Pão Doce de Coco
Por Brito e Silva – Cartunista
Ouvi ou li em algum lugar a existência de uma mulher extraordinária chamada Elizabeth, dotada de superpoderes, isto é, de sentidos não convencionais. Na verdade, parece coisa saída dos quadrinhos do Universo Marvel.
A moça escuta músicas como todos nós, entretanto com alguns plus adicionais: ela também consegue enxergar a música, ver notas em várias cores e não se prende apenas nisto, incrivelmente, também sente o sabor de cada nota musical na ponta de sua pródiga língua. Os cientistas denominam esse fenômeno de sinestesia — a palavra tem origem no grego e é o resultado da fusão das palavras “união” e “sensação”.
Meus cinco sentidos são mixos. Não sou dotado de nenhum dom extraordinário, muito pelo contrário, depois do AVC (Acidente Vascular Cerebral) e 61 anos no “muncumbu” meu paladar pobre de qualquer gosto refinado, somente reconhecia rapadura com farinha, feijão com arroz, tripa de porco, buchada de bode, panelada, cuscuz, pão doce e dindin de coco queimado — pobre é uma desgraça —, piorou muito limitando-se a H2O, talvez por não ter sabor, cheiro ou cor. A audição de tanto ouvir Freddie Mercury e Montserrat Caballé e Gal Costa, ficou avariada me deixando um pouco mouco, a visão castigada pelas luzes das milhares de horas nas pranchetas pela vida afora, hoje, para eu ver um elefante ela se faz pedinte de grossas lentes Varilux bifocais. O tato? Vai ainda dando pro gasto.
Porém, meu olfato é fantasticamente fantástico e deslumbrante ou não — como diz aquele votando do Ciro, o Cae. Meus cheiros têm gostos e imagens. Talvez tenha herdado dos ursos. Por que não? Ora, compartilho mais da metade de minha carga genética com um pé de pinhão roxo, que Maria adestra aqui na sala contra mau-olhado. Tenho sim, olfato de urso. Quem discordar, é por pura inveja.
Pois bem, moro em frente a uma padaria, que certamente, seu forno é industrial elétrico, deve consumir quilowatts de energia elétrica, pois, de sua chaminé não sai nem preta ou branca fumaça e seu pão para meu dissabor não tem o gosto e o cheiro dos pães da padaria de seu Arlindo, lá nos Paredões, em Mossoró-RN. Porém, há pouco caiu o “Nordeste” trazendo um aroma familiar de uma fornada de trigo bem assado quentinho me catapultando aos anos 70, para minha casa, a qual era separada da padaria por um bequinho de mais ou menos um metro e naquelas tardes de todos os dias, exceto dias santos e domingos, sentíamos o calor da lenha sendo atiçada para primeira leva de pão.
Os cheiros e sabores ao vento preenchiam toda a nossa cozinha. O cafezinho feito por Helena — in memorian — no bule excitava a manteiga Itacolomy que toda derretida esperava somente o pão quentinho posta-se à mesa. Depois, uma pelada na rua, de pé no chão, jantar e esperar os amigos para irmos ao Colégio Dom Bosco, nera Delba? Maria, me traga dois guardanapos, um para boca outros pros olhos!
O Bufão bufou
Depois sofrer um “gancho” de direita na “tauba” do queixo disparado pelo Doria, sendo o primeiro a começar a vacinação, o “anjo caído” escafedeu-se, sumiu e quando deu as fuças foi fazendo ameaças à democracia.
Sentindo seu plano genocida derrota pela Coronavac, o Bufão bufou!
Habemus Vacina
Desde a terça-feira, dia 19, estamos vacinando os potiguares. Minha esperança nunca esteve tão em alta. Não seria o “anjo caído” que iria pô-la à lona. De cadastro na mão com a manga da camisa arregaçada, o braço e o grito na garganta preparado para vacina. Contando as horas de poder abraçar meus filhos e netos.
Séries
Enxergar o erro alheio é um prazer Depois que minhas filhas me viciaram em séries, devoro as da Netflix como se fosse filmes no Cine Pax. Esta semana passada vi de uma tacado só as quatro temporadas de Frontier, de sobremesa, arrematei com a primeira temporada de Damnation. Entretanto, ando meio a flor da pele: foram tantas mortes que não consigo imaginar onde e como os produtores irão buscar mais atores e coadjuvantes para continuação das próximas temporadas.
Vacina
Meu amigo Delegado (Porteiro, filósofo, monge e sociólogo) me confidenciou que já se cadastrou para virar “jacaré”. Segui-o.
Caricatura
Laércio Eugênio como carimba suas obras e o conhecemos, foi parido em Frutuoso Gomes/RN, no Sítio Mata Seca e apesar de rodar mundo mostrando toda a fidelidade ao torrão nascido imprimida em suas telas de belas paisagens sertanejas, escolheu o País de Mossoró, para sentar moradia.