Nem a pau Juvenal
“Quanto mais certezas você tem,
menos você leu, menos você viveu”
– Luiz Felipe Pondé – Filósofo
Diz o dito popular, em resposta de quem se sentiu ofendido “Não me meça com sua régua”, bela réplica. Mas, ora vejam: Nós sempre usamos nossa própria “régua” para balizar opiniões, isto é, os pensamentos e ideias expressadas estão sempre alicerçadas em nossas experiências, convicções morais, religiosas, culturais e intelectuais. Não há como usar régua alheia para isto, e, se mesmo assim o fizermos, deixaremos de ser vetor para sermos apenas um canal.
Algumas pessoas confundem e claro, usam a própria “régua”, como fazemos todos nós, que por ser petistas – não sei nem se sou. Não milito: voto – sou cego, não tenho senso crítico, quem assim procede, certamente, não conhece meu passado e presente. Vou falar algo que já pontuei antes por diversas vezes: Fui um dos que fizeram multidão na capela do Hospital Duarte Filho, em Mossoró, para fundar o PMDB, lá pelos anos 80 – o então MDB – depois fui número na fundação do PT de Mossoró/RN, porém, nunca me filiei a nenhum das duas agremiações. E por que não o fiz? Simples: para ter as minhas próprias conclusões e delas ser prisioneiro ou tê-las como “travesseiro” e poder viver sem amarras compromissadas com qualquer regra, doutrina ideológica partidária. Pode até parecer arrogância, creio que não seja. Assim como um andarilho que não bebe água, apenas de um rio, sinto necessidade de beber de várias fontes. Não creio em nada cegamente.
Muito cedo aprendi que toda história tem dois lados, por isso mesmo, me designar de radical, é um risco n’água. Eu tenho lado – e por tê-lo já fui cunhado até de lixo, mas aí é outra história – e convicções bastante firmes, porém não são imutáveis, bastam me convencer ou minha velha memória perceber o erro para serem evaporadas.
Nos deuses? Rezo por precaução. Na Ciência? “Boto fé” com um pé atrás. Pois, a própria não é definitiva (e cá pra nós pobres passageiros: definitivo somente a morte). Sou de um tempo em que ela tornou réu e crucificou o pobre do ovo de galinha, argumentava que nós indigentes mortais, estávamos com as veias entupidas com colesterol oriundo do nosso ovo de cada dia, hoje, restaurou-lhe o estatus de inocência e, mais: recomenda o consumo com certa frequência.
Logo sexagenário – o que também não quer dizer que me tornei sábio, estou convicto que morrerei um velho tolo – que sou, tenho mais ainda milhares de razões para usar meu desconfiômetro, exagero? Não sei, talvez sim em algumas questões ou talvez não, isto, provavelmente, diria mais assertivamente alguém que quer me vender gato por lebre. Desconfio das vacinas? Sim, de todas, pelos mesmos motivos que confio, isto é, balizo decisões e premissas em minha ignorância cavalar, entretanto, há mais motivos para confiar que o contrário. Não vejo mais crianças com Poliomielite Sarampo, Varíola, Difteria…
Tomaria a vacina? Sim, já tomei a primeira dose da Astrazeneca. Entretanto, tomaria qualquer uma outra, uterina da China, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido ou do Paraguaio, morrendo de medo da reação – como, de fato, tive – porém, vou tomar a segunda dose da vacina de Oxforf.
Portanto, as bobagens que escrevo, não têm pretensão de convencer quem quer que seja ou ainda, doutrinar ideologicamente nem meu cão – que não possuo -, ledo engano de quem assim puder pensar, pois, certamente, delira igual a mim, pois, os meus maus escritos às vezes são apenas devaneios, reconheço e, por isso mesmo, não merecem maiores atenção de pessoas mais sensatas. Por outro lado, também não escrevo para agradar ninguém. Agora, pôr as minhas lindas mãozinhas – que meus netinhos beijam – no fogo por ninguém, ah! Isto não faço nem a pau Juvenal
Sabugo
Outro dia, vi um anúncio de bucha orgânica para tomar banho, daquelas que brotavam nos tempos de quintais, lá nos Paredões, em Mossoró/RN.
Entendo, compartilho da preocupação com a degradação do meio ambiente e colaborar com a preservação do planeta é um ato de sobrevivência de todos nós. Só espero que não inventem de trocar o papel higiênico por sabugo.
Canalhas
Temos uma tendência natural a criar heróis e mitos, talvez, para justificar nossa própria incompetência de feitos além de nossa mediocridade. Convivi com alguns heróis com pés de barros, de alguns nem escombros perduram. outros ainda resistem, uns até por merecimento de ofício, entretanto, logo abaixo da epiderme até a alma, tudo é pútrido.
Entretanto, agradeço-lhes o convívio, foi aprendizado para não me tornar um deles.
Maria
Em que pese os males trazidos pela pandemia, em meio a perdas de irmãos e amigos, despertou em Maria sua adormecida veia das artes plásticas. Maria voltou a pintar.
Caricatura
Um belo achado. Em minhas incursões nas redes sociais tive o grato encontro com Karina Pereira, uma menina de apenas 11 anos desenhando como gente grande. Uma joia rara que está sendo lapidada no Belém do Pará.
Frase
“Os canalhas não só envelhecem, como o vinho, depuram, lhes restando essencialmente a canalhice”. – Brito e Silva