Ranzinza é você!!!
Reza a lenda que a idade aperfeiçoa nossas qualidades e colateralmente na bagagem, em igual proporção o quê tentamos esconder ou minimizar durante a fase mais jovem, também se torna robusto. No meu caso, creio ter vivenciado qualidades e defeitos com igual vigor. A ranzinzice sem dúvidas, foi implacavelmente minha companheira, me entranhando até as fronteiras da áurea e, certamente, foi(é) de longe a mais fiel.
Porém, ao ultrapassar a barreira de meio século sobre este chão, algumas capacidades as quais, talvez fossem suas melhores qualidades ou pelo menos, você diria, vão atrofiando, se esvaindo, e, delas não quero nem falar. As manias, defeitos e esquisitices, de mansinho, sem bater a porta tomam acento, se espalham como ramas pelo chão, quando menos se espera reinam imperiosos altivos, e o quê é pior: são legitimamente verdadeiros. Claro, ninguém potencializa seus defeitos para ficar bem na fita.
Entretanto, algumas qualidades, sem muito esforço ainda residem e resistem em mim, por serem verdadeiramente verdadeiras. Quem me conhece, sabe que sou de fácil convívio, claro, pouco tolerante com desvios de caráter e com quem não gosta de música, simplesmente não confio, quem não gosta de música bom sujeito, não é. A música é meu ponto de equilíbrio, também por conseguinte o ponto fraco. Em minha sala, por onde trabalhei jornais, revistas e tvs, o mais importante equipamento era o aparelho de som, ainda hoje cultivo este pequeno hábito que considero e classifico como uma das melhores qualidade que possuo. Porém gosto de música, não troca alianças com o gênero: não sou roqueiro, forrozeiro, axeseiro(?), Funkeiro, blueseiro, pagodeiro, sambista, sertanejeiro(?), e pasme, grafiteiro. Não caibo em rótulos.
Pedindo perdão e licença ao amigo Ugo Monte (músico, historiador e autor do Livro Rock´n Roll), mesmo sabendo o quê dirá, afirmo ser eclético musicalmente. Educadamente e manso feito um budista tibetano, certamente discordando diria que isso é promiscuidade.
Ainda assim, feito um monólito de Lonsdaleíta, canto não possuir paixão por um estilo específico – talvez tenha ouvido absolutamente inábil ao requinte da sintonia fina da fidelidade à escala de Guido de Arezzo, -, sou assumidamente infiel sim. Gosto de todo gênero musical, de Chico Soldado ao Buarque, de Ludwig a Jackson do Pandeiro, de Roberto Carlos a Luiz Gonzaga, Se a música me fez bater o pé direito seguindo-a, pronto é ela, não importa de quem seja ou estilo.
Pois bem, neste caleidoscópio musical, nesta suruba (como diária um senador Romero Jucá), não poderia faltar o Guns N’ Roses (guardo a sete chaves um Cd que Polary Brito(meu primogênito) me deu), e uma música deles, o final sempre me incomodou, a música não termina nunca, termina tudo, temer cai fora, a Lava Jato falta água, a aposentadoria chega, Aécio “Chato” Never é preso, mas o diabo da música não termina, aliás, o final da danada dura uma eternidade, o quê fiz? Apliquei um fade, ouço Don’t Cry a vontade.
Ranzinza eu? Aí, eu digo: Ranzinza é você!!!