruz, torres das igrejas, os sinos, que em cada badalada comunica uma mensagem diferente. Uma verdade cristalina.
Se valendo do seu poder o cristianismo apoderou-se da festa pagã na qual os romanos celebravam a chegada do inverno (solstício de inverno) e, solidificou o 25 de dezembro como dia do nascimento de Jesus Cristo e por anos a fio foi o natal uma festa que envolvia todo mundo católico. Talvez ainda seja, uma das festas mais importantes para os cristãos. Entretanto, um velhinho escroto rechonchudo vestindo vermelho, tendo alguma ligação histórica e mítica, com santo católico, o São Nicolau passou a dividir as atenções dos festejos com o principal protagonista, o Menino Jesus.
No país do marketing em 1931, o desenhista Haddon Sundblom utilizou a imagem de Noel em um comercial da Coca-Cola e acrescentou um saco de presentes e um gorro, deste então o velhote se comporta como ator principal, corrompendo crianças, jovens, adultos e velhos. Noel, agora é pop e não poupa ninguém. Na verdade, poupar não faz parte de seu vocabulário, cooptado pelo marketing uma vez por ano vem como um furacão, arrasando quarteirões, causando estragos devastadores nos bolsos de muitos pobres cristãos desavisados, que trocaram o Aniversariante pelo embusteiro e, só vão dar por si no mês seguinte quando as faturas dos cartões de créditos entopem dramaticamente a caixa de correspondência dos celulares.
Noel e o consumo desenfreado estão intricadamente cimentados. O natal, festa, que outrora fora católica, hoje, rendeu-se, cedeu lugar a festa da gastança, festa do comércio, festa dos ricos, que cada vez ficam mais riscos deixando outros mais pobres que Jó. O marketing por tempos fortemente aplicado pela igreja católica com destreza foi rompido pela força do capital vitimando sua Joia, sua simbologia Maior: o próprio Deus. Chico que ponha as barbas de molho, por aí tem um outro charlatão orelhudo que diz pôr ovo de chocolate ameaçando outra data importante ao catolicismo.
“O Natal já foi festa, já foi um profundo gesto de amor. Hoje, o Natal é um orçamento” Nelson Rodrigues.
Extrema-Direita
Na Argentina, apoiadores do presidente extremista Javier Milei estão sugerindo aos pobres apenas uma refeição por dia, para contribuírem com o plano de resgate da economia.
Economia TOP
O FMI divulga as 20 maiores economia do mundo, o Brasil ocupa o nono lugar, o que deveria ser motivo de orgulho para nós os brasilianos, na verdade é um vergonhoso retrato da cruel desigualdade imperando há séculos. Um país onde suas riquezas são para poucos apaniguados, sendo, hoje, em 2023, a nação com a maior concentração de renda onde 1% da população detém 50% das riquezas. Um escárnio.
Música do ano 2023
“Erro Gostoso” de Simone Mendes, eleita a melhor música de 2023 aferida pelo Domingão do Hulk. Graças a Deus meus pobres ouvidos foram poupados, na verdade não nem sei quem diabos é Simone Mendes. Como soube? Ora, pensei que fosse Simone Bittencourt de Oliveira, aquela que canta Martinho da Vila, Geraldo Vandré, que canta o potiguar Romildo Soares, de saudosa memória.
Frase
Previsão sobre o Governo Lula “Para virar Argentina seis meses, para virar Venezuela um ano e meio” – Paulo Guedes.
Com um ano Lula fez o Brasil ultrapassar o Canadá.
Papangu 2024
Sendo esta a última Papangu de 2023, desejo que em 2024 a paz, saúde e solidariedade sejam a tônica. Papanguzada até 2024.
Caricatura
Caricatura do compositor potiguar Iremar Leite, autor da música “Santo de Barro”, gravado pelo Trio Mossoró, que por sai vez também teve uma belíssima interpretação do amigo Pe. Guimarães.
Brito e Silva – Cartunista
Paulo Cesar Cid, mais conhecido como Trilho Cesar, é um cartunista, chargista e caricaturista, paulista da cidade de Jundiaí. Um dos grandes desenhistas do Brasil.
Caricatura do amigo Michel Mendes, gente da melhor cepa.
Por causa de um piti no sistema do departamento de emissão da documentação de permanência definitiva no solo de Neruda, com chegada marcada para o dia 24 de dezembro, ouvi de minha nora “Sogrão, não vamos viajar”, não fiquei triste, talvez, um pouco morocochô, confesso. Porém, logo atinei e como não poderia ser de outra forma, pus na conta desse velhinho escroto Noel, o safado não iria conceder esse presente natalino.
Há anos venho de birra que já caminha evoluindo à inimizade ferrenha com esse sujeitinho velhaco, vindo lá do norte da Escandinávia enganando meio mundo. Comigo nunca cumpriu o prometido ou o desejado: quando menino sonhava com uma Monareta, minha primeira bicicleta foi uma Monark aos 15 anos e não foi ele quem trouxe, até porque meu aniversário é 20 de julho, 5 meses antes de sua revoada mundo afora; adulto, por ausência dele, me fiz mentiroso contumaz: comprava presentes para os filhos e dizia que era o velhote que deixara na soleira da porta.
Adulto jovem, nutria vã esperança de um dia topar com ele para uma conversa de pé-de-orelha, certa feita tive o desatino de escrever uma carta à sua casa na Lapónia, no Caderno2 do Jornal Rio Branco/AC, sem resposta potencializando nossa querela, quer dizer a minha, haja vista sua total indiferença aos meus apelos. Há anos estendo-lhe a mão no ato do mais puro e sincero desejo de reconciliação, até sonhei que ele aceitava. Para facilitar sua vida, ciente de sua épica jornada natalina nos condomínios da classe média, abri mão de receber o presente no natal, adiei para virada do ano. Mas um presente que, de fato, fizesse jus a reconciliação e todos os anos de sonegação: o prêmio da Mega da Virada, o cretino ainda não cumpriu.
Um amigo “comunista” disse que o velho do saco encarnado foi corrompido pelo capital. Não tem mais tempo, na verdade nunca teve um olhar para aqueles que apenas sonham com comida na mesa na noite de natal. O sacana agora é garoto propaganda da Coca-Cola e das grandes corporações, um vendido. Sem falar que anos após ano estraga a festa do Aniversariante. Já ressabiado, esperava ele aprontar comigo e, aprontou. Se preocupe não minha nora “quando fevereiro chegar, saudade já não mata a gente”.
Brito e Silva – cartunista
Eric Patrick Clapton(78) é um guitarrista, cantor e compositor de rock e blues britânico. É considerado um dos guitarristas mais influentes e bem-sucedidos da história do rock.
O genial Nelson Rodrigues certa vez cunhou essa primazia “O adulto não existe. O homem é um menino perene” uma verdade brutalmente cristalizada na alma. Sem saudosismo piegas, livre da besteira besta da “melhor idade”, por vezes voo à minha infância nos Paredões, tempos de menino de calças curtas e jogo de pião no terreiro da Padaria de seu Arlindo, nas manhãs de domingos, além de outras incursões em tempos diversos. Necessito disto. Talvez, é meu “servo” lembrando quem sou, de onde vim e para onde vou.
Outro dia, depois de uma noite bem adormecida, acordei com uma imagem de Dona Geralda – minha mãe – à tardezinha em sua cadeira de balanço na calçada pedido para eu ir até a Radiola ABC Isabela V, virar os longs plays (LPs) de vinil, pois os três – a radiola suportava 3 LPs empilhados na ponta de uma haste de aço, automaticamente deixava cair um a um sobre o prato e se punha a tocar, quando terminava um lado, tínhamos que virar o disco – já tinham tocados.
Do bornal, num flash, como se fora a explosão do Big Bang, em milésimo de segundos saltou um turbilhão de cenas: me vi calçando o Conga para jogar futsal na “quadra da cadeia”, hoje, Museu Lauro da Escóssia, logo a cena foi fundida na qual me postava de cacharréu azul marinho, calça branca boca de sino e tamanco, prontinho para ir ao Cine Pax ver “Dio, come te amo”, foi projetada outra quando morei vizinho a Difusora de Mossoró, onde com Alan – in memoriam, morava entre minha casa e a Rádio – ouvia Zé Ramalho na sua casa, noutra vi Maria de blusa branca e saia azul plissada subindo a rua para o Estadual.
Voltando ao começo. Fui à radiola peguei os discos, um exibia selo azul da CBS, era de Vinícius de Morais, outro do Trio Los Panchos e o terceiro era um compacto rosa dos Incríveis que em um dos lados exibia a música Santa Lúcia – a gente cantarolava Santa Luzia – motivos óbvios. Trabalhei todo dia ouvindo Apelo (Vinícius de Moraes), La Malagueña (Trio Los Panchos) e claro, Santa Lúcia (Incríveis).
Provavelmente, sou um velho tolo buscando a infância na vã ilusão de torna meu “horizonte de eventos” um pouco mais longe. De toda forma, é uma tola tolice.
Brito e Silva – Cartunista