Autor: brito_admin

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Grandes ideias foram escritas de calcinha e cueca

Escrito por Abraão Gustavo

Fico pensando que as grandes ideias foram escritas de calcinha e cueca, e imagino Karl Marx escrevendo o livro “O capital” de cuecas vermelhas desbotadas e uma barba imensa, branca e preta, com seu charuto barato, cheio de meninos correndo pela casa gritando e brigando: – é meu, é meu, e ele pensando: – maldito capital! Imagino Dostoievski andando nu, de um lado para o outro, e dizendo para sua datilógrafa: – coloque o título “Humilhados e ferrados”. – Não! Enquanto olha para baixo: – Humilhados e ofendidos. – Um bom título! Fico pensando Clarice Lispector, entre cigarros e cafés pela manhã, de calcinha velha e branca meio amarelada, sem sutiã, em sua casa sentada, em banco de madeira com uma mesa improvisada, batendo em sua máquina de escrever rapidamente, entre um cigarro e outro, olhando para o céu, revisando seu texto e pensando no título “A hora da estrela”. Imagino Freud com uma cueca cetim azul de tiozão e um charutão mole na boca, colocando o título que viria ser “O mal-estar da civilização”. Imagino Beethoven, sobre composições e papéis, com seu cabelo bagunçado e sua cara de louco, de cueca reluzente, dourada, sua barriguinha saliente, compondo sua sinfonia em Dó menor Op. Nº 5, dita a sinfonia do destino, viajando sozinho em seu quarto gelado sobre a neve europeia. Penso em Agatha Christie, em um quarto de hotel, com sua calçola de Odete, finalizando em sua máquina de escrever “O Assassinato no expresso do Oriente”. Imagino grandes oradores das histórias, como Winston Churchill, com sua cueca branca GG, sua pança de urso e seu rosto sisudo de bolacha, em um quarto luxuoso britânico, tomando um whisky e ensaiando na frente do espelho sua retórica que faria milhões de soldados se motivarem a lutar pelo seu país. Me desculpe por escrever esta crônica de pijama do Mickey; é que coloquei na máquina para lavar todas as cuecas. 

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Freud que explique

Não há dúvidas quando falamos de alguém bem ou mal, por mais que minúsculo seja um comentário, uma simples opinião ou mesmo uma robusta tese feita sob os melhores e mais rigorosos métodos tecnológicos disponíveis, ainda assim não seremos justo o suficiente para, de fato, sem ter medo de errar e mostrar uma descrição capaz de vestir a figura e se o fizer, na verdade, esta será apenas uma embalagem e talvez, uma fina e frágil camada que a qualquer momento pode se romper e vir à tona, emergir o real sudário, a verdadeira essência nua e crua.

Na noite do dia 4 de setembro, lá por voltas das 20h, recebi uma ligação no WhatsApp dizendo: aqui é fulano, posso fazer uma ligação de vídeo, quero ver você, Socorro e mostrar para vocês meus netos e minha bela Sônia – nome fictício -” de pronto, disse que sim. 

O reconheci pela voz, apesar de anos sem nos vermos. Ele é um amigo de mais de trinta anos, que nos conhecemos em Mossoró e que foi morar no Rio de Janeiro, agora, já aposentado veio residir em Natal, me encontrou através do meu site e redes sociais.

– Boa noite, amigo. Quanto tempo? 

– Isso mesmo, amigo faz um bom tempo.

– Como vai você? Parece que o tempo não passa para você, amigo.

– Amigo, sua generosidade continua a mesma, mas o tempo é cruel com todos nós.

Falamos de nossas jornadas profissionais, dos tempos, de Luzia do Ponto Frio, do Bar de Djalma, quando ali perto do Colégio Estadual – hoje Jerônimo Rosado – onde por milhares de vezes com algumas várias meiotas de Pitú, devidamente acompanhada de coração assado, víamos o sol nascer. Ah! Também trocamos “figurinhas” sobre doenças como faz qualquer sexagenário que encontra outro, falamos dos níveis de açúcar no sangue, pressão alta e por coincidência ele também foi acometido de um AVC. Enfim, passamos reciprocamente todos os nomes de remédios que hoje tomamos no lugar dos longínquos “burrinhos”.

Maria e Sônia já impacientes, entraram na conversa falaram, falaram, também não muito distantes de nossos assuntos. Fotos de netos prá cá, foto de netos prá lá, foram mais de léguas de papo e boas lembranças e muitas risadas. Já marcamos uma sentada, agora, com um copo de vinho para cada, sob a supervisão da “tropa de choque”: os netos.

Em nosso bom papo, além de se dizer fã dos meus trabalhos e de como meus desenhos são pertinentes, mostrou-me várias caricaturas como Wallpaper do seu celular, dos meus textos, falou que morria de rir e ficava sempre esperando o próximo, entretanto, lá para tantas, veio o “mas” – quando se diz “mas”… Sei não… -“em seus artigos você fala sempre na primeira pessoa, você fala sempre de você”:

– Ora, quem conhece eu melhor do que eu? Indaguei. 

Riamos e morreu por aí o assunto, pulamos para nosso Botafogo. Tenho gosto por uma frase que muitos põem na conta de Sócrates “conhece-te a ti mesmo”. Por certo, quando esta foi posta seria e, é muito mais elástica do que parece ou quer dizer nossa vã filosofia. Entretanto, ainda na superfície, para escrever com verdade escrevo sobre minhas experiências e vivências, assim não corro o risco de me desviar da verdade. Ainda assim, alguns podem não me reconhecer, afinal, não sou apenas um, mas um universo e, certamente, sou um cada escrito. Vivas aos “eus” em todos nós. Freud que explique!

Brito e Silva – Cartunista

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3° SALÃO ONLINE DE HUMOR DE PINDAMONHANGABA

Nossa caricatura do grande humorista e cineasta brasileiro Mazzaropi para o 3º Salão de  Online de Humor de Pindamonhangaba, promovido pelo cartunista e escritor Francisco Machado em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo, da Diretora Rebeca Guaragna Guedes e o Secretário Alcemir! 

 São 39 caricaturas de colegas cartunistas brasileiros e de outras nacionalidades, vale a pena conferir:

3° SALÃO ONLINE DE HUMOR DE PINDAMONHANGABA

https://pindamonhangaba.sp.gov.br/3-salao-online-de-humor
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Keoma

No Conversa com Bial, Maria Betânia disse que gostava de assistir filmes de bang bang americano para despairecer. Lembrei-me que tinha Keoma em algum lugar perdido na estante fazendo companhia ao Último dos Moicanos, programei para vê-lo no outro dia, no sábado.

Não me pergunte o enredo, não sei, – Tenho um problema com filmes: no dia seguinte não lembro de nada, algumas vezes aparecem uns flashs, uns takes e só. Mas, tenho Maria que além de tudo, é minha memória para filmes -.

Sem dizer, se o filme tiver uma boa trilha sonora, aí lascou-se: embarco nela e pouco sei do resto. Keoma é um destes que assisto milhares de vezes e ainda não sei sua história do começo ao fim. Enquanto, Franco Nero mata bandidos só tenho ouvidos para música tema, diga-se de passagem, é sensacional.

O outro que ainda vou saber sua história tim-tim por tim-tim, quando assisti-lo com o dedo no botão de mudo, é o Último dos Moicanos. 

Pois muito bem, assisti Keoma – Maria disse que tinha no Youtube -, lá fui ver, terminado entrou outro filme automaticamente, na mesma vibe, isto é, de faroeste. Neste que já esqueci o nome, o mocinho, Anthony Stephen, é acusado por um crime que não cometeu, – coisa que não acontece em filmes de Western -, fugiu da cidade à procura do verdadeiro bandido. Em sua busca para provar sua inocência matou 1100 pessoas, deu 17 mil tiros, não foi de fuzil, mas com um só revólver 45, sem trocar o tambor uma única vez, no final trouxe o criminoso, que foi enforcado ao pôr do sol e terminou sendo nomeado o Xerife da city. Esse enredo tem alguma semelhança com o sujeitinho que provocou a morte de mais de 300 mil brasileiros – segundo especialistas – para provar que um remédio para matar lombriga, mataria o coronavírus. 

Ah, para não parecer mais retardado do que sou, lembro de uma cena do Último dos Moicanos, quando um índio corre subindo uma montanha atrás de outro indígena que havia matado seu filho, mas aí é fácil lembrar, a cena toda é acompanha da trilha sonora: Espetacular, a cena e a música.

Brito e Silva – cartunista

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É preciso cantar

Outro dia procurando a rádio Universitária da UFRN, aqui de Natal/RN, onde ainda podemos ouvir música – a meu valor – de boa qualidade, quando o celular toca e como nossa cobertura é falha, tive que me afastar para procurar um ponto de sinal mais forte para que pudesse falar. Por acidente o dial parou numa rádio que, para meu azar, embora afastado do aparelho de som conseguia ouvia o que estava tocando, por graça dos divinos deuses dos acordes, das melodias e dos poetas, foram apenas três horripilantes e nauseantes músicas, as quais ao final o locutor anunciou entusiasticamente: “Vocês ouvintes da rádio FM – disse um número – tiveram o privilégio de ouvir o fenômeno Jojô Todynho, Pablo Vittar e a deusa da nossa música popular brasileira, Anitaaaaa”. 

Com um “farnezinho roendo meu juízo” já não dizia coisa com coisa, juro por nossa senhora da boa música, me peguei chamando Jesus de Genésio, talvez, percebendo minha aflição e por solidariedade cristã meu interlocutor decretou que depois ligava, frase a qual é minha única memória da conversa. Foram os minutos mais longos de minha vida de pura tortura psicológica. Por fim, corri ao dial para me desvencilhar daquela “coisa” – com toda vênia de quem gosta – imediatamente, como balsamo, os meus doridos tímpanos foram acalentados com Caetano cantando Geleia Geral.  

Zé Ramalho em sua música Sinais, versa: “Sinais de que os tempos passaram, passaram e mudaram demais, Sinais de que tudo mudaram, viraram para frente e pra trás…” como tudo na vida, tudo muda o tempo todo. Entretanto, não precisava mudar tanto assim, né não? Que mudamos muito, isto é fato, mas nos aparenta que em muitos aspectos mudamos para pior, isto para ser bem generoso. Mudamos na música, política, religião, na forma de nos relacionarmos. Tenho a nítida impressão que emburrecemos: expusemos ou deixamos nossa porção maligna florescer, ficamos mais preconceituosos, mais extremistas, mais intransigentes, mais agressivos, mais perigosos e que não aprendemos nada com o passado recente. Andamos confundindo alhos com bugalhos, até chamar genocida de mito estamos fazendo. Já não se faz músicas como antigamente.

Lembro da minha época de adolescência, lá nos Paredões, em Mossoró/RN, você ligava na Rádio Rural de Mossoró, Radio Difusora, Radio Tapuyo ou Libertadora se ouvia Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Cartola, Luiz Melodia, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, João do Vale, Terezinha de Jesus, Elino Julião, Pink Floyd, Beatles, Ray Charles, Elvis Presley e tantos cantores e cantoras soltando a voz nas estradas com música de boa qualidade. Neste tempo tive contato – através da música, até porque não tínhamos liberdade de expressão, jornais e revistas publicavam somente o que os sensores permitiam e, portanto, pouco se sabia da situação política do país, a música foi um meio de expor, de forma leve e sutil, as atrocidades que ocorriam no submundo da ditadura militar – com a realidade política brasileira vivida, não que uma vez ou outra aparecia gente cantando “Comprei um quilo de farinha, pra fazer faró fa fa”…Por outro lado Julhinho de Adelaide cantava Jorge Maravilha: “Você não gosta de mim, mas sua filha gosta…” e Sérgio Sampaio botava o bloco na rua. Ah! Você também podia ouvir o Trio Mossoró cantar “Santo de Barro” do Iramar Leite. 

Recordo dos sábados, isto já nos meus vinte e pouco anos, no jornal Gazeta do Oeste, lá pelas 18h se ouvia um “tirinete” dos diabos, vindo da redação, eram os dedos do amigo Kléber Barros – In memorian – castigando a pobre Olivetti furando o papel de pauta escrevendo sua coluna, que logo ao cabo iria “desembestar” rumo aos estúdios da Rural de Mossoró para fazer seu programa no qual recitava poemas de sua lavra e outros dos grandes poetas brasileiros e portugueses. Sem falar que também aos sábados o amigo Aluísio Barros, passava no jornal para entregar seu material do caderno de cultura e, quase sempre, trazia no alforje a coluna de sua Ivonete de Paula, para publicação. Por vezes nos mostrava – a mim e a Maria, a lista ou playlist – como se diz hoje -, das músicas que iriam tocar no seu programa à tarde, na Rádio Gazeta de Areia Branca, e ali estava sempre a navegar Vapor Barato, com Gal Costa.

Me valendo de Zé Ramalho numa versão de Bob Dylan “tá tudo mudando…”, no entanto, é precisa cantar. “Sem a música a vida seria um erro” – Nietzshe -.

Coxa

O fato mais relevante da política brasileira do mês de agosto, não foi nada de impeachment do Ministro Alexandre de Moraes, pedido pelo Bufão ou o quebra-quebra que seria promovido no Supremo Tribunal Federal, no dia 7 de setembro, pelo cantor bovino Sérgio Reis e a manada, mas sim, uma foto em que o Lula, abraçado a sua namorada Janja, aparece de sunga expondo as coxas demonstrando sua boa forma física. Ô véi macho!!! 

Life is life

Com duas vacinas – devidamente armado de álcool gel e máscara – já ando matando a saúde de filhos e netos. Fui a festinha do Dia dos Avós na escola de Valentina; Já vi de pertinho minha bióloga Larissa Brito e seu Galileu, que vieram à Natal/RN e passaram aqui, para nos darem suas bênçãos e comer um bolinho feito por Maria; Já almocei com Pollyanne/Felipe e Valentina; Já abracei Jade/Roberto e, Lívia já escuta comigo “Life is life” – Opus – nos últimos acordes diz “de novo vovô Bito”, isto das 9h às 18h.  

No entanto, os olhos ainda minam de saudade dos que estão lá pelas terras de Pablo Nerudo: Polary/Sanara e os netos Aléssia e Enzo. Mas, Sanara promete que dezembro é logo ali. 

Rastro

Lula passou pelo Rio Grande do Norte e deixou um rastro de esperança. 

Frase

“Não sou coveiro”, Presidente da República Federativa do Brasil, senhor Jair Messias Bolsonaro.

Caricatura

Millôr Fernandes, caricatura feita para o XVI Salão Internacional de Humor de Caratinga “Festival Jal & Gual” – 2021.

 

Charge – Sem maçã – XVII Salão Internacional de Humor de Limeira – 2021. 

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Parabéns, Maria

Parabéns, Maria!
Meus parabéns vai para Maria que neste 23 completa algumas primaveras, destas, 35 estive e estou orbitando-a com promessa de mais outras dezenas se assim o destino nos permitir.

Entre rascunhos, rabiscos, letras, tintas e pincéis a cada dia vamos escrevendo nossa história, agora já com um monte de filhos e netos. Valeu, Maria!!!

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Emanuel Amaral

Ontem(21), por lembrança do amigo Damata Costa, postei uma caricatura de Emanuel Amaral, um dos grandes cartunistas potiguar de primeira linha, o qual tive pouco convivência, mas o suficiente para admirá-lo.

Quando cheguei em Rio Branco/AC, no final dos anos 80, para dirigir o departamento de Arte e Cenografia do Jornal e Tv Rio Branco, se falava muito, a boca miúda, do atentado ao jornal “Folha do Acre”, onde Emanuel publicava suas ácidas assertivas charges, as quais o fizeram cair em desgraças com o poder dominante da época, que culminou em um atentado a bomba ao jornal. Emanuel saiu às pressas de Rio Branco/AC, sendo preso em Fortaleza por tráfico de cocaína. Em sua bagagem fora encontrada uma certa quantidade de cocaína, a qual ele atribuiu aos seus desafetos políticos acreanos. Cumpriu pena, mas morreu negando ser sua a droga, no que acredito. Todos sabem do que são ou eram capazes políticos ainda com resquícios ditatoriais. O fato é que este acontecimento trágico em nada manchou sua história de vida e profissional. Fico certo, que seus familiares, amigos e todos que o conheceram jamais deram crédito a sua culpabilidade e, sim, o veredito de todos foi por sua inocência.

Conheci o Emanuel no início dos anos 80, quando vim para Natal trabalhar na gráfica RN Econômico e na Cooperativa dos Jornalistas de Natal, entretanto, o encontrava esporadicamente, sem muita intimidade.Nesta época conheci outros artistas do traço como Falves Silva, Mauricio Oliveira, Cláudio Oliveira, Edmar…Mas, vindo do interior e, como sou bicho do mato, pouco afeito a amizades à primeira vista tive pouco contatos com estes, exceto Mauricio, com o qual íamos juntos para Tv Universitária – se não em engano ele já funcionário, eu de penetra, somente para desenhar – , quando era ali na Avenida Rio Branco, o qual o reencontrei agora no Facebook. Mauricio, estou esperando a pandemia passar para ir aí tomar um café com você.

Nos anos 2000, não lembro bem o ano, já morando em aqui na Cidade do Sol, o filho de Emanuel passou na minha casa, lá em Petrópolis e, ficou de promover um encontro, – certamente, tínhamos muitas histórias acreanas para contar e trocar – sabe-se lá porque o destino interviu para não acontecer.

Há uns três anos projetei fazer um jornal impresso, somente com cartunistas potiguares – gorou por falta de cartunistas e talvez por falta de mais empenho meu, também nesse meio-tempo fui acometido de uma AVC – e combinei com Ramos, do Balalaika, irmos até a casa dele, foi mais um encontro frustrado, desta feita para sempre: a morte veio e o carregou feito um pacote no seu manto. 

De toda forma e, certamente, Ramos ainda irá promover a exposição.A caricatura permanece a disposição de Severino, para a homenagem ao grande cartunista Emanuel Amaral.

Brito e Silva – Cartunista

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Suzanna Arundhati

https://www.facebook.com/groups/1833775746932994

Minha Suzanna Arundhati para o Intl. Caricature spirit Contest (INDIA), você pode ir lá e votar na melhor caricatura. 

https://www.facebook.com/groups/1833775746932994