Guerra e Paz

“É mais fácil cultuar os mortos que os vivos
Mais fácil viver de sombras que de sóis
É mais fácil mimeografar o passado
Que imprimir o futuro…” Zeca Baleiro
Vendo pela vigésima quinta vez o filme o Gladiador, não tem como não fazer “pausa” para uma reflexão quando se ouve Marco Aurélio dizer para seu filho Commodus “Suas falhas como filho são minhas faltas como pai”, claro, é o sentimento de um pai amoroso, talvez, mais que isto, na verdade um pai extremamente protetor, pesaroso e culpado por ver o canalha, invejoso e inepto em que se tornara seu filho. Essas culpas não fazem parte do meu volumoso fardo de pecados, que ainda não “esborrotou” sobre meus sexagenários ombros. Por meus filhos fiz – e faço – o que pude e o que deu.
Pode parecer arrogância – e é, afinal somos todos arrogantes em maior ou menor escala – dizer que tenho poucos arrependimentos, mas é que aprendi desde a madrugada que ninguém sai desta vida incólume, sem tatuagens nas costas causadas pelas cortes das chibatadas do “feitor”. Todos pagam seu quinhão, ninguém põe sua “conta” no prego ou faz portabilidade para minimizar os juros, pois, o credor é o mesmo e, menos ainda pode transferir a titularidade da dívida a outrem. Os pecados são todos meus, não há como negar, saltam aos olhos e deles sou prisioneiro solitário. Todo santo dia travo lutas titânicas com os meus demônios de plantão, que amavelmente me seduz ou tentam: inveja, cobiça, vaidade, arrogância, ingratidão, vingança, rancor… …Algumas venci, entretanto, amanhã, como Fênix ressurgem das cinzas, às vezes mais fortes ou outras fracas. Apesar de não me dar por vencido, tenho ciência que tempo é um credor eficaz, com ele, deveu, pagou, de uma maneira ou de outra a luta termina, talvez sem vencedores.
Não quero ficar um velho – se tiver o privilégio de alongar minha velhice – lendo salmos sem entender; ajoelhar sem rezar; ver o espelho e não enxergar a Deus; olhar meus filhos e netos e não ver um milagre. Claro, também é certo que muitos vão às igrejas, templos, terreiros põem-se a rezar, orar, cantar e dançar na vã tentativa de serem assim, “perdoados”, depois pagam o dízimo, saem sorridentes, abraçando todos os “irmãos”, beijam pai, mãe, filhos, amigos, enfim, creem que estão de alma nova e “limpinha” como se fora um pano de chita que acabara de sair da máquina de lavar tendo sido chacoalhado e centrifugado em água com uma boa dose de sabão OMO – Branco Total – seguem despreocupadamente empilhando e cometendo todos as atrocidades com seu próximo, certo, que no domingo seguinte sua performance e seu bolso pagam uma nova “lavagem”, que se iludam.
Tenho o maior respeito por aqueles que praticam qualquer religião, aqueles, que de fato, não só participam das liturgias de seus credos, mas fazem delas práticas cotidianas, porém dos hipócritas, não sinto nada. Deles não serei algoz e, menos ainda, atiraria a primeira pedra, cada um sabe de si e, invariavelmente, somos apenas o que somos. Só um pecado me atormenta e me pesa, se é que estar – e sei que estar – aos ombros a arrogância do desprezo mortal pelo “ceifador”, mesmo sabendo quem é o vencedor. Talvez, por completa ignorância, ainda assim, creio ser, da vida, a morte o fato definitivo mais justo a gregos e troianos.
Outro dia vi um vídeo onde alguém dizia “Saudade bate, mas não mata. Saudade eu tenho dos que já morreu, porque os que tá vivo sabe onde me achar”, é de uma arrogância fenomenal. Como diz Zeca Baleiro é mais fácil cultuar os mortos que os vivos.
Não tenho saudades dos meus mortos, pois é deles minha companhia diária. Aos nove anos perdi minha mãe, adulto perdi minha ex-esposa Isi, depois meu irmão Carlinhos e ano passado meu pai subiu aos céus. Tenho dito que a música me salva, na verdade ela me aproxima dos meus mortos ouvido as suas preferidas: De Isi ouço “Andança”; de Carlinhos “Still Loving You”; do meu velho pai ouço Boiadeiro e, assim os mantenho vivos em mim. É certo que, a muitos rendo minhas homenagens em vida e peço aos me querem bem, em razão da minha “partida”, não precisam encher rios de lágrimas pendurados na alça do meu caixão, e quando lembrarem de mim, apenas cantem aquela música.
Brito e Silva – Cartunista
Comunista
Aqui abaixo do equador, tudo é possível e inédito: Já vi negro nazista, cristão adorando torturador, mulher machista, patriota prestando continência à bandeira e ao hino americano…Portanto, não poderia causar nenhum espanto o Capitão Bufão presta reverência ao Memorial do Soldado Comunista Desconhecido, ficar em isolamento e fazer 5 testes de Covid-19, por exigência do Putin.
Já dizia o Charles de Gaulle, “o Brasil não é um país sério” e produz essas aberrações. Isso aqui ioiô não é para amadores.
Caricatura
Caricatura do cearense Mário de Oliveira Mendez, feita para o I Festival Internacional de Caricatura e do Cartunista do Maciço de Baturité/CE. Agora está no livro MENDEZ – O MESTRE DA CARICATURA, do escritor Levi Jucá.
Para adquirir o livro “Mendez: Mestre da Caricatura”, basta acessar o site do Ecomuseu (www.ecomuseu.com.br/mendez).
Livro
Venho pesquisando músicos potiguares com os quais pretendo fazer um livro de caricaturas com um pequeno perfil de cada um. Tenho me deliciando com alguns “achados” extremamente gratificante. Confesso a minha ignorância era, e é, monumental, talvez, como eu haja uma infinidade de potiguares que não conhecem nossos talentosos e magníficos músicos para os quais quero trazer essa luz.
Às vezes me pego pensando que sou um alienígena neste mundo de meu deus, isto é, do deus que abençoa o carnaval de norte a sul, de leste a oeste aqui na terra de Tupã. Só me falta certidão para comprovar ser marciano ou quem sabe lá de Plutão. Confesso meio acabrunhado, olhando pro chão, na fazer parte da legião de “Vevete”, desses que saem por aí encurralados por uma corda e uma porção de brutamontes atrás de um trio elétrico balançando a rabichola na boquinha da garrafa, definitivamente não estou no tempo: me atrasei pra festa. Corro léguas, como o cão corre da cruz, destes carnavais de Vevetes, Chicleteiros, das Anitas…
Não confirmo que sou um herege por completo, já me entreguei por muitos carnavais à festa deliciosamente pagã. Quem nunca? Claro que aos sons dos clarins, até o escultor renascentistaMichelangelo Buonarroti teria mudado sua famosa frase dita ao finalizar seu Moisés, ao invés de “Parla”, certamente teria dito “balança o esqueleto aí meu filho”, o imperador Nero, talvez se fantasiasse de anjo e com sua arpa desafinada sairia no salto, rodando o saiote aos primeiros acordes da marchinha “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que ele é…”.
Sou mesmo, sou das antigas e este clima de folia me deixa saudosistas, sim senhor. Apesar que qualquer semelhança dos carnavais de antes com os de hoje estar fora de questão, minha memória – que às vezes apaga o que não devia e talha em mármore o que tento não lembrar – me aporta, nos anos 70. Mesmo quando exprimo um esforço tão forte quando caldo de batatas para resistir às lembranças de outrora, minha neta Lívia, de 2 anos, diz que vai se vestir de colombina para o carnaval da escolinha. Envolto em imagens psicodélicas diabolicamente carnavalescas quando dou por mim estou nos Paredões, lá em Mossoró/RN, nos anos 70 com nossa vitrola Isabela V ABC – Voz de Ouro – animada tocando “Tudo é carnaval, tudo é carnaval, vamos embora pessoal…”. Na porta um “urso”, encarnado por um papudinho das cercanias, que neste período se veste em retalhos de tecidos, acompanhado de outro amigo de copo e de cruz esbaforido batendo descontroladamente um puído bumbo e ainda um outro terceiro maltrata um velho desafinado pandeiro quase sem platinelas, com um caneco de ágata amassado na mão pede algum dinheiro para alimentar o “verme”, iludido ser capaz de poder afogar suas cristalizadas mágoas.
Depois de ouvir Elis Regina cantar Romaria na novela Maria, Maria, De Assis – meu irmão – Carlinhos de Giselda, Vandimar Mendes, Julhinho, Aldo Cortez e eu já na calçada todos a postos para botar o bloco na rua a caminho do bar de Tilon para jogar sinuca, tomar uns “burrinhos”, jogar Maizena uns nos outros e no compasso de “mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar…” subirmos para o Club Cardeal, ao lado da Igreja de São José ou descer para o Club Salinistas, na rua Prudente de Morais, que durante os outros dias do ano era uma escola – lembro de ter estudado lá -, convictos de cada um encontrar sua colombina para dividir os três dias de folia. Aqueles que dessem com os burros n’água, certamente, esticavam até à ACDP e AABB para apigorar no “sereno” esperando um vacilo do porteiro para entrar de graça e arriscarem a sorte com alguma desavisada menina rica da socialite “moscowita”.
Brito e Silva – Cartunista
Já em sua segunda edição do livro “Conservação dos Recursos Naturais e Práticas Agrícolas Sustentáveis”, publicação da ANEA (2021), que tem como autores Elisângelo Fernandes da Silva, Manoel Simões de Azevedo Júnior e Raimundo Inácio da Silva Filho.
O livro “Conservação dos Recursos Naturais e Práticas Agrícolas Sustentáveis”, em sua versão em PDF pode ser o download no link abaixo. Ainda segundo o economista e professor da UERN/Assú, Raimundo Inácio muito em breve o livro terá uma edição impressa.
Fairuza Alejandra Balk é uma atriz norte-americana. Ela é mais conhecida pelo seu papel no filme The Craft, de 1996. E, mais de dez anos antes, em 1985 pelo filme Return to Oz, da Walt Disney.
Integrante do Grupo dos Cinco, que criou a Semana da Arte Moderna Brasileira, em 1922, composto por Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade.
Integrante do Grupo dos Cinco, que criou a Semana da Arte Moderna Brasileira, em 1922, composto por Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade.
Integrante do Grupo dos Cinco, que criou a Semana da Arte Moderna Brasileira, em 1922, composto por Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade.
Oswald de Andrade era integrante do Grupo dos Cinco, que criou a Semana da Arte Moderna Brasileira, em 1922, composto por Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade.
Tarsila de Aguiar do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886 – São Paulo, 17 de janeiro de 1973), internacionalmente conhecida como Tarsila do Amaral ou simplesmente Tarsila, é considerada uma das principais artistas modernistas da América Latina, descrita como “a pintora brasileira que melhor atingiu as aspirações brasileiras de expressão nacionalista em um estilo moderno.”
Ela foi membro do grupo Grupo dos Cinco que era um grupo de cinco artistas brasileiros considerados a maior influência do movimento de arte moderna no Brasil. Os demais integrantes do Grupo dos Cinco são Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Tarsila também foi fundamental na formação do movimento Antropofagia (1928-1929); foi ela quem inspirou o famoso Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade
O Grupo dos Cinco da Arte Moderna Brasileira foi composto por Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral e Mário de Andrade.
Yul Brynner nasceu em 11 de julho de 1920, Vladivostok – Rússia. Morreu em 10 de outubro de 1985, em Manhattan, cidade de Nova Iorque – EUA.
Erivaldo do Nascimento Galvão, nascido em 1957 em Natal/RN, com a infância ancorada no bairro do Alecrim na rua dos Paianazes ou Avenida 10, a qual mais tarde viraria música, mais conhecido como Babal é um dos grandes compositores potiguares. Reverenciado e referência para muitos jovens que estão “caindo” na vida de musical, aliás, não só pela nova geração de musicistas, mas também por toda a classe artística e toda comunidade do Rio Grande do Norte.
Não à toa fez parceria com Zé Ramalho, Chico César, Geraldo Azevedo, Lenine entre outros vários compositores nacionais e locais. Sua composição “Avenida 10”, a qual retrata sua infância e a traz o clima de paz e harmonia vividos naqueles tempos, foi declarada como Patrimônio Imaterial e Cultural de Natal pela prefeitura da capital. Viva Babal!